Capítulo 32

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Sofia

O sol já apareceu, mas eu não preguei os olhos nem por um só minuto. As palavras de Olliver ainda estavam rodando frescas em minha cabeça.

Eu tenho plena consciência de que tudo o que ele disse era real, eu fiz várias coisas que ele falou, mas o que ele quer que eu pense?
Mas aí eu volto para as palavras de Rebeca, ela já tentou nos separar uma vez, por que não uma segunda? Se ela fez isso de novo, eu irei estrangula-la.

Mas o Olliver admitiu que mandou a mensagem pra ela, será se ele só falou aquilo mesmo? Será se a Rebeca só quis conversar?

Eu quero acreditar em Olliver, mas a tormenta que fica em minha cabeça me faz ficar insegura e confusa. Não sei o que eu faço.

- Ahh, mamãe, nem tá dumindo.- Manu acordou e fez biquinho.

- Quem disse?- Perguntei e fechei meus olhos.

- Oba.- Manu manifestou e a senti sentar em cima de mim.- Acoda, mamãe, acoda, mamãe.

- Raa.- Fingi que iria morde-la e a joguei na cama. Riu.

- Pala, mamãe. Se solta, se solta, mamãe.- Comecei a ri e me joguei ao seu lado.

- É "me solta".- Falei ainda rindo.

- Vamo covar.- Se sentou na cama.

- Vamos escovar, sim.- Sorri e me levantei.

- Cadê o papai?- Perguntou se levantando também.

- Papai teve que ir lá na casa dele, mas ele disse que volta para poder te levar na escola.- Ela sorriu.

- Oba.- Gritou feliz.

Manu escovou rapidamente e eu tive que ser rápida também, já que ela queria vestir o uniforme antes que o papai chegasse. Ela não gosta de ficar um minuto longe do Olliver, será se ela puxou isso de mim?

Não, não, Manu não puxou nada, eu posso ficar minutos, horas e dias sem ver o Olliver.

Meus pensamentos foram quebrados quando escutei uma batida na porta. Manu correu o mais rápido que pode, como se conseguisse abrir a porta.

- Oi.- Ele disse assim que abri a porta.

- Papai, papai.- Manu grudou em suas pernas.

- Oi, meu amor.- Olliver agachou e a abraçou.- Dormiu bem?

- Não, papai. Ela pala você dumi comigo.- Fez biquinho.

- Oh, filha, depois o papai dorme com você, tá?- Beijou a testa dela.

- Tá.- Sorriu e abraçou o pescoço dele.- Vamo pala a escolinha?

- Vamos sim, princesa.- Olliver a pegou no colo.

Entrei novamente e peguei a mochila de Manu, entreguei ao Olliver e fui terminar de me arrumar.

Calcei a minha sapatilha já surrada, arrumei os cabelos e voltei para a sala. Olliver estava sentado no sofá com a Manu no colo, ela estava tentando colocar o dedo na boca dele.

- Eu vou morder.- Olliver avisou.

- Mode não, papai.- Ela riu.

- Se você não tirar esse dedinho daí eu mordo.- Olliver avisou novamente.

- Mode não.- Gritou eufórica e estava rindo como se tivesse contado uma piada.

- Pensei que já tivesse ido.- Anunciei minha presença.

- Ah, oi. Estava te esperando.- Ele avisou, mas o sorriso que tinha no rosto sumiu.

- Não precisa.- Peguei minha bolsa do sofá.

Laços do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora