Capítulo 10

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Meu Deus, não sabia que para colocar um bebê no mundo doía tanto. Caramba, pensei que fosse frescura dessas mulheres, mas vejo que não é.

Mas valeu muito a pena, ainda não vi a minha bebê, já se passarão três horas, estou quase para ficar louca. Eu me acostumei com a minha bebê, não consigo mais ficar longe dela.

Pouco depois, a porta é aberta e por ela passa uma enfermeira, meu coração bate mil vezes mais rápido ao vê-la com um pacotinho nos braços.

Meus olhos se enchem de lágrimas e logo começo a chorar, não acredito que a minha filha vai estar em meus braços, comigo para o resto da minha vida.

- Tem gente querendo a mamãe.- A enfermeira diz com voz de criança.

- Minha filha.- Sussurro enquanto minhas lágrimas rolam tranquilamente pelo meu rosto.

- É seu primeiro filho?- Pergunta e eu balanço a cabeça.- Então eu vou te ajudar a pegar ela e dar mamar.

Sorrio e soluço. Ela coloca a minha preciosidade em meu colo e vai me dando as dicas de como segura-la. Ela é tão linda, as bochechas carnudas e rosadas, nariz e boca tão pequenos, seus olhinhos fechados em um sono profundo.

- Vamos lá, mamãe, ela precisa ser amamentada.- Ela diz e eu sorrio.

Abaixo a alça do meu vestido de paciente, chego seu rostinho mais perto do meu seio e ela logo começa a dar um chorinho baixo, mas está bem nervosa.

- Por que ela está assim?- Pergunto preocupada.

- Ela sentiu o cheiro do leite.- Responde sorrindo.

Sorrio e ela fica mais nervosa quando encosto seu rosto mais perto. Sua boca procura por meu seio e coloco o bico em sua boca, ela continua com um chorinho mas logo começa a sugar.

- Que coisa mais linda.- Digo maravilhada.

- Tem uma bela filha.- A enfermeira sorri.- O pai deve ficar orgulhoso quando vê-la.

Apenas balanço a cabeça, não quero estragar esse momento. É tão lindo ver a minha filha mamando, mesmo doendo, mas é maravilhoso ver.

Passo minha mão de leve em seus cabelos claros, e volto a chorar. Eu esperei tanto por esse momento, eu vou aproveitar cada momento com a minha filha, eu vou aprender cuidar dela com a mais calma possível.

Beijo seus cabelinhos e eu tenho vontade de aperta-la, é tão linda!

Sua sugada é forte, fico abismada, é a primeira vez dela e a minha garota já sabe mamar. Nossa, estou tão feliz.

Começo a lembrar do Olliver, ele queria saber que tem uma filha, não é? Não, ele não vai ficar sabendo, ela é minha, somente minha.

- Vou te deixar a sós com ela, depois eu volto.- A enfermeira diz e logo sai.

Fico ali mais um momento a admirando, quando parece que ela está satisfeita ou porque dormiu, ela larga o bico do meu seio e fica com a boquinha aberta.

Fecho devagarinho a sua boca e fico acariciando seu queixo. Sorrio e a trago ainda mais para perto de mim e beijo sua testa.

- A mamãe ama tanto você.- Sussurro.- Você foi a melhor coisa que fiz.- Uma lagrima salta dos meus olhos.

Passo meu nariz em seu rostinho. Ajeito a manta em seu corpo e a embrulho mais, ela deve estar com frio.

Fico ali, apenas a olhando e a cada segundo, vejo que ela é meu tudo, não há nenhum resquício de arrependimento. Agradeço muito a Deus por me dar essa linda menina.

- Você tem cara de Emanuelle.- Digo e brinco com suas bochechas carnudas.- Isso, Emanuelle.- Sorrio e beijo sua cabecinha.

A porta é aberta e por ela passa a Renata, Michele e Marcela. Cada uma com balões rosas nas mãos, Renata tem um ursinho rosa, a Michele tem um sapatinho verde e a Marcela uma cenoura de pelúcia.

- Olha só, mamãe, o batalhão de gente que veio te visitar.- Faço vozinha de criança.

- Aí meu Deus.- Renata solta um gritinho reprimido.- Como ela é linda.

- Linda é pouco, é uma diva.- Michele grita do outro lado.

- Se prepara, Sofia, essa daí vai dar trabalho com os gatinhos.- Marcela me alerta.

- Não, ela é minha.- A abraço e fecho meus olhos.

- Vai pensando.- Michele rir e as outras a segue.

- Me da ela.- Renata pede e coloca os balões em cima da mesinha ao lado da minha cama.

- Ah não.- Resmungo e a seguro mais forte.

- Ah não quem diga é eu.- Rebate.- Vamos, quero pegar essa coisa mais linda.- A toma dos meus braços e eu sinto um vazio.

- Não leva a minha filha.- Peço com lágrimas nos olhos.

- Não vou para canto nenhum.- Ela diz e quando me vê com os olhos cheios de lágrimas arregala os seus.- O que foi?- Me pergunta.

- Eu só não quero ficar longe dela.- Sussurro.

- Ela não vai sair daqui.- Michele se senta ao meu lado.- Ela é sua.- Me tranquiliza.

- Só minha.- Fecho meus olhos e suspiro.

- Não.- As três fala ao mesmo tempo e começamos a rir.

Ficamos ali curtindo a minha linda filha, até que ela começou a chorar e eu a peguei, assim que fiz isso, a enfermeira entra, dizendo que a visita havia terminado.

As três saíram prometendo voltar.

Coloco a minha pequena bolinha ao meu lado e cheiro seu pescoço. A abraço com cuidado e ali eu me permito chorar baixinho. O idiota do Olliver pode ter me machucado bastante, mas eu ainda o amo, posso ser uma burra, mas eu não posso controlar esse sentimento.

(...)

Depois de dois dias de observação no hospital, hoje é o meu dia de saída. Estou mais do que feliz, eu não gosto de hospital, eu quero aproveitar a minha bebê em casa.

Coloco o sapatinho em minha gatinha e a pego da maca. Coloco a bolsa em meus ombros e saio do quarto com a minha bebê, Marcela disse que nos pegaria na porta do hospital.

Chego na porta e a encontro, ela já está do lado de fora. Marcela era uma coisa com a minha filha ainda na barriga, imagina agora que ela nasceu.

- Emanuelle.- Ela grita e corre ate a mim.- Me da essa gorducha um pouco.- A pega dos meus braços.

Depois que ela paparicou um bocado a minha filha, saímos do estacionamento e fomos para o meu apartamento.

Ao entrar em meu quarto, tive uma surpresa. O berço da Manu já estava ali, o guarda roupas e uma faixa na parede com o nome dela. Minha cama tinha um lençol vermelho e estava tudo lindo.

- Quem arrumou?- Pergunto emocionada enquanto a Marcela está paparicando a minha filha de novo.

- Eu, Renata e Michele.- Diz e volta a sua atenção para a Manu.

Entro no quarto e me deito em minha cama, que saudade.

- Tenho que ir, Sofia.- Marcela coloca a Manu no berço.- Com umas novas garçonetes que coloquei, não posso confiar muito.

- Eu entendo, pode ir, Marcela, obrigada.- Ela sorri.

Vai até a Manu e beija a sua testa e logo se despede de mim. Saí e eu levanto, pego a Manu e a coloco do meu lado, preciso sentir ela, e dormir sentindo o seu calor e ouvindo sua respiração.

Ela me lembra tanto o Olliver, principalmente quando ela abriu seus olhinhos e vi olhos azuis. Não culpo a minha filha por isso, eu jamais faria tal coisa.

Ela é linda do jeito que é, não importa se ela puxou o pai, o que posso fazer? Ele é o pai da minha filha, de um jeito ou de outro, estamos ligados.

Durmo ali, agarradinha com a Manu, ela é tudo pra mim, farei o meu possível e impossível para faze-la feliz.

Laços do destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora