Capítulo 17

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Por outro lado, nada os impedia de dormirem na mesma cama algumas noites. Ninguém precisaria saber.

Pensando bem, nada a impedia de procurá-lo imediatamente. Ainda era cedo. Bella só chegaria para o trabalho em uma hora, e Sam nunca tivera o hábito de sair da cama antes das dez, a menos que fosse obrigada.

Sorrindo, levantou-se e foi até o quarto de Nick. Fechou a porta com cuidado, despiu-se e deitou-se ao lado dele na cama, excitada com a visão do corpo nu sob o lençol branco.

Ele resmungou alguma coisa, mas continuou dormindo. Ousada, enlaçou-o pela cintura e beijou-o na nuca, certa de que fariam amor com toda a paixão da noite anterior.

Mas, ao ver os olhos cinzentos abertos e alertas, Maia só conseguiu pensar em uma palavra. Choque. Nick estava chocado com sua presença. E no instante seguinte, a surpresa deu lugar ao aborrecimento.

- O que pensa estar fazendo? Abalada com a frieza do tom de voz, ela buscou refúgio no sarcasmo. - Não foi isso que disse ontem à noite. - A noite passada não devia ter acontecido. Pensei que pudesse me conter meu desejo, mas... Diabos! Você é uma menina de dezenove anos! - Não sou nenhuma criança. E também desejei tudo que aconteceu.

- Você ainda nem sabe o que quer. - É claro que sei! Amo você, Nick. E o desejo é parte integrante do amor.

- Nem sempre.

- Se está dizendo que não me ama, eu já sei, e não importa. - Era mentira, mas tinha de manter um mínimo de dignidade. - Fico feliz por estar com você. É o bastante.

- O que aconteceu ontem não vai se repetir. - Se está preocupado com a possibilidade de uma gravidez, relaxe.

Tomo anticoncepcionais há três meses.

- Para quê? - Para regular minhas taxas hormonais. Ordens médicas. Você foi o único homem a quem me entreguei.

- Eu já havia percebido. - Então sabe como é especial para mim. - Pelo amor de Deus, não comece a falar de amor novamente. Você nem sabe o que é isso.

- Quer parar de me tratar como se eu fosse criança? Do que tem medo? Acha que vou pedi-lo em casamento? Esqueça! Tenho tanto interesse por isso quanto você!

- Ah, é? E o que pretende ser? Minha amante? - Se você quiser... - Saia daqui! Maia sorriu. Sabia que ele a desejava, que estava nervoso por não conseguir controlar esse desejo, e a certeza a enchia de confiança.

- Não quer que eu saia. - E colou o corpo ao dele, movendo-se de maneira provocante.

- Quer? Nick levantou-se como se houvesse sido picado por uma serpente. - Você tem dez segundos - disse. - Estou falando sério, Maia.

Quero que saia do meu quarto.

Ela também se sentou, tentando decidir o que fazer. Podia optar pela saída mais covarde e cumprir a ordem que acabara de receber, ou desafiá-lo e assumir as consequências... Quaisquer que fossem.

Nick ficou tenso ao sentir o dedo deslizando por suas costas.

- Já aconteceu - Maia murmurou. - Que diferença faz se acontecer novamente? Já disse que não corro o risco de ficar grávida.

- Não existe um método totalmente seguro, sua tola. - Ontem à noite você não se preocupou com isso. Não sabia se eu estava protegida ou não. E nem por isso se deteve.

Ele riu com amargura.

- Depois de vê-la flutuando naquela piscina, como esperava que me controlasse? Nem toda a fúria do céu teria me detido! E agora vou ter de viver com as consequências do que fiz.

- Se usar uma proteção da próxima vez, eliminaremos os riscos a um patamar insignificante - ela opinou, tentando ser prática e razoável. Pousou os lábios onde havia deslizado o dedo, estendendo a língua para provar o sabor de sua pele. Era impossível aplacar o clamor que crescia dentro dela - Não vou sair daqui - afirmou com segurança. - É melhor conformar-se. Quero você, Nick. Agora! Neste minuto!

Por um momento, enquanto ele não tentou se afastar, Maia acreditou ter vencido. O movimento súbito que o pôs em pé deixou-a aturdida e embaraçada. Ajoelhada no meio da cama, ficou parada enquanto ele vestia o robe que apanhou nas costas de uma cadeira.

Quando se virou, Nick estava novamente no comando da situação, o rosto rígido e inexpressivo.

- Não sou eu que você quer - disse. - É só o sexo. E a culpa é minha, devo admitir, por ter permitido que conhecesse o sabor da paixão. Mas a história termina aqui. E agora que já acertamos tudo, vai sair, ou prefere que eu a ponha para fora?

Maia pensou em lançar mais um desafio, mas manteve a boca fechada. Ele ainda a queria, e os dois sabiam disso, mas não havia como duvidar de sua determinação.

Constrangida com a nudez que até então exibira orgulhosa, levantou-se, vestiu a camisola e respirou fundo. A ousadia desaparecera. Tudo que restava era a dor causada pela rejeição.

- Vai me mandar de volta para casa? - perguntou com voz embargada.

- Seria a decisão mais sensata sob todos os pontos de vista. Mas prefiro esperar até ter certeza de que não haverá nenhuma repercussão.

- E se houver? A pausa pareceu interminável. - Vamos ter de lidar com as consequências - ele disse finalmente. -

Você não tem chinelos?

Ela balançou a cabeça, evitando encará-lo. Temia perder o pouco respeito que ainda tinha por si mesma e implorar para não ser mandada de volta.

- Vou tentar ficar fora do seu caminho - declarou. - Lamento tê-lo incomodado.

Saiuantes que Nick pudesse responder se é que ele pretendia oferecer algumaresposta, e fechou a porta com uma firmeza nascida do desprezo por si mesma. Senão havia feito de papel de idiota antes, com certeza conseguira realizar afaçanha naquela manhã. Mas Nick estava enganado com relação a um ponto daquestão; era mais que sexo. A ideia de nunca mais vê-lo, se ele a fiz esse deixar Barbados, era insuportável

A Amante porém VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora