Oi, gente. Primeiramente eu quero agradecer tipo do fundo do meu coração a todos vocês que estão acompanhando a fic, votando, comentando e ajudando na divulgação do meu bebê. Não cabe em meras palavras a felicidade que estou sentindo por saber que essa fic está podendo, de alguma forma, ajudar alguns de vocês que tem familiares com esquizofrenia. Essa doença é como qualquer uma outra, no sentindo de dar amor, carinho, mostrar atenção e todo esse lado afetivo. Ao longo da fic vocês vão ver como a esquizofrenia vai ser tratada. Well, espero que gostem. Apreciem esse capítulo e nos vemos nas notas finais de novo. - @winecbello
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Em meus oito anos como neurologista eu vi tantos médicos tratarem pacientes com distúrbios mentais como se eles fossem os culpados por nascerem com tal doença ou por adquirirem ao longo de sua vida que eu me perguntava diversas vezes se os próprios médicos do meu setor não havia desenvolvido algum problema mental.
Um grande exemplo disso é que as vezes se supõe que, ao classificar distúrbios mentais, nós estamos classificando pessoas, quando, na realidade, estamos classificando os distúrbios que as pessoas possuem. Uma pessoa não é esquizofrênica, uma pessoa possui esquizofrenia.
A esquizofrenia está associada com mudanças físicas no encéfalo, com outras palavras, o Centro do sistema nervoso. A esquizofrenia caracteriza-se por uma combinação de sinais e sintomas, nenhum dos quais encontra-se necessariamente presente.
Neste sentido, ela diferente de muitos outros distúrbios psiquiátricos definidos por uma única característica proeminente. A depressão, por exemplo, caracteriza-se por humor disfórico; a mania, por humor exaltado; e o distúrbio de pânico, pela presença de ataques de pânico. A ausência de uma característica singular para a esquizofrenia às vezes torna difícil para os estudantes conceituá-la, muitas das vezes diagnosticando como depressão.
Desde pequena eu sempre fui apaixonada pelo cérebro humano, muitas vezes eu sofria no colégio com apelidos pejorativos e isso era motivo de grandes brincadeiras de mau gosto.
Aos dezesseis anos me apaixonei por uma menina da minha universidade e eu fazia pesquisas sobre como o cérebro humano poderia reconhecer os sentimentos. Oras! É fascinante! Como o cérebro percebe e modifica sua química e seu funcionamento durante a ligação entre duas pessoas? O que acontece desde o primeiro encontro, a percepção de se estar apaixonado e a chegada do amor? Eram perguntas que não saiam da minha cabeça.
Hoje em dia eu vejo o quanto estudar valeu a pena para minha vida. Amanhã será o dia em que eu mais uma vez provarei à mim mesma que sou capaz.
Tento esvaziar minha cabeça com todos esses pensamentos forçando-me a dormir.
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Estava escrevendo um e-mail quando ouvi um barulho na porta do consultório.
— Pode entrar — Digo e encaro a porta sendo aberta por Dr. John, mas meus olhos ficam fixos em uma mulher branca como a neve, cabelos negros um pouco abaixo do ombro e de cabeça abaixa. Eu iria continuar minha analise se o Dr. John não chamasse minha atenção.
— Dra. Camila, essa é nova paciente, Lauren Michelle. — Parece que ao ouvir seu nome, algo despertou na mulher ao lado do médico e ergueu sua cabeça, olhando para mim. Levanto-me e vou em direção à eles, lançando um olhar para o Dr. John e ele sai, fechando a porta e deixando somente Lauren e eu.
Seu olhar continua fixo no meu, como se buscasse entender o porque da minha presença ali. Sorrio gentilmente estendendo minha mão para cumprimentá-la. Lauren encara minha mão e eu percebo em seu olhar um nervosismo que não estava ali antes.
— Pode apertar, Lauren. Estou cumprimentando você. Não vai fazer desfeita... ou vai? — Digo em um tom brincalhão e a vejo franzir as sobrancelhas, como se estivesse pensando se o faria ou não. Sorrio com o gesto fofo, sentindo meu coração acelerar a cada segundo.
— E-eu não... — Ela inicia uma frase, mas para antes de terminar. Seu olhar sai de minha mão ainda estendida e se fixa em um ponto atrás de mim. Olho confusa e percebo que ela está encarando a janela.
— Quer que eu feche, Lauren? — Pergunto indo em direção a janela, mas paro ao ouvir sua voz rouca e baixa.
— E-eu n-ão quero est-ar aqui. To-todos vocês m-me perseguem. E-eu n-não quero! E-e-eu q-quero sai-r. — Ela dizia enquanto abraçava seu próprio corpo e eu concentrei meu olhar em suas mãos que apertavam com força a carne de seus braços.
— Lauren. - A chamo e ela me olha. — Não tem ninguém aqui além de você e eu. — Fecho as janelas e caminho em sua direção. — Viu? Só você e eu. Eu quero ser sua amiga. Você gostaria de ser minha amiga, Lauren? — Eu digo no mesmo tom dela, olhando fixamente em seus olhos com um sorriso discreto nos lábios.
— E-les n-não me deixam ter a-migos! — Ela diz como se estivesse me confidenciando um segredo. Olhando para os lados diversas vezes.
— Eles quem, Lauren? — Pergunto me aproximando dela. Ela se afasta.
— A-s vozes, Camila! — Ela diz meu nome e não deixo de apreciar o tom rouco de sua voz sussurrada.
— Eles não te farão mal, Lauren. Se você me deixar ser sua amiga, eu prometo não deixar ninguém te ferir. Eu só preciso que você me aceite em sua vida. O que me diz? — Digo sem deixar o sorriso sair dos meus lábios.
— E-eu n-ão sei! E-eu n-não posso. Quero ir embora. Q-quero ir. — Ela diz agoniada e eu assinto suspirando pesadamente. Eu sabia que seria difícil o primeiro contato com ela, então eu não poderia insistir para não contraria-la.
— Tudo bem, Lauren. Eu só vou pedir para que você me visite mais vezes, ok? Não vou desistir de ser sua amiga. — Sorrio novamente enquanto abro a porta do consultório, dando a vez para Lauren sair primeiro. Ela não hesita e passa rapidamente pela porta de cabeça abaixa.
Enquanto andávamos pelos corredores da clínica até chegarmos a recepção não desvio meu olhar da Lauren. Ela não olhava para frente, apenas para os lados, diversas vezes sussurrava algo, como se estivesse conversando com alguém enquanto abraçava seu próprio corpo.
— Lauren? - Digo em um tom ameno, chamando sua atenção. — Te vejo amanhã? — Pergunto enquanto mantenho o sorriso singelo em meus lábios.
— T-tchau, Camila. — Ela diz simplesmente, enquanto é levada para fora da clínica por uma mulher, que até onde eu sei se chama Allyson Brooke, a única pessoa na vida de Lauren.
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Cumprimento mais uma vez o Wesley e seus pais antes de saírem do consultório. Wes é meu paciente de nove anos de idade que foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista, aos dois anos de idade. Ele sempre foi um menino carinhoso, apesar de não gostar de contatos físicos.
A manhã que tive com Lauren invade meus pensamentos mais uma vez naquele mesmo dia.
— Não vou desistir de ser sua amiga, Lauren.
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FALAAAAAAA! Obrigada se você chegou até aqui. A Lauren apareceu pouquinho nesse capítulo, mas segurem o coração para a próxima atualização. Eu espero que vocês tenham gostado desse capítulo e tenham compreendido um pouco mais sobre esquizofrenia. Confesso que fiquei um pouco insegura com o capítulo, então comentem a opinião de vocês, por favor, seja ela boa ou crítica negativa, eu vou querer saber e amar responder.
Até a próxima, paçocas.
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From The Day I Saw You
FanficCamila Cabello é uma neurologista apaixonada por seu trabalho. Se formou muito nova e hoje, no auge de sua carreira, aos 28 anos, cuidará de uma nova paciente. Lauren Jauregui, 30 anos que sofre de esquizofrenia. Até quando a barreira que separa o p...