Lágrima Negra ( LIVRO I E II)

Capítulo ( 29 )

Acordei com meu estômago embrulhado, minha visão turva e meu pescoço latejava de tanta dor, tudo dentro de mim estava sufocando.

-Você está bem? perguntou Adriel deslizando meu cabelo para trás da minha orelha.

-Meu estômago... eu murmurei com a voz fraca

-Seu corpo esta se transformando aos poucos - ele diz me puxando para um abraço terno.

Eu enterro meu rosto em seu peito, e fechei os olhos, inspirando seu aroma inebriante.

Lágrimas se formam nos meus olhos, elas não deslizam no meu rosto, elas se escancaram. Caem aos montes.

Totalmente perceptível.

Tinha vontade de gritar. Sumir para sempre.

Adriel desliza suas mãos por meus braços, e faz círculos em minhas costas, como forma de conforto.

Depois de algum tempo, senti meus olhos pesarem, e sei que eles se fecharam em algum momento.

**

Abro meus olhos, lentamente, e sinto um movimento constante de respiração logo abaixo de mim, meus olhos fazem um movimento para baixo, eu estou deitada no peito de Adriel, meus braços estão enroscados em sua cintura, e os braços dele, estão protectoramente à minha volta. Suas pernas estão enroscadas nas minhas.

Olho para seus olhos, e vejo que ele esta em um sono profundo.

-Adriel?- Murmurei

-Hmm- Ele resmungou

-Acorda- Disse, enquanto tento desvencilhar-me dos seus braços.

Ele abriu seus olhos azuis lentamente, e olhou em minha direção com as pálpebras semicerradas.

-Bom dia Elise- ele sussurrou com uma voz grave.

Embora já acordado, seus braços permaneceram firmes ao meu redor. Senti as batidas rápidas e desenfreadas do meu coração contra minha caixa torácica.

Meu estômago se contorceu, os pelos dos meus braços eriçaram, apenas por sentir sua respiração contra minha nuca.

Ele deslizava seus dedos pelas minhas costas.

Depois de alguns minutos em silêncio, eu dei um pequeno sorriso, e sai do seu abraço.

Ele levantou da cama, seus cabelos loiros estavam bagunçados pelo sono, seus olhos inchados.

Ele esboçou um pequeno sorriso no canto da boca.

-A manhã eu vou te levar até Ariadne- Ele anunciou caminhando até a minha janela.

-Ok.

- Preciso ir. Eu sei que é sábado, e você deve querer sair com sua amiga, no shopping ou algo do género, mas evite. Fique em casa, se puder.

-Tudo bem -Murmurei ainda sonolenta

-Te vejo depois. - Ele disse abrindo a janela.

Assisti ele saltando pela janela. Joguei meu corpo na cama, e fiquei apenas olhando um ponto vazio.

O dia passou lento e chato, na hora do jantar, não consegui colocar nada na boca.

Sentia meu corpo ardendo, como se estivesse em chamas.

Meu sangue fervia, sentia uma escuridão se apoderando de mim. Sombras me envolviam, e terrivelmente cresciam dentro de mim, causando uma espécie de torpor.

Olhei atentamente para as veias de Brooke. Uma veia saltou acima da sua têmpora. Eu vi a veia tremendo, o sangue pulsando nela.

Minhas gengivas doíam, meu peito arfava.