CAPÍTULO 16- RESGATE

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Mesmo antes de conseguir chegar em casa, Kurama já conseguia pressentir aquela aura negativa que emanava de algum lugar próximo. Ele usou seus sentidos para tentar desvendar de onde aquela energia maligna estava vindo, já que as ondas que chegavam até ele eram relativamente fracas.

Eram as mesmas energias que pode sentir nos dois homens que abordaram Kagome e ele alguns dias atrás e da mulher que tinha ido se encontrar com ele.

"- Quando o túnel de ligação foi aberto, você foi até nosso lar. E liberou sua energia maligna lá.

- Foi assim que me descobriram, então?"

Se aqueles dois acontecimentos não tivessem ocorrido tão próximos: sua ida não planejada ao Makai e seu reencontro com a garota que havia procurado por toda uma vida... de alguma maneira, a sensação de que a usariam para atingi-lo era quase certa.

O cheiro forte e carregado daquela mulher indicava que ela deveria ser um pouco mais forte do que os outros que ele havia encontrado. Youkais parasitas em si não podem fazer muito além de usar as habilidades do hospedeiro. E se o hospedeiro fosse muito forte, logo eles seriam expulsos.

Kurama decidiu ir atrás da origem das ondas de energia. Hiei havia dito que os mesmos tipos de elementos o estavam vigiando. Cada vez mais Kurama suspeitava de algo maior do que haviam enfrentado pouco tempo atrás.

"- Existe alguém por trás de vocês, não é?

- Claro que sim. E quando ele manda, nós apenas fazemos. Estamos esperando ele nos dar o sinal positivo para o revelarmos a você."

Assim que Kurama deu alguns poucos passos, duas pessoas - uma garota colegial que não devia ter mais idade que ele, e o outro, um homem mais velho e com uma aparência séria - ambos estavam no mesmo estado de transe que todos os que eram dominados por parasitas entravam. Olhos vidrados, cabeça baixa e andar cambaleante.

- Kurama Youko - disse a garota. Sua voz era fina e devia ter um tom angelical, se não fosse pela possessão - Precisamos que venha conosco.

Ambos pareciam desarmados e não tinham força espiritual alta o bastante para vencê-lo, mesmo estando em maior número.

- Nos encontramos antes - o homem disse, ele vestia uma roupa tradicional, como se trabalhasse num templo - Vestíamos outros corpos.

"Vestíamos". Kurama sentiu nojo ao ouvir essas palavras.

- A garota - a menina disse, com a voz começando a ficar rouca - Num impulso impensado eu a cortei aqui...

A garota levantou um dos dedos e apontou exatamente para a parte do rosto em que Kagome tinha sido ferida.

- Sinto muito, ainda mais porque o mestre se zangou comigo - ela sorriu, deixando em dúvida se tinha se arrependido ou não.

- Eu não pretendo entrar no jogo de vocês - Kurama disse, firme - Se quiserem tratar comigo, que mandem seu mestre vir ele mesmo. Não tenho tempo para perder com subordinados que precisam se apossar de outros corpos para viver. Youkais como vocês me fazem querer vomitar.

- Interessantes palavras vindas de um Youkai que se apossou de uma forma humana para viver nesse mundo - o homem velho disse, rindo.

Kurama franziu o cenho, começando a ficar irritado.

Antes que ele pudesse falar qualquer outra coisa, uma aura azul e efêmera começou a se aproximar. Kurama percebeu que era Yukineko, e assim como os youkais parasitas, esperou que o Nekomata se materializasse.

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