Capitulo 10

5.6K 401 69
                                    

ANTES

Sorri demasiado para ele e baguncei seus cabelos.

- Eliza! - Grunhiu ele bravo. Eu corri, ele fez o mesmo vindo atrás de mim, porém acabou indo de encontro ao chão, e eu não pude segurar a gargalhada. O ajudei a levantar ainda rindo, e amarrei seus cadarços como outro pedido de desculpas; depois disso fomos embora.

AGORA

Era sabádo a noite, e no final de semana eu costumava passar junto de meu melhor amigo. Sempre inventavamos alguma coisa pra fazer desde passear pela cidade atoa, até ficar em casa e assistir a alguma serie ou filme.

Hoje opitamos por ficar em casa, na minha casa desta vez.
Louis e eu estávamos sentados em silêncio do lado de fora, na escada de madeira, enquanto olhavamos as estrelas ou a enorme floresta; Louis estava nostalgico.

- Lembra-te da vez que você nos arrastou pra dentro desta floresta quando insistia que queria achar uma casa na árvore para ser teu... como dizias ? Esconderijo de guerra? Porque as meninas da cidade implicavam com você, inclusive a magrela da Harriet. - Perguntou Louis rindo da lembrança. - Você disse, jurou que conhecia uma trilha e que já sabia de có, mas nós nos perdemos. Você se desesperou depois dos primeiros trinta minutos, mas não demonstrava, só notei isto quando você abraçaste aquela árvore e disseste que seria a melhor maneira de seu pai nos encontrar. - Ele continuou; nós dois rimos lembrando-nos daquele dia de anos atrás.

- Eu só tinha... o quê ? Uns onze anos. Reconsidere vá. - Respondi ainda rindo.

- Não, não estou criticando. - Louis parou de rir e olhou-me sério. - Você não chorou Eliza. Estavamos sozinhos e perdidos há mais de uma hora nessa enorme floresta. Não sabíamos como voltar; seu pai sequer sabia onde estavámos, e apesar da ideia estranha de que abraçando a uma árvore teu pai nos acharia mais depressa, você me convenceu e me acalmou sem demonstrar nenhum medo. Foi tão confiante e determinada... E erámos apenas crianças. Você sempre foi a mais forte. -

Eu o observei atentamente; ele abaixou o olhar e riu, uma risada curta, suave e fraca. As vezes eu esquecia-me de que Louis já não era mais aquele garotinho que conheci ainda quando criança. Louis voltou a me encarar e pegou minha mão que estava em meu colo e a colocou entre suas duas mãos enquanto acarinhava a mesma.
- Eliza seria demasiado errado se... -

- Garotos, entrem; o jantar vai esfriar. - Avisou-nos meu pai. Louis soltou minha mão e se levantou levemente frustrado. Levantei-me devagar até que ouvi algo que pareceu ser um rosnado; estranhei absolutamente. Mas o som vinha da floresta. Fiquei parada no lugar, estreitei os olhos e tentei observar no imenso escuro lá de dentro, mas não obtive resultado algum, só vi arvores e o breu.

- Eliza ? Você não vem? - Perguntou Louis tirando minha atenção da floresta.

- Hã? Vou... Claro. - Respondi um pouco perdida. E caminhei atrás de Louis entrando após ele; não pude deixar de olhar uma última vez; tive a sensação de estar sendo observada e isso causou-me um arrepio estranho.
Sentamos todos para jantar e estava tudo muito bom. Papai também cozinhava bem.

- E aí? Vamos ver algum filme ou...? - Questinou-me Louis enquanto eu terminava de limpar a pia e ele de guardar todas as louças que havíamos usado.

- Hoje não Louis; vamos só lá pra cima. - Respondi enquanto tirava o avental e guardava o mesmo. Louis apenas deu de ombros depois de fechar o armário.

Passamos pela sala, papai estava assistindo a algum jogo no televisor, e subimos as escadas até chegarmos em meu quarto.

Guiada pela minha curiosidade e receio, assim que chegamos a meu quarto abri as cortinas da janela que dava diretamente pra vista da floresta e tentei novamente observar pela escuridão da mesma procurando por algo, qualquer coisa que provasse o que eu havia escutado antes.

- Sempre gostei desta foto. - Comentou Louis; virei-me para encara-lo. Ele estava sentado em minha cadeira com uma das fotos de meu pequeno mural nas mãos.

- Hey! - Reclamei enquanto pegava a foto de suas mãos e a colava no mural novamente. - Não tire daí. Sabe que detesto quando faz isso. - Justifiquei. - Mas também adoro esta foto. A primeira vez em que fiquei bêbada foi neste dia. - Lembrei-me e ri. - Ainda bem que você estava lá. -

Voltei para a janela, olhei uma última vez, ainda desconfiada fechei as cortinas; tirei o tênis e soltei meus cabelos do rabo-de-cavalo deixando os mesmos livres, e fui para a cama, pro cantinho da parede onde eu sempre ficava. Bati com a mão no espaço livre da cama convidando Louis a me fazer companhia. Ele levantou os olhos do celular e deixou o mesmo sobre a pequena mesa onde ficava meu notebook e alguns retratos importantes. Ele se levantou e dei-me conta outra vez do quanto Louis era alto. Ele sentou-se em minha cama e deitou-se a meu lado.

- As vezes me esqueço do quanto é alto, Louis. - Comentei.

- Porque você sempre deita sem embrulhar-se ? - Perguntou Louis intrigado enquanto eu me achegava mais perto dele buscando aquecer-me.

- Oras, é uma mania. Além disso eu tenho você ou o Steve que me cobrem depois. -

- Vou tirar-lhe desta péssima mania deixando-a passar frio. - Disse Louis, sua voz ficou baixa e levemente rouca.

- Você não vai. Tem um bom coração, não é um rapaz mal. - Eu disse dando uma leve risada.

O silêncio se instalou e eu criei coragem para perguntar e ter uma segunda opinião. Afinal era Louis.

- Louis ? -

- Hum? -

- Você já... já se apaixonou por alguém que não conhecesse direito e teve... bom, medo, receio desse sentimento ? - Perguntei meio embaralhada e constrangida. Ele ficou em silêncio por alguns segundos até que ele se virou pra mim.

- Me apaixonei por alguém que conheço mais que a mim mesmo, e ainda tenho... receio deste sentimento. - Ele respondeu finalmente.

- Por que ? Acha que pode ser só coisa de sua cabeça não é ? Que é só algo passageiro, certo ? - Perguntei esperançosa. Louis se virou e encarou o teto.

- Nunca senti nada igual. Por isso sei que não é passageiro. É forte demais pra ser. -

Ponderei sua resposta por algum tempo, e me perguntei se o que eu sentia era passageiro, seria passageiro. Então porque eu havía ficado tão nervosa de tentar o proteger do Harry. Convenhamos que Alecsandro também não era do tipo pequeno e franzino, pelo contrário, ele parecia bem forte, ombros largos e muito alto também. Ele poderia se defender bem de Harry sozinho. Mas Harry era trapaceiro, sua arte era jogar sujo, ele poderia fazer algo pior ou inesperado; Harry Nolasco não era de deixar as coisas passarem facilmente, principalmente quando ele achava que podia ter sido humilhado, ponderei tudo. É, eu estava feliz pelos rapazes o terem alcançado antes dele chegar a Alec. Não queria vê-lo... machucado.

Me perguntei mentalmente o que Alecsandro poderia estar fazendo agora. E desejei o ver; desejei estar perto e lhe conhecer, ver como ele segurava o riso, conhecer suas manias ruins e irritantes, estas coisas faziam parte dele e eu queria-as conhecer.

Mas em seguida me perguntei porque eu estava sendo tão idiota daquela maneira. Mesmo que ele me notasse e não me achasse uma esquisita por tudo que sou, que gosto, até pelo meu jeito, por que raios ele iria querer ser meu, quando ele poderia ter qualquer garota do colégio?!

Me senti triste ao concluir tudo isso.

Pelo Anjo, me sentia tão confusa; Alec despertava minha curiosidade e não apenas isso, ele trazia-me o desejo de ser dele.

Senti Louis fazer carinho em meus cabelos e voltei a ficar absorta em meus devaneios, até que sem querer ou perceber o sono loucauteou-me por inteiro.

" Porque você quer ser minha garota, e quer dizê-lo alto "
- Pull me Down 🎤

Hi meus queridos leitores!
A história começará a ficar interessante a partir dos próximos Capitulos.
Peço desculpas pela demora; quero dar o meu melhor a esta história, como eu disse acima, temos emoções pela frente.
Expressem suas opiniões nos comentários e se gostarem não esqueçam-se de Votar. A opinião de vcs é importantissima!
Grata
Adoro-vos
-JK

IMPRINTING - Em RevisãoOnde histórias criam vida. Descubra agora