Cap.10

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Na terça-feira na escola, só pensava no que aconteceria naquela casa.
Estávamos no recreio.
- O que foi - perguntou Guilherme.
- Nada, nada...por que?
- Você ta parecendo meio distante hoje.
- Estou preocupado, já não bastava você ter que trabalhar com meu Tio, aí ainda por cima vai ser na minha casa.
- Para de pensar nisso Iago, eu já conversei com seu tio, nós nos demos bem, não vai dar nada errado, esquece, vai dar tudo certo - ele falou com tom de voz suave tentando me acalmar - e eu sou um homem, eu sei me cuidar, tenho dezoito anos lembra.
- Isso não significa nada Guilherme, já viu o tamanho do meu Tio - eu disse arregalando os olhos - Já viu o tamanho dos braços dele? Se ele quiser te bater vai ser um estrago, não quero ver você apanhar.
- Eu não vou apanhar, a gente só precisa ser discreto e não se falar muito na sua casa.
- Ta bom.
- Agora vamos ali no banheiro!
- Pra quê? - eu disse rindo.
- Fiquei o fim de semana todo sem um beijo seu - ele respondeu com cara de safado - to com saudade dessa boca.
Fomos ao banheiro, nos beijamos por um tempo, em uma das cabines reservadas, pra não chamar atenção.
O sinal tocou, e voltamos pra sala.
Quando a aula acabou cheguei em casa, passei pela sala, deixei minha mochila jogada no pé da escada.
Atravessei a cozinha e fui para o quintal de trás.
Meu tio estava lá, sem camisa(tentação), de calça e botina, bem sujo de cimento, com uma enxada na mão, todo suado.
Roberto estava sentado em uma cadeira na sombra, conversando com ele.
- Cheguei - falei quando atravessei a porta de trás.
Um sorriso se estampou no rosto de Eduardo assim que me viu.
Ele parecia contente.
- Como foi a aula - perguntou Roberto.
- Foi boa.
- O almoço está pronto, eu e Eduardo já almoçamos.
- Poxa, não sabia que você cozinhava! - falei rindo - achei que tivesse pessoas que faziam isso pra você.
- Não - ele riu também - sempre gostei de fazer as coisas na minha casa, e também gosto de limpeza.
Todos rimos.
- entendi, então...vou lá almoçar.
Entrei novamente, arrumei um prato, fui pra sala e liguei a TV.
Alguns minutos depois de ter começado a almocar a porta se abriu.
Guilherme entrou, fazendo o estilo pedreiro sexy e estiloso.
Estava com uma calça meio colada no corpo, uma camiseta, e uma botina.
Ele veio atrás do sofá e beijou minha nuca.
- Guilherme, por favor - falei o repreendendo - meu padrasto, e pior meu Tio estão a alguns passos da gente.
- Eu sei, só queria te dar um beijinho - ele disse saindo de perto.
- E o combinado de não dar bandeira Guilherme.
- Ta bom, ta bom, não faço mais - disse ele levantando as mãos em sinal rendição.
- Ótimo.
- Então...vou lá - ele disse apontando pra parte de trás da minha casa - agora sou um trabalhador.
Rimos, e ele foi.

Terminei de almoçar.
Me levantei e estava indo levar o prato até a cozinha quando estava perto da escada, exatamente onde larguei a mochila, percebi Roberto andando em minha direção.
- Mas o que é isso?
- Isso o que? - perguntei confuso.
- No chão!
- Ah..minha mochila.
Ele chegou o rosto a um palmo do meu.
- E o que eu falei sobre gostar de limpeza.
Ele colocou uma mão em minha cintura, se abaixou lentamente e pegou minha mochila no chão.
Ele se levantou me entregou a mochila.
Eu comecei a andar novamente e quando ele ficou atrás de mim, ele deu um tapa bem forte na minha bunda.
- AI - me virei e ri.
Ele deu um sorriso bem safado que me desmontou.
- Não esquece - ele me apontou o dedo e piscou pra mim - limpeza sempre.
Voltei a andar, cheguei na cozinha.
Enquanto lavava meu prato mil coisas passavam pela minha mente.
Que porra foi aquela? Meu padrasto estava dando em cima de mim?

Tio Eduardo (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora