IMPRINTING - Em Revisão

Capitulo 19

Fire and Fury.
Fogo  e   Fúria.

ANTES

Eu tentei gritar, gritei  o mais forte que pude, mas era tudo abafado pelo maldito pano. Eu esperneei e tentei me soltar do aperto de ambos, mas foi inútil (...) porque o cara que estava atrás de mim mantinha seu aperto firme ao redor de meu corpo.
O que eles queriam?
E o que eles queriam comigo!?
Por que estavam fazendo isto...? (...)
Meu corpo começou a ficar mole, minhas pernas perderem a força, meus olhos piscaram querendo se fechar e eu tentava fracassadamente mantê-los abertos em meio a minha resistência de me render, em meio ao meu pânico. Mas foi em vão...

AGORA

Minha cabeça latejava, abri os olhos desconfortavel e olhei em volta.

O sol já estava à se pôr; olhando para o céu eu podia ver através dos galhos das árvores alguns de seus raios... Eu estava na floresta.
Minha atenção foi tirada disto assim que senti o aperto da corda em meus pulsos.
- Por que estão fazendo isto? - Gritei furiosa para os três homens à minha frente. Eles estavam recarregando as armas, e tinham também rifles; tentei esconder minha surpresa ao ver isso. Mas me lembrei da conversa que eu havia tido com ele. O pouco que eu sabia sobre o que eles eram eu tinha aprendido com os livros e os filmes. Então os homens que estavam recarregando as armas com balas que só podiam ser de prata. Um deles amarrava-me fortemente em um tronco de uma árvore. Eu estava sentada no chão, sobre folhas secas da floresta, a brisa fria começava a preencher o lugar. Meus pulsos já estavam muito bem amarrados; a corda, que era muito grossa e estava em um nó firme, machucava minha pele. Com certeza ficariam as marcas.

Agora ele amarrava a parte de minha cintura no tronco da arvore; estava anoitecendo, logo a floresta ficaria absolutamente escura, e seria quase impossivel achar uma saida dali à noite, mesmo pra quem conhecesse a floresta, mas mesmo que aqueles homens me largassem ali, como eu sairia? Eu estava muito bem amarrada.

Eu não tinha uma certeza absoluta do por que tenham me pegado, mas tinha uma leve suspeita. Ele já havia me avisado.

Um dos homens riu, supus que era o Líder, pois ele dava as ordens aos outros três caras. Ele tinha um boné amarelo desbotado na cabeça, um colete igualmente da mesma cor; ao redor de seus olhos pequenas rugas se mostravam, mas o resto de seu rosto era escondido pela barba grande.
Tentei não sentir medo deles, ou pelo menos não demonstrar que estava com medo.

- Não se faça de ingênua garotinha. Já faz quase três anos que os procuro, mas toda vez que chego perto de uma pista que pode me levar até a matilha esses filhos da mãe desaparecem me fazendo recomeçar do zero. Sabe muito bem que eu estou caçando ele. - Ele rosnou confiante. Estremeci ao ouvir 'estou caçando ele'.

- Caçando? - Perguntei me fazendo de desentendida. Agora eu tinha certeza; ele havia me alertado... - E o que eu tenho haver com isso? - Indaguei com falsa indignação.

- Não se faça de boba! - ordenou ríspido - Você é nossa isca querida. - Ele sorriu.

Esses caras iriam me usar para chegar até ele...
Não adiantaria tentar mais me fazer de tola, então, resolvi tentar fazer um interrogatório pra tentar descobrir alguma coisa útil, apesar de eu estar em óbvia desvantagem.

- E por que você acha que ele viria? Não seja idiota! Ele não se arriscaria por tão pouco! Ele não se arriscaria por mim. - Eu Disse cuspindo às palavras, mas dentro de mim meu coração se apertava de tristeza por supor que ele não viria, ao mesmo tempo que uma angustia cresceu dentro de mim por medo de que ele aparecesse. Sua vida estaria em risco, e eu nunca me perdoaria se isso acontecesse por minha causa. Eu teria de impedir, teria de dar um jeito dele não saber que eu estava aqui. Ele não podia aparecer, e talvez nem aparecesse mesmo. Como eu disse à aquele homem ele não se arriscaria por tão pouco.