Capitulo 14

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ANTES

(...) segurei um grito em minha garganta, pois me assustei totalmente quando Alec segurou-me mais firme e me ergueu do chão antes que eu pudesse me dar por conta; segurei em seu pescoço assustada por ter me pegado desprevenida e o olhei assustada, mas Alec apenas olhou para baixo e sorriu, percebi que esse era um costume seu.
- Não vou deixa-la cair. - Assegurou-me quando voltou a me encarar, e meu coração quase parou ali mesmo pelo susto e por estar tão perto dele daquele jeito.
(...) - Vou te levar para a enfermaria como teu pai me pediu, mas e este corte em tua cabeça for algo mais grave, te levo pro hospital Eliza. - Avisou-me Alec me observando com cuidado.

AGORA

- O que disse? - Perguntei perdida, estava prestando atenção em seus lábios e não no que ele dizia, lembrando-me de quando ele havia beijado minha mão, mas logo me dei por conta de que ele havia dito que talvez me levaria para o hospital.

- Fora de cogitação! Eu, estou bem.
Me coloque no chão, quero ir para casa. - Eu disse enquanto tentava fazer alguma coisa para que ele me colocasse no chão, mas Alec manteve o aperto firme ao redor de meu corpo e caminhou a passos firmes para dentro da escola ignorando tudo que eu havia dito. Fiquei um pouco constrangida por tudo que havia acontecido, e me permiti deitar a cabeça em seu ombro e descansar. O dia estava sendo longo por demais.
A enfermaria do colégio ficava próximo ao campo de futebol americano, o que no caso era do outro lado do colégio; eu realmente pensei em pedi-lo para me colocar no chão, mas da última vez ele havia ignorado meu pedido, então cheguei a conclusão de que ele logo cansaria por conta da distância.
Eu sentia frio, pois continuava com a roupa encharcada por conta daquela chuva, que agora já havia cessado, Alec também estava molhado como eu, mas de seu corpo emanava um estranho calor que evitou que eu batesse queixo. Seus braços eram fortes; seu corpo bem definido. Eu conseguia sentir, e conseguia ouvir as badaladas de seu coração, que batia forte, e em batidas um pouco incostantes. 
- Ei, não "durma", estamos quase lá. - Disse Alec em um sussurro, e me deu um sorriso gentil.
Quando falou seu hálito era quente; tive vontade de agarrar-me a ele e nunca mais soltar.
Poucos minutos depois chegamos e uma moça que devia ter seus vinte e cinco ou vinte sete anos nos atendeu, ela devia ser nova, eu nunca a tinha visto. Entrar naquele lugar me fez lembrar de todas as vezes que eu me machuquei bem feio no jogo e os garotos do Time me arrastaram para cá absolutamente contra minha vontade. Aquele lugar dava-me arrepios e sempre vinha acompanhado da mesma sensação ruim.

- Ela bateu a cabeça; eu levantei a hipótese dela poder ter uma contusão, mas... - Começou Alec tentando explicar tudo muito rapidamente, mas a enfermeira o interrompeu, e o fez me colocar sentada em uma daquelas camas de hospitais. E quando se voltou para ele, perguntou o que tinha acontecido com a testa dele, pois ainda estava manchada de sangue, mas Alec a dispensou com um movimento com as mãos, então ela se voltou para mim.
- Se você está bem, pode sair e ficar na sala de espera, rapaz. - Disse a enfermeira para Alec, eu arregalei meus olhos, não queria ficar ali sozinha; Louis sempre ficava comigo, e isso fazia eu me sentir um pouco melhor, segura talvez...
Alec abaixou o olhar e começou dar alguns passos para trás, mas eu segurei seu pulso com força.
- Não me deixe aqui sozinha. - Pedi sem me importar com o olhar da enfermeira sobre nós.
- Ela tem medo de hospitais e coisas semelhantes. - Justificou ele sem desviar os olhos dos meus. - Eu não vou atrapalhar. - Assegurou ele por fim. A enfermeira suspirou e murmurou dizendo que iria buscar algumas coisas, assim saindo da sala; Alec puxou uma cadeira e se sentou em minha frente.
- Posso perguntar algo? - 
Eu fiz que sim com a cabeça.
- Por que tem medo de hospitais, Eliza ? - Ele perguntou cuidadoso; olhei de lado um pouco sem jeito, e decidi deitar-me na cama; fixei meu olhar no teto enquanto perguntava-me internamente se eu deveria inventar algo, mas optei por dizer a verdade.

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