Capítulo 9

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Chego em casa cansada, estou morta, Marcela me liberou por hoje, disse que já teve filho e sabe como é. A Renata teve que voltar, ela só me deixou na porta de casa e foi embora.

Comprei tantas roupinhas, sem falar nas que a Renata deu a ela. Nossa, eu acho que sou capaz de passar a noite inteira olhando essas roupinhas.

Coloco tudo em meu guarda roupas, isso me fez lembrar que eu tenho que juntar mais dinheiro para comprar o guarda roupas dela e o berço.

- Oi filhinha.- Converso com ela.- A mamãe está tão feliz. Não vejo a hora de ver seu rostinho, mas não precisa se apressar, pode se preparar o tempo que quiser. Quando estiver pronta, a mamãe vai estar aqui, viu? A tia Renata e a tia Michele também. Vou te contar um segredinho, a mamãe não sabe cuidar de crianças. Mas eu vou fazer o meu possível e impossível para cuidar de você.- Fico acariciando minha barriga.- O papai, bom, eu não faço idéia por onde ele anda. Mas ele não irá saber de você, eu estou fazendo o certo, não é?- Sinto um bolo criar em minha garganta.- A mamãe vai contar tudinho para você, é só o papai que não irá saber de você. Não é que eu tenha vergonha ou medo de contar sobre você, é apenas porque o papai não merece saber.

Vou para o banheiro e sinto minhas lágrimas querer vir, tento segurar ao máximo, mas os hormônios da gravidez não me ajuda nesse momento.

Entro de baixo do chuveiro e tomo um banho quente, esta frio. Não quero me esfriar e acabar fazendo o meu saco de bolha sentir frio também.

Saio do banheiro e coloco um short de malha e uma blusa regata fininha. Quando vou fechar o guarda roupas, vejo algo preto. Eu não tenho isso.

Quando o pego, meu coração se aperta e eu começo a chorar de verdade. É o paletó do Olliver, que droga, por que eu não devolvi?

- Seu idiota, por que teve que me deixar assim?- Coloco o paletó em meu nariz, ainda tem o cheiro dele.- Eu te amava tanto.- Sussurro.

Vou para a cama e me deito com o paletó ao meu lado. Isso foi a gota d'água, era apenas o que faltava para eu lembrar dele. Não que eu nunca lembro, esse infeliz está aonde vou.

Começo a lembrar das noites juntos e nossas noites de amor. Porque sim, o que a gente fazia era amor. Não sei para ele, mas para mim era isso.

" - Amor, vamos tomar café?- Olliver me pergunta.

Eu estou deitada depois de mais uma maratona de amor. Me encontro com a cabeça em seu peito e minha mão em seu abdômen, nossas pernas entrelaçadas e ele faz carinho em minhas costas nua.

- Não, quero ficar.- Choramingo e ele rir.

- Acredite, eu também queria.- Diz e me puxa mais para cima.

- E se fizéssemos outro café da manhã?- Pergunto e mordo seu lábio.

- De novo?- Pergunta e rir.- A senhora está se tornando uma bela insaciável.- Beija meu pescoço.

- Para de me zoar.- Bato em seu peito nu.

- Não estou zoando, amor.- Beija a minha orelha e vai descendo os beijos.- Eu te amo, Sofia.- Ao escutar isso, meu corpo para, minha respiração fica acelerada.

- Você o que?- Eu preciso ouvir de novo, preciso saber se escutei direito.

- Eu te amo.- Diz agora olhando em meus olhos.

Tomo seus lábios nos meus, não tinha palavras para dizer, então é melhor um beijo. Afinal, um beijo fala mais que mil palavras."

Ao lembrar desse dia maravilhoso, o meu choro saiu ainda mais sôfrego. Como ele pode dizer que me ama e no outro dia beija outra mulher?

Laços do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora