Capítulo 2

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Carol Bellini

No dia seguinte levanto assustada ao sentir o sol forte em meu rosto, olho no celular e já eram quase 10 da manhã, o despertador não havia tocado e me encontro atrasada pro primeiro dia de aula. Corro até o banheiro e tomo um banho rápido, visto uma blusa branca com uma calça jeans clara e calço um tênis preto, pego minha mochila e vou até o quarto do Austin. Realmente não queria falar com ele, mas era necessário.

Ele não responde e eu estava apressada, então novamente invado seu quarto. Ao abrir a porta vejo o moreno de costas, terminava de vestir sua camisa e dançava algo que pelo ritmo de seu corpo, provavelmente era funk carioca, mas para assim que se vira em minha direção e o sorriso de seu rosto some imediatamente. O garoto tira os fones e me encara.

— Vou mandar tirar a porta, ela tá aí de enfeite, né? — diz sério, revelando um completo mau humor.

— Eu bati, mas ninguém abriu. —  dou de ombros. — Estou atrasada e preciso de uma carona.

— Você tem que entender que o problema não é meu. E sai logo daqui que estou de bom humor hoje.

— Não quero me atrasar na primeira aula, não mais ainda...

—  Por que não pede carona pra sua amiguinha? — ele ignora a minha presença e coloca os fones novamente.

— Eu ainda tô aqui!

— Estou no meu quarto e não quero ouvir você

—  Qual amiguinha? — pergunto confusa.

— Talita, aquela que estava falando da minha vida contigo ontem.

— E você estava ouvindo a minha conversa?

— Você estava falando de mim. Não se meta em assuntos que não lhe dizem respeito, quer saber algo sobre mim, me pergunta.

— Mas você não iria responder!

— Se você não recebe uma resposta, é porque não deveria ter feito uma pergunta.

— Me desculpa, mas vai me dar a carona ou não?

— Está perdendo tempo, não tenho a primeira aula, só saio de casa depois das 11.

— Por que você não me disse antes?

— 'Ce não deixou, ficou puxando assunto.

— Tão idiota!

— Sai do meu quarto. — reviro os olhos e saio correndo dali. Vou até o apartamento da Talita, na espera de que ela possa me ajudar. Bato na porta e sou atendida por um garoto.

Confesso que sua beleza me deixa um pouco intimidada, o garoto de pele negra se encosta na porta e me encara arqueando uma das sobrancelhas, me fazendo notar o corte na do lado direito e me afastar um pouco da porta na tentativa de que ele não notasse meu nervosismo. Com seu peitoral a mostra, ele coloca sua destra dentro do bolso da calça e faz o gesto com as sobrancelhas novamente, esperando que eu dissesse algo.

— Diga aí, meu amor. — sou surpreendida por um sotaque certamente nordestino saindo de seus lábios e sorrio um pouco sem graça.

— Oi... A Talita está aí? — questiono ao recupero minha consciência, não estava mesmo esperando aquela visão.

— Sim, um minuto. Meu amor, tem uma garota querendo falar contigo. —  ele grita pra dentro do apartamento e volta a me olhar de cima a baixo, como se me conhecesse.

— Estou indo! — ouço sua voz um pouco distante, mas logo vejo a morena se aproximando. — Ah, essa é a Carol, amor, está dividindo o apartamento com o Austin. — ela explica assim que me vê e para ao lado do garoto, dando um beijinho em seu pescoço.

A cor do teu amorOnde histórias criam vida. Descubra agora