Capítulo ( 25 )

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"Adriel" murmurei quase sem voz.

-Não deveria andar na floresta- ele disse com um tom de voz mais alterado.

-E você não deveria me assustar- Rebati com raiva.

-Porque você está dizendo isso? ele perguntou

Eu ignorei ele, colocando o livro contra o meu peito, levantei e comecei a andar.

-Espere- ele rosnou

Parando, mas sem encará-lo soltei com frieza

- Me deixe em paz Adriel, estou cansada desse seu jogo psicótico. Você nunca responde sobre minha mãe, tenta me ajudar, mas você só me quer do seu lado para derrubar aqueles que são como eu. Eu sou uma feiticeira, eu sou descendente dos assassinos de sua mãe. Então não finja que você é meu amigo

O vento jogou meu cabelo contra o rosto, pequenas gotas de água começaram a cair sobre a minha cabeça e a ergui para sentir a chuva que vinha.

Relâmpagos brilhavam pelo céu.

Eu me encolhi quando a água fria começou a encharcar minha blusa de malha preta.

Coloquei o livro sobre o casaco, tentando de alguma forma bloquear a chuva.

O som de um trovão cortou o céu.

Adriel se virou, ficando na minha frente, me fazendo encará-lo.

Ele parecia tão abatido, seus olhos azuis que tanto me hipnotizavam estavam caídos, o som dos trovões e da chuva quase abafaram a voz dele

- E.. Eu preciso de tempo.. Isso não é fácil para mim-

Eu senti um nó crescendo na minha garganta - Tempo para quê?- Questionei

Adriel respirou fundo, seu cabelo molhado. -Eu realmente desprezo o que você é... mas eu também... é complicado -Ele sacudiu a cabeça.

-Complicado?-Eu perguntei - Deixe eu te dizer uma coisa sobre o que de fato é complicado. Eu passei os anos da minha vida, me sentindo fora de orbita, como se eu não encaixasse em lugar algum. -

Adriel se afastou. Ele estava completamente molhado, encharcado pela chuva, dei um passo a frente, e outro

- Sabe o que não tem como entender? Pela primeira vez em muito tempo, eu me sinto a respirar, depois de tantos anos me sentindo morta, estou viva. Desde que cheguei neste lugar, sinto que estou onde pertenço. Isso não é sobre você, ou sua vingança. Eu vou escolher o que é melhor para mim, seja do seu lado ou contra você. -

Ele deu um passo até mim, me encurralando contra a árvore.

A chuva continuava a cair sobre nossos corpos, minhas roupas estavam coladas à pele, como uma coberta fria e pesada.

Á água pingava de meu nariz, escorregava por minhas faces, e nublava minha visão.

Minhas mãos estavam tão geladas, que eu parei de sentir os dedos.

Os lábios dele estavam perto dos meus.

Ele chega mais perto e mais perto, enquanto eu fico parada.

Ele colocou sua mão na minha bochecha.

-Existem verdades que você vai odiar... ele murmurou

-Eu devo decidir sobre isso, não você. Eu respindi movendo minha mão cautelosamente para sua nuca, ele cerrou seus olhos.

-Você vai me odiar... ele sibilou num sopro de vida.

-Vou odiar mais suas mentiras. Respindi segura

Nossos lábios estavam perto o bastante, e num instante ele pressionou os lábios contra os meu.

O calor de seus lábios invadem todos os meus sentidos, eu congelo.

Os músculos dos braços dele circularam na minha cintura. Ele puxou-me até ele, e eu podia sentir a linha definida dos nossos corpos se conectando, pernas se enrolando em pernas, quadris pressionados em quadris, peitos arfando
em sincronia com o outro.

A chuva batia contra nosso rosto, vários trovões soavam forte no céu.

De repente Adriel deu um passo para trás.

- Eu preciso de um tempo- ele disse com um olhar sombrio. - Eu preciso ir. Ele sibilou desaparecendo do meu campo de visão.

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Lágrima Negra ( LIVRO I E II) Onde histórias criam vida. Descubra agora