Capítulo 3

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Austin Fernandes

Ao acordar na manhã do primeiro dia de aula do semestre a única certeza que tinha era que não conseguiria aguentar minha colega de quarto por muito tempo. Curso arquitetura na faculdade e havia trabalhado as férias inteiras pra comprar os matérias que acabei quebrando na hora da raiva do dia anterior e teria que me virar em dobro pra recuperar tudo e não ficar atrasado nas matérias.

Não posso culpá-la por o estrago, estava irritado com muitas coisas e tudo acabou se acumulando e infelizmente descontei na garota, obviamente não justifica minha atitude agressiva, notei que ela se assustou e até pensei em pedir desculpas, mas quando meu quarto foi invadido pela manhã achei não ser mais necessário.

Um tempo depois que a garota saiu do apartamento, Drake me ligou e disse que falou com ela, a achou legal e tranquila. Espero que seja mesmo, talvez eu a tenha conhecido em um dia ruim. Espero até as 11 horas e saío de casa, pego minha moto no estacionamento e dirijo até a faculdade. Assim que chego  vou direto até a sala do Professor Marcelo, precisava conversar com ele sobre o equipamento quebrado, a maioria era pra sua aula.

O encontro preparando a aula em sua sala, dou umas batidas na porta para chamar a atenção, ele me olha e faz sinal para que eu entre.

— Licença, professor.

— Pode entrar, Austin, mas ainda está cedo pra minha aula. — o homem de cerca de 30 anos responde.

Certamente é o professor mais novo da faculdade e o mais gente boa, talvez por ser quase da nossa idade. Marcelo tem cabelos pretos, pele clara e é um pouco forte, usa óculos e sua barba sempre está feita, típico professor de filosofia no ensino médio que dá aula na faculdade nas horas vagas.

—  Eu sei, é que preciso falar com o senhor. — digo nervoso, o fazendo rir.

— Qual o problema dessa vez?

— Então... 'ce fez a lista de materiais antes do começo das aulas, eu juro que comprei tudo, mas tive um problema e eles quebraram. — explico apoiando as mãos atrás da cabeça e recebo uma feição preocupada como resposta.

— Esse problema tem um nome específico?

— Não, foi mais um acúmulo de tudo, passei do limite no estresse.

— Aí você me complica, Austin. — ele balança a cabeça negativamente, aparentemente tentando encontrar uma solução.

— Eu sei, não pensei nas consequências na hora. Tenho um emprego, só quero um tempo pra poder comprar tudo novamente, alivia essa pra mim, Marcelo!

— Infelizmente, não posso fazer nada, Austin, você não pode ter mais tempo para entregar as maquetes.

— Eu entendo, apenas queria explicar a situação, vou tentar conseguir um adiantamento do salário pra não ficar muito prejudicado. — sorrio forçado. Provavelmente não conseguirei nada no trabalho.

— Estou aqui disposto a te ajudar, sei de seus momentos difíceis e lutas, mas realmente é algo complicado.

— Tá tudo bem, já é ótimo que o senhor tenha entendido e já me ajudou muito nesses últimos anos, sei que as vezes não dá.

— Certo, já pode sentar, a aula vai começar. — concordo e vou até o lugar que costumo me sentar junto com Drake, ele cursa engenharia e acabamos tendo algumas aulas juntos.

A cor do teu amorOnde histórias criam vida. Descubra agora