- Acha que Barbados é um local adequado para uma meninade catorze anos? - indagou. - Quero dizer, a escola...
- As escolas da ilha são tão boas quanto as de qualquer outra parte do mundo - John Gordon respondeu. - Por outro lado, é possível que o sr. Carson prefira enviá-la para um colégio interno. Afinal, um homem solteiro e jovem não é exatamente o melhor guardião para uma garota dessa idade. Não sei nem se ele mora em Barbados. De qualquer maneira, essas decisões terão de esperar até que ele esteja aqui. Tenho certeza de queo sr. Carson fará o que for melhor para todos.
Maia gostaria de ter a mesma certeza. Sam odiaria umcolégio interno. Pensando bem, ela também não gostaria de ser levada para o outro lado do mundo. Mas era inútil se preocuparantes de tomar conhecimento dos planos de Nick Carson.
Retida em um congestionamento, atrasou-se dez minutos para apanhar a irmã na escola, e respirou aliviada quando a encontrou esperando no portão. Samantha era bem capaz depedir carona ao primeiro estranho que aparecesse, expondo-se a todo o tipo de riscos para escapar do desconforto de um transporte público.
Como Maia, ela herdara os traços físicos da mãe, com cabelos louros e olhos azuis em um rosto que começava a revelaros primeiros sinais de uma beleza mais feminina, menos infantil. Maia fizera o possível para compensar a falta de atenção e cuidados, mas não havia um substituto possível para o amor paterno. Aprendera a lição a duras penas.
- Pensei que houvesse esquecido de mim! - a menina reclamou ao entrar no carro que logo perderiam com todo oresto. - Conversou com o sr. Gordon?
- Sim, e ele não disse nada além do que já sabíamos.Acabou Sam. Casa, dinheiro... tudo.
- Bem, papai nunca nos deu muito dinheiro. Nesse sentido,a diferença não será tão grande. Melanie me contou que a mãe dela recebe um cheque semanal pelo correio, e o conselho providenciou uma casa para elas. Podemos fazer o mesmo, não?
Se fosse tão simples...
- Nossa situação é diferente - respondeu. - De qualquer maneira, temos de esperar pela chegada de seu tio para sabermos o que ele tem em mente. Ele é seu guardião oficial, e por isso vamos ter de acatar suas decisões.
- Não preciso de um guardião! Você sempre cuidou de mim. Por que agora tem de ser diferente?