Elise Pool de 17 anos, nunca encaixou no mundo normal e sempre sentiu que era diferente de todas as garotas de sua idade.
Mas quando ela é arrancada de sua vida em Nova York, e forçada a viver com seu pai em uma pequena cidade em Hoodsport.
Ela des...
-Você chegou —Adriel disse, olhando agora Ariadne que surgiu entre as árvores.
-A garota fez um grande estrago —Ariadne disse, olhando a pilha de corpos nus que se encontravam ao redor.
Arregalando meus olhos, percebi finalmente que os atacantes tinham voltado à sua forma humana.
Caminhei lentamente até um dos corpos, era um jovem, ele não deveria ter mais de vinte anos, seu cabelo castanho, estava sujo de terra.
-Eu o matei... —Rosnei em choque.
Adriel caminhou até mim, prendendo suas mãos em minha cintura
–Elise, você apenas se defendeu —sua voz saiu baixa.
-E..Eu..- Não consegui terminar ao ver uns familiares cabelos ruivos.
Eu corri na direção do corpo nu, caindo de joelhos, eu retirei uma mecha de cabelo de seu rosto.
-Amber... —Murmurei, olhando as enormes feridas em seu pescoço.
-Acorde— Implorei, balançando seu corpo –Era você. você era o lobo castanho. – indaguei, abraçando agora seu corpo sem vida.
Adriel retirou sua jaqueta, cobrindo o corpo nu de Amber.
-Ela.. –Ele prendeu o ar antes de continuar -Está morta Elise.
-Nãooo- grunhi, sentindo a já tão familiar escuridão se apoderando de mim, uma enorme onda de vento se formou ao meu redor.
Cerrando os olhos, implorei a Deus, à escuridão, ou a qualquer outra coisa, para me trazer Amber de volta.
Lembrei dos feitiços no livro de mamãe... então algo surgiu na minha mente.
-Você consegue trazê-la de volta? Perguntei encarando Ariadne
Com as sobrancelhas arqueadas, ela olhou para Amber
–Não uso magia negra. Me desculpe.—ela disse -E honestamente, você não deve trazer de volta o que já está morto.
Sentindo meu coração martelar de dor, meu corpo começou a agir por vontade própria.
Levantei com rapidez, e corri em direção ao meu quarto, logo peguei no que queria, e desci as escadas com a mesma rapidez, com que subi.
Caindo novamente de joelhos perto de Amber, comecei a folhear as páginas do livro de minha mãe
Em segundos, encontrei o que procurava.
Li e reli o feitiço algumas vezes, tentando de algum modo compreender latim, mas nada.
Ariadne, arrancou o livro de minha mão, e olhou atentamente para o feitiço.
- Vocês não vão fazer isso—Adriel rosnou irritado. –Isso é demasiado perigoso, principalmente para Amber, vocês não sabem se ela vai voltar a ser a mesma pessoa.
Olhando para Adriel balbucie – Eu vou trazer ela de volta. Quer você concorde ou não.
-Isso é totalmente errado Elise—Ele rebateu transtornado.
- Chega vocês dois—Ariadne se interpôs -Ela vai fazer isso, ela já decidiu.
Adriel soltou o ar, em frustração. –Ajude ela, pelo menos—Ele pediu fitando os olhos de Ariadne.
Ela sentou do meu lado, e entregou-me o livro.
– O que você vai fazer, pode ser perigoso para sua amiga. Ela já esta no abraço da morte, a escuridão a levou, se você trazer de volta, ela terá que lidar com as sombras rodeando ela. Independentemente de ela voltar, uma parte dela sempre permanecerá do outro lado, o que já está morto, sempre permanecerá morto. Assim que a morte a acolheu em seu manto, ela sempre vai tentar levar Amber de volta. Amber poderá começar a ver coisas, e ela terá de ser forte.
Sem questionar nada do que ela dizia, rosnei – O que eu preciso fazer para trazê-la de volta.
Olhando o livro Ariadne estremeceu – Você não poderá apenas ressuscitar seu corpo, você terá que trazer sua alma de volta. Pouse uma mão, no peito dela, bem ao lado de seu coração.—Ariadne explicou – Prenda sua mão livre na minha, nossos dedos terão que estar entrelaçados. E aconteça o que acontecer, não quebre o contato de nossas mãos.
-Pensei que você não praticava magia negra—indaguei, olhando para Adriel que continuava de pé, seus olhos azuis, pareciam cansados. Seus ombros tensos, ele olhava relutante para mim.
Quebrando o contato, olhei para Ariadne, enquanto essa respondeu
– Eu parei, mas você não consegue fazer sozinha, eu serei a âncora, entre o mundo dos mortos e vivos. Vai ser através de mim, que a alma de Amber regressara. Percebeu
Maneei a cabeça positivamente.
- Ótimo— Ela disse entrelaçando nossos dedos. –Outra coisa, você precisa ser rápida, como serei uma âncora, outros mortos podem tentar vir para esse mundo, usando os corpos sem vida que aqui se encontram. –
Cerrei os olhos, tentando ganhar forças, esperando no fundo, que esteja tomando a decisão certa.
Ariadne colocou minha mão livre, no peito de Amber. Seu coração não batia, não havia um único resquício de vida dentro de seu corpo.
-Repita comigo— Ariadne disse cerrando os olhos - Invoco praeposito mortis, ut det mihi et tot communium-
Fazendo o mesmo processo que ela, cerrei os olhos antes de repetir as palavras.
Logo um vento se formou, ele parecia nos sugar, tentei a custo não abrir meus olhos. E foquei-me apenas nas palavras que soavam do meu lado, repetindo cada uma delas em seguida. - liberorum ius unum reducat. Postula a me vicissim animi vis offeram-
Meus cabelos agora chicoteavam meu rosto, não conseguindo mais, abri meus olhos, várias sombras com enormes garras, circulavam ao redor do corpo de Amber, olhei para o céu que agora se encontrava escuro como se a noite tivesse vindo mais cedo.
Várias sombras negras sobrevoavam o céu, estremeci assustada, não suportando mais aquela visão assustadora, cerrei os olhos novamente.
E continue a proferir as mesmas palavras que Ariadne "Amplector quod iam obisset et uno ictu, resurget."
Senti que garras tentavam puxar minha mão, a custo apertei ainda mais os dedos de Ariadne. "Não quebre o contato de nossas mãos" pensei aterrorizada.
Ariadne voltou a repetir novamente a mesma frase, mas agora, ela não murmurava, ela gritava, e o vento ficava ainda mais enfurecido.
Tentando mandar o medo dentro de mim, para longe, eu continue "Invoco praeposito mortis, ut det mihi et tot communium liberorum ius unum reducat.
Postula a me vicissim animi vis offeram
Amplector quod iam obisset et uno ictu, resurget"
Garras afiadas, perfuravam a mão que eu mantinha no peito de Amber, elas pareciam irritadas, revoltadas.
Tudo tem um preço, eu sabia disso, Amber poderia não mais ser a mesma, mas tentei não pensar nas consequências.
Só queria ajudar minha amiga e ter ela de volta
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