A cor do teu amor

Capitulo 34

Alinne Monet

Já havia passado da hora de encarar meu pai de uma vez por todas, sabia disso há anos, não posso ser uma adulta se permitir que ele me arraste entre países como uma criança que não sabe cuidar de si. Estava decidida, mas não acreditei quando encerrei a ligação com ele, onde havíamos marcado um jantar e eu o contaria de minha decisão, vou ficar no Brasil por quanto tempo eu quiser.

Por mais que fosse fazer isso sozinha, queria o apoio dos meus amigos comigo, então convidei Austin, Carol, Drake e Isaac, mas os dois últimos afirmaram não querer ir e ter outro compromisso, respectivamente. O clima com Drake não melhorou depois da nossa conversa, ele é seco comigo a maior parte do tempo, talvez ele não queira ser meu amigo, só queira se divertir, não quero acreditar que ele é desse tipo, mas, infelizmente, é a conclusão que posso ter no momento.

Termino de colocar o salto preto nos pés ajeito o vestido vermelho, tentando não amassar o tecido de cetim, passo um pouco mais de perfume e pego minha bolsa, caminhando até a sala onde encontro apenas Austin e Carol, era o óbvio, mas eu tinha esperança de encontrá-lo ali.

— Você está linda, perfeita pra buscar sua independência! — Carol brinca e rimos, analiso por um momento seu vestido amarelo com uma abertura nas costas, adaptado para um jantar privado na casa do meu pai.

— Vamos? — Chama o loiro de terno, já na porta e com um guarda-chuva em mãos. — Só temos esse, mas eu protejo as madames até o carro.

— Ah, muito obrigada, cavalheiro. — digo lisonjeada, colocando a mão no peito e acompanho o casal para fora do apartamento de Drake.

Na portaria do prédio, a chuva é intensa e Austin abre o pequeno guarda chuva, avisando que irá levar Carol até o carro do outro lado da rua e volta para me buscar, assinto e permaneço debaixo do toldo, me protegendo, enquanto observo o casal correr na chuva, rindo da situação. Uma mão firme segura minha cintura, me assustando um pouco, mas sorrio ao ver Drake ao meu lado, vestindo uma camisa preta com uma jaqueta jeans por cima, o mais Drake possível.

— O que? Não esperava um terno, né? É teu pai, não o papa. — ele resmunga e segura minha bolsa.

— Sendo bem sincera, não sei qual a razão de Austin estar vestido assim. — confesso, não conseguia não reparar.

— Maluco. Tá pronta? — sua pergunta me deixa confusa, até que o garoto segura minhas pernas, me colocando em seu colo e sai correndo em direção ao carro.

— Não cai, por favor! — peço, em meio a risos.

— Nem consigo ver meus pés! — ele avisa enquanto somos encharcados pela chuva. A porta é aberta com rapidez e ele  entra no carro, me deixando em seu colo para ser mais rápido. — Eu li que se a gente corre, fica mais molhado.

— E veio correndo do mesmo jeito! — reclamo, dando um tapa em seu braço me sento no banco.

— Tudo pela diversão.

— Era só ter esperado o guarda chuva. — Austin argumenta e dá partida no carro.

— Tudo bem, vamos repassar os combinados da noite? Sem brigar com o meu pai, sem sarcasmo, ironia ou qualquer piada que o irrite... É ridículo eu ter que dizer, mas, sem bater no meu pai.