Capítulo 12

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Boa noite, meus amores! Tudo bem?

Que saudade estava de vocês!

Desculpem minha ausência... Bienal se aproximando e os preparativos do livro novo estão a todo vapor! Em breve a capa será divulgada no Facebook! E ela está lindaaaaa! *.*

Bom, vamos ao que interessa? Falamos mais no final!

Beijos!

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Capítulo 12

Leonard

Quando acordo no final da manhã, Jodie não está mais na poltrona onde o deixei. Apenas um bilhete está na mesa ao lado, pedindo desculpas pelo papelão protagonizado e dizendo que me encontrará mais tarde, na Espartacus. Não menciona seu ébrio desabafo; ou não se recorda dele, ou notou como soou patético e preferiu esquecer. Acredito se tratar da segunda opção.

Sozinho na cobertura, tomo uma ducha e preparo uma salada leve. Almoço assistindo um canal de notícias na TV. Coloco a louça dentro da máquina de lavar e sigo para meu escritório.

Seguindo o estilo decorativo do resto da cobertura, meu escritório foi projetado para ser prático e moderno. A mesa de trabalho, com grosso tampo de vidro que parece levitar, cumpre seu propósito de não impedir a vista da janela que se localiza logo atrás e que se ergue do chão ao teto. Na parede à direita, pintada de cinza escuro, luzes indiretas iluminam estrategicamente pinturas raras, expostas em belas molduras. Do lado esquerdo, um sofá com design anatômico faz companhia a duas poltronas, todos dispostos sobre um tapete marfim.

Sento de costas para a janela. Preciso dar telefonemas importantes para alguns compradores de armas que não entram em contato há algumas semanas. Venho procrastinando esse momento, apesar de ser contra esse tipo de atitude – para mim, se você tem um problema, o melhor a fazer é resolvê-lo o mais rápido possível, antes que ele se torne uma bola de neve e sua intervenção precise ser muito mais dolorosa. Contudo, quando o assunto em pauta é tráfico internacional de armas, uma intervenção direta nem sempre é a melhor escolha. Na maioria das vezes, a diplomacia é o melhor caminho. Ou, pelo menos, o menos sanguinário.

Quando encerro a última ligação – um par de horas depois – tenho mais problemas para resolver do que tinha ao acordar. Descobri que meus compradores ao sul do país estão fazendo negócios às escondidas com outro distribuidor, e sei o quão terrível essa situação pode acabar caso eu não tome a dianteira e acabe com a concorrência. Sem pensar duas vezes, envio um e-mail para Sueli, minha secretária particular, para que ela encaixe uma reunião em minha agenda, a fim de resolver pessoalmente essa situação periclitante.

Ainda assim, a imagem de Cindy permanece intocada em algum lugar obscuro da minha mente. Basta que eu feche os olhos para que ela surja. Estou irritado com essa maldita situação, mas chego à conclusão que, por hora, o melhor a fazer é saciar da melhor forma minha estranha obsessão. Eu me conheço: não tardará para que enjoe da garota; basta que eu repita algumas vezes consecutivas e o problema estará sanado. Então, já que essa é a solução, é melhor preparar para que tudo saia do meu jeito.

Olho no relógio. Steven, gerente da Espartacus, já deve estar na boate. Ligo para lá e ordeno que providencie um camarim exclusivo para Cindy. Quero poder usufruir do corpo dela a qualquer momento, e um camarim privado é uma ótima solução. Apesar de não conseguir disfarçar a surpresa, Steven afirma que todas as providências serão tomadas.

Sem pressa, me apronto para mais uma noite de negócios na boate. Calça jeans, camisa de botões verde clara e sapatos de couro marrom. Ao terminar, pego meu carro e dirijo até a Espartacus, incomodado com a ansiedade que aumenta na medida em que me aproximo do local. É porque você está maluco para tomá-la novamente - meu maldito subconsciente, que permaneceu em silêncio durante toda a tarde, volta a dar o ar da graça. Decido ignorá-lo.

Sob a Face do PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora