CAPÍTULO 17- PRISÃO VIVA

109 12 11
                                    

 Estar dentro da Prisão Viva não poderia ser comparado a nada que Kagome tivesse visto ou ouvido falar, até mesmo em filmes ou livros de ficção. Aquele lugar parecia estar literalmente vivo. As paredes, que eram feitas de vários tipos de raízes e plantas, se moviam e se acomodavam umas nas outras, deixando cada vez menos brechas para escapar.

As cores variavam entre verde, marrom, algumas nuances de roxo e vermelho sangue. Os cipós que ficavam pendurados pareciam querer agarra-la sempre que ela esbarrava neles, envolvendo-a como se fossem braços. As flores de cores e aparências estranhas brotavam involuntariamente, e sabe lá que tipo de mal elas poderiam causar.

Sua mão, que tinha sido queimada ao encostar numa das raízes de cor verde escura, parecia estar ficando dormente. Era um mau sinal.

Kagome sentia o cheiro que aquelas plantas exalavam, cheiros fortes, provavelmente indicando que em alguma parte daquela jaula havia uma raiz capaz de emanar gases tóxicos.

Ela sentia cheiros familiares. O que era bem estranho, já que tudo aquilo parecia ter saído de um livro de fantasia. Ainda atordoada, aquele cheiro levemente conhecido a fez tentar manter a mente em foco. Ela deu alguns passos, desviando dos muitos perigos que aquele lugar oferecia, para tentar chegar mais próxima da planta que a fazia se lembrar... lembrar do quê, mesmo?

Uma das flores malcheirosas tentou picá-la. Por sorte, num reflexo rápido Kagome desviou. A flor amarela tinha um ferrão negro que certamente a mataria.

Mas de qualquer forma, ali estava a fonte do aroma já conhecido. Um cipó verde claro, coberto por espinhos da mesma cor, pendurado solitário em meia àquela jaula. Tinha um cheiro doce como o de uma rosa, era o único em meio a todos os outros. Kagome queria tocar, mas sua mão ferida insistia em alertá-la que não era uma boa ideia.

Um cipó naquele formato parecia um chicote, olhando de um certo ângulo.

Kurama.

Shuichi Minamino. Então tinha mesmo alguma coisa de especial nele, no final das contas. Se aquela mulher estivesse dizendo a verdade, ele saberia como tirá-la dali.

O problema era que estar presa naquela situação havia deixado sua cabeça zonza. Ela tinha a sensação de que tudo parecia familiar, mesmo sabendo que nunca havia visto nada igual.

A aura da mulher. Antes, quando ela a havia abordado na rua, Kagome só enxergava uma pessoa como outra qualquer, mas pouco antes de ser presa conseguiu ver claramente uma aura escura e pesada em volta dela, como se aquele corpo estivesse sendo controlado por alguma força maior. Estranhamente, ao olhar para suas mãos agora, via uma nuvem fraca que as envolviam, uma luminosidade baixa e levemente lilás.

- Kagome! - ela ouviu a voz de Shuichi do outro lado da parede de raízes.

Ela não conseguia falar. Continuava olhando para as mãos, que reluziam enquanto ela as moviam de um lado para o outro.

Existia alguma coisa dentro dela que precisava sair?

X

- Yukineko – chamou Kurama, que estava controlando a raiva o melhor que podia.

- Hm? - respondeu, levemente assustado com o olhar fulminante que Kurama sustentava, fazia com que ele se lembrasse do antigo Youko.

Kurama fez brotar do chão abaixo de seus pés incontáveis galhos secos, que se espalharam pelo galpão e se enroscaram nos três parasitas tão rapidamente que eles nada puderam fazer.

Kamatari e Koga ainda tentaram se livrar dos galhos que os apertavam, porém Shiro permaneceu imóvel. Em parte por saber que era inútil e por outro lado já não restavam forças dentro daquele corpo para lutar.

REINCARNATIONOnde histórias criam vida. Descubra agora