Dedico este Capitulo a um garoto chato, paciente e um ótimo amigo para mim. Não mereço sua amizade, mas obrigada por suportar-me PabloDengo
ANTES
(...)
- Por que fez aquilo? Por que se arriscou daquela maneira por ele ? - Indagou, sua voz cortante como a brisa fria, parei exatamente no degrau onde eu estava e virei-me devagar. Ele havia me pegado desprevenida com esta pergunta.
(...) A verdade Elizabeht. - Interrompeu-me Louis.
- Eu não sei, Louis. - Respondi sincera; Louis acenou com a cabeça, ele parecia pensativo, deu alguns passos para trás e me dando as costas ele foi embora.AGORA
Eu havia dormido a tarde inteira e quando acordei passava-se da hora do jantar. Sentei-me na cama preguiçosa, o ambiente escuro do quarto tornava-o ainda mais aconchegante, levantei e fui até o banheiro apenas para jogar água fria em meu rosto. Ouvi duas batidas na porta de meu quarto e gritei um "Entre" enquanto saia do banheiro amarrando meu cabelo em um coque desajeitado; encontrei meu pai, ele havia trazido meu jantar, sorri pra ele em agradecimento e voltei para minha aconchegante cama. Estava frio.
- Como você está, Eliza ? - Perguntou meu pai
- Dores no corpo Steve, exceto isso, bem. - Respondi simplesmente enquanto provava um pouco do suco de abacaxi... estava ótimo.
- Eu passei no colégio para falar com a enfermeira na volta, ela disse que não havia sido nada grave. Desculpe não ter ido te pegar. - Pediu meu pai
- E Harry? - Perguntei curiosa
- Ele disse que tentou frear, mas o freio do carro não funcionava; disse também que não havia visto você nem o... ? -
- Alec. - Completei
- Sim; disse que não os tinha visto, pois estava ocupado tentando fazer o carro parar, e quando viu que não conseguiria jogou o carro no poste para evitar ferir alguém. - Disse meu pai lembrando-se da justificativa de Harry.
- Mentiroso filho da mãe... - Murmurei. Era óbvio que era mentira, se no mínimo tivesse um pouco de verdade nisso ele não teria acelerado ainda mais a velocidade.
- Eliza, o que realmente aconteceu ? - Perguntou Steve desconfiado, contei a ele rapidamente o que houve; meu pai não gostou nada do fato de eu ter me arriscado pra salvar Alec, mesmo que tenha sido com boa intenção; disse também que aquilo poderia ter acabado em tragédia, depois do sermão meu pai me deixou sozinha em meu quarto e eu decidi praticar. Liguei a tomada e puxei meu puf para mais perto do teclado, seria uma ótima maneira de me distrair, eu não estava com sono, além disso não era tarde da noite.
Ouvi duas batidas na porta e me perguntei se era meu pai que havia voltado só para me mandar ir descansar. Mas não. Era meu irmão, Eric.
Ele se encostou na porta, os braços cruzados sobre o peito enquanto me encarava; aquilo me fez lembrar de Alec. Onde ele estaria agora ?
- Eu soube do que houve. - Disse sem emoção na voz. - Você parece bem. - Concluiu ao me observar melhor.
- E estou. - Respondi seco; Eric passou a língua pelos lábios e se aprumou.
- Não pense que não me importo Elizabeth. -
- Você não demonstra o contrário. - Ironizei; Eric levantou as mãos em sinal de rendição e deu alguns passos para trás sumindo na escuridão do corredor, e eu voltei a tocar teclado, praticando, mas meu pensamento estava longe, em um louro que insistia em permanecer em minha mente cada vez mais.
Já havia se passado três dias desde o acontecimento do quase atropelamento de Harry com Alec e eu; já se fazia três dias que Alec havia dirigido a palavra à mim. Hora e outra eu o pegava me olhando, e da mesma forma eu também era flagrada por ele, mas ele desvia o olhar rapidamente, claramente me evitando. Ele de sentava rídigo nas aulas que tinhamos juntos, como se estivesse tentando se controlar... não sei ao certo, mas suas mãos quando não estavam firmemente fechadas em punhos, estavam agarrando a lateral de sua mesa; seu corpo rígido, seu olhar fixo no quadro, mas não parecia que ele estava prestando atenção na aula e muito menos no professor, além dele sempre ser o primeiro a sair da classe.
Aquilo me atormentava; aquela distância entre nós, ele me evitando daquela forma... causava-me uma dor agoniante. Sentia falta da sua voz ou da forma como ele abaixava a cabeça e sorria... e da intensidade de seus olhos quando encaravam os meus. Aqueles três dias sem contato nenhum com ele, - além de eu o observar a distância -, estava me causando uma estranha tristeza por conta de sua ausência mais do que deveria, e este sentimento me assombrava.
Já se passava das 04h da madrugada, e eu estava ali, deitada na cama, rolando de um lado para o outro sem conseguir dormir, com o pensamento nele...
Resolvi descer e ir até a cozinha procurar algum doce na geladeira. Desci as escadas descalça e soltei meu cabelo do coque que havia feito mais cedo, abri a geladeira e achei sorvete de nata com goiabada. Meu favorito.
Abri as cortinas da janela da cozinha e sentei-me na bancada e comecei a comer enquanto observava lá fora. Tudo quieto; o carro de meu pai estacionado embaixo da pequena cobertura, algumas estrelas distantes no céu... e um estranho som vindo da floresta. Parei de comer e observei curiosamente; eu não consegui decifrar de qual animal seria aquele som, não havia sido tão alto e tinha sido breve.
Um pensamento veio a minha mente; seria a mesma coisa que eu havia sentido no dia em que Louis e eu estávamos sentados na porta de casa naquela outra noite?
Corri até a sala e destranquei a porta devagar para não fazer barulho, as vezes papai tinha o sono leve demais, abri a porta devagar.
Sentindo a curiosidade se apossar de mim eu olhei para fora. Eu só queria ter certeza de que não tinha nada ali, que não havia nada a me observar naquele dia com Louis, nem agora, nem nunca.
Caminhei devagar até a escada, envolvi meu corpo com meu braços, estava frio e o vento deixava-me cada vez mais arrepiada; tive uma sensação estranha e intensa, que eu não saberia descrever ao certo. Voltei a observar a floresta, procurando por algo, qualquer coisa que fizesse um pouco de sentido. Eu queria achar um esquilo ali. Ri de minha própria idiotice, mas parei abruptamente. Fui tomada pela mesma sensação estranha só que desta vez foi um tanto arrebatadora.
Algo ali clamava por mim, chamava por minha alma, meu interior. Eu me senti estranhamente atraída por algo que estava dentro da floresta; algo que eu não sabia até então o quê, mas que começava a me dominar.
Desci um degrau, da escada de madeira, e outro, e mais outro, e mais outro até que meus pés tocaram o chão frio. A brisa fria já não me incomodava mais tanto quanto antes. Virei-me para a esquerda e comecei a caminhar em direção a escura floresta, procurando por algo ou seguindo algo que eu não podia explicar, e estranhamente, eu sentia-me sendo guiada, talvez por meus instintos, como nunca antes.
Afastava alguns galhos enquanto tentava enxergar algo mais que só mato, a escuridão e o som de grilos.
A mesma sensação tomou-me outra vez mais forte e eu comecei a correr adentrando mais a floresta. Eu procurava por algo, mas não sabia dizer o que era.
- Isso é loucura! - Eu dizia para mim mesma, mas não conseguia me conter. Parei de correr e me escorei em uma árvore ofegante. Que raio eu havia vindo fazer neste lugar?! Eu so podia ter minhocas na cabeça. O sorvete devia estar estragado; esta era a única resposta plausível que eu consegui encontrar.- O que está fazendo aqui? -
Sobresaltei ao ouvir. Aquela voz me era tão familiar... Virei-me assustada e procurei pela voz no meio daquela escuridão, no meio de tantas árvores; eu mal conseguia enxergar ali.- Volte para casa. - Disse outra vez; sua voz num tom de alerta, mas havia algo a mais... parecia-se surpresa no seu tom.
- Ee-u, eu... Quem está aí? - Indaguei tentando controlar o nervosismo e ansiedade em minha voz, enquanto rodava no lugar procurando freneticamente para descobrir onde estaria ele.
- Volte para sua casa garota. - Disse firme e rude.
- Eu não sei como voltar, sequer sei como cheguei aqui. - Respondi envegonhada por ter que admitir que eu estava perdida. Com o resto de coragem que eu tinha indaguei com medo de tudo ser apenas um sonho.
- Alec? É você? -
Não tive resposta alguma, o seu silêncio era ensurdecedor e doloroso. Eu devia estar com febre, eu não estava bem...- Estou delirando! - Murmurei enquanto começava a procurar o caminho de volta para casa.
- Bonito vestido. -
Assim que me virei encontrei o dono da voz. Minhas suspeitas estavam certas.
Era Alec.
Ele deu alguns passos em minha direção ficando mais próximo de mim; depois daqueles dias sem falar com ele percebí o quanto eu havia sentido falta da sua voz ou do seu cheiro inebriante. Havia sentido falta dele muito mais do que eu esperava, e aquilo assustou-me.
- O que está fazendo aqui ? - Indaguei assim que encontrei minha voz outra vez.
Como era bom vê-lo de novo, melhor, como era bom poder olhar para ele sem ter medo de que ele me flagrasse o observando escondida.
Alecsandro estava lindo, com seu jeito único, apesar da escuridão, eu conseguia ver os cabelos dourados bagunçados; ele tinha as mãos dentro do bolso das calças, uma jaqueta cinza e o olhar sagaz enquanto me observava.- Tenho atração direta pela natureza, além disso gosto de explorar. - Respondeu dando de ombros, mas seu olhar estava um tanto entretido; deu-me uma piscadela quando me viu o encarando com confusão.
- E precisa explorar perto do final da madrugada ? - Indaguei arqueando uma sobrancelha.
Ele não me respondeu, ao invés disso tirou a jaqueta e passando por trás de mim a colocando pôr sobre meus ombros; eu não havia percebido o quanto estava arrepiada por conta da brisa gélida. Ainda nas minhas costas, ele tirou parte de meu cabelo do meu ombro e os jogou para trás com delicadeza, eu prendi a respiração involuntariamente.- Deve estar com frio. - Sussurrou ao meu ouvido, seu hálito quente contra minha pele fria me fez estremecer, e ele sorriu diante da reação de meu corpo. Alec caminhou a passos lentos até estar a minha frente; ele olhou para mim e eu pude me perder outra vez em seus olhos.
- Já que estamos aqui, quer fazer um passeio comigo pela floresta, Elizabeth ? - Perguntou Alec, sua voz calma e intensa; seus olhos a observarem cuidadosamente a expressão de meu rosto; ele estendeu sua mão para mim num claro convite. Olhei para sua mão e para a floresta escura a nossa volta. Ele riu, chamando minha atenção de volta para ele.
- Eu posso ser o seu soldado se estiver com medo Eliza. - Respondeu e um sorriso se desenhou em seus lábios. Seu sorriso foi meu nocaute.
Olhei para sua mão que continuava estendida para mim, e dei um passo em sua direção, minha mão alcançou a sua, quente, e ele entrelaçou os nosso dedos, dando-me uma sensação forte de segurança. Eu pude sentir meu coração pulsar mais rápido diante de nosso toque. E sem medo algum de mais nada eu o deixei me levar ainda mais para o meio daquela floresta.Hi!
Quero agradecer a todos que tem acompanhado a Imprinting. Este é meu segundo livro ( o primeiro foi um lixo, admito)
Obrigada pelos votos e comentários, eu tenho visto todos e fico demasiada feliz, acreditem.
Desculpem a demora.
Escutem as músicas q coloco pra vcs galera...
Comentem suas opiniões, pf... Obrigada de novo
Adoro-vos...
-JK
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IMPRINTING - Em Revisão
WerewolfDentro do meu íntimo, eu sabia que caminhava para algo. Muito antes de começar a entender, por cada esquina meus olhos procuravam os teus. Por cada parte, eu buscava sentir seu cheiro, ansiando por você. Mas desta vez, quando eu menos esperava, vo...