VI. Portal

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Vamos, minha jovem. Me entregue o sangue e me diga onde conseguiu — diz o líder sem parar de sorrir.

— Desculpe-me Líder, mas este sangue é para o meu mestre — responde Chris, se colocando na minha frente.

Olho aquilo tudo com medo. Eu não sabia o que fazer nem o que iria acontecer. Tinha uma grande chance daquele vampiro me matar pra pegar o sangue. Olho para os outros vampiros ao redor dele, os mesmos estavam exasperados, com as presas de fora e o olhar negro, prontos para atacar.

— Eu sou seu líder, seu mestre. Dê-me o sangue de fada. Agora! — o líder grita, perdendo a paciência e desfazendo o sorriso. Seus vampiros avançam um passo. — Sabe que o sangue de uma fada de enxofre é gracioso e viciante, o melhor sangue. Me dê!

— Não lhe devo lealdade. Você pode ser o Líder do meu território, mas não é meu mestre.

De repente, tão rápido que nem posso fazer nada, Chris me agarra e estou do lado de fora da boate. Ele me olha impaciente e diz:

— Eles virão, e quero que você corra enquanto eu os atraso. Vá para o cemitério!

Não penso duas vezes, olho em seus olhos e logo após começo a correr. Minha vida e a de minha mãe dependiam daquilo, então eu corro como nunca antes. Logo estava virando a esquina, deixando para trás Chris e os vampiros malvados.

Continuo correndo sem parar, já me sentia cansada e sem fôlego. Penso que eu estava longe o suficiente então decido parar. Me encosto em uma parede, olho para cima e tento recuperar o fôlego. Já se passaram doze minutos. Onde estava Chris?

Ouço um barulho e olho na direção do som, vejo uma silhueta sob a luz do poste. Me apavoro.

— Entregue-me o sangue da fada, sua jovem estúpida. — dizia a voz, que consigo identificar como a do líder dos vampiros.

— Não, o Marcel vai matar a minha mãe — falo me afastando de vagar.

— Lorde Marcel? Aquele vampiro velho?

— Perai, você também é velho.

— Sou mais velho do que ele, mas não de aparência. Ele não pode nada, entregue-me o sangue e eu salvo sua mãe.

— Não escuta ele, é mentira! — ouço a voz e olho, era Chris. Ele parecia machucado.

— Ora, seu...! — grita o líder e o mesmo em alta velocidade ataca Chris com um golpe no peito. Chris cai e logo levanta rapidamente, os dois começam uma luta em velocidade de vampiro.

Com isso, tomo o tempo para poder fugir. Mas quando eu iria começar a correr, ao me virar, vejo um deles. Um  vampiro, e ele me encarava com as presas e os olhos pretos. Essa não, eu iria morrer ali. Mas de repente, algo atravessa o peito do vampiro. O mesmo começa a tremer e gritar fazendo a luta de Chris contra o líder dos vampiros parar.

O vampiro se desfaz em cinzas e sangue, caindo aos pés de seu assassino. Se antes ele era um morto-vivo, agora sua morte era definitiva.
Olho para o ser que o matou e reconheço aquele rosto eternamente atraente. Era Luke, o barman Íncubo.

— Como ousa matar um dos meus, seu  demônio de meia tigela! — o líder exaltado, corre em direção a Luke na intenção de atacá-lo, diferindo em Luke um soco forte que o joga para trás.

Me afasto assustada e morrendo de medo. As coisas não podiam ficar pior. Mas algo acontece. Luke segura o líder vampiro pelo braço o fazendo parar. O ser violento se torna vulnerável e atordoado. Era parecido com o que eu senti ao ver Luke pela primeira vez. Luke o estava seduzindo?

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