Chamando a atenção errada 19

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¶Jonathan¶

Eu me levantava com dificuldade, sentindo dores por todo meu corpo, mas ainda sim conseguindo me levantar. Vendo que Sasha ainda estava desacordada no chão, um pouco perto de mim, vou em sua direção, tentando acorda-la, sem sucesso. Vi que ela ainda estava desmaiada, mas sem nenhum ferimento grave aparente. Por que Ayra teria nos atacado daquele jeito sem intenção de nos matar? Ainda há muitas perguntas sem respostas aparentes, e onde será que eles estavam?. Distraído por meus pensamentos não percebi que além das casas que ayra havia destruído, um pouco ao lado, havia um caminho de destruição e caos, parecia que ela tinha destruído mais casas, matado mais gente, o que aquela garota tinha em mente?.

Me sentia em um cemitério... Todas aquelas casas destruídas, imaginava quantas pessoas não moravam ali... Quantas criancas, quantos idosos sem motivo para morrer, foram brutalmente soterrados ou simplesmente destruídos como aquela moça que não tinha nada a ver com o que estava acontecendo. Fui retirado de meus pensamentos ao ouvir um barulho abafado de botas marchando, eu conhecia bem esse som, tinha servido por oito meses no exército quando fiz dezoito anos, então era algo impossível de não reconhecer, com certeza eram botas marchando... Exército? O que eles estariam fazendo na cidade, ainda mais aquela hora? Será que estavam atrás do Tony?

Mal pude pensar em algum tipo de resposta para aquilo que estava por vir, quando ouvi alguns estrondos vindo mais da parte populosa da cidade ficava, os apartamentos. Ao dirigir meu olhar para lá, apenas pude ver um ponto cor vinho brilhando no céu, ao lado de um ponto preto, não conseguia ver nada além disso, os apartamentos eram muito longe dali, quando menos pude esperar o ponto vinho foi em direção ao chão com muita rapidez. Ouvi um estrondo enorme, pensei em tentar ir ver o que tinha acontecido, quando derrepente uma onde de fumaça veio em nossa direção como uma tempestade de areia nos cobrindo por completo, por alguns segundos. A fumaça havia abaixado... Ouvi de fundo um barulho estrondoso que ecoou por todos os cantos, ao olhar para o céu vi um traçado de fumaça indo em direção daquele ponto preto que flutuava no céu perto dos apartamentos. Um míssil... Com certeza era um míssil, mas por que o exército estaria tomando aquelas provisões?

- O que você está fazendo aqui garoto?.- Ouvi uma voz masculina firme me chamar, ao olhar para trás pude ver, um homem alto, moreno, usando um capacete e roupas pretas, ele segurava um fuzil ar-15 padrão do exército em suas mãos. - O que você está fazendo aqui garoto, não vou perguntar de novo.- Ele respondeu, aumentando o tom de sua voz, parecia estar com raiva e pressa, aquilo era algum tipo de operação especial.

- Meu nome é Jonathan, cabo do exército, batalhão 2015. Sargento Angus Smith senhor.- Eu o saudei, mostrando minha carteirinha que confirmava tudo aquilo que falei.

- Descansar. Meu nome é Coronel César Augusto, do batalhão de operações especiais e esta aqui é uma área de risco, está sendo evacuada para segurança da população. - Ele respondeu, tirando a máscara que cobria sua boca, facilitando meu entendimento do que ele dizia.

- Qual o motivo senhor?.- Eu retornei a perguntar.

- Por enquanto é segredo nacional cabo.- Ele respondeu de uma maneira seca.

- Mas senho... - Já chega cabo. Você tem que sair daqui!. - Ele me cortou.

- Entendido...- Eu acenti. Não queria ir embora dali,as não poderia desobedecer as ordens de um coronel, acabaria preso... Ou pior...

- Quem é essa garota caída no chão?.- Ele perguntou apontando para Sasha que ainda estava caída no chão.

- Ela é minha amiga, nos fomos derrubados a alguns minutos, só eu acordei, ela ainda está desmaiada.- eu respondi.

- Ela precisa de cuidados médicos?.- Ele perguntou.

- Aparentemente não senhor. Só está desacordada.- Eu acenti.

- Tudo bem cabo, leve ela pra longe daqui. Rápido!.- Ele dizia, colocando novamente a máscara preta em seu rosto, empunhando seu fuzil.

- Só tenho que achar meu amigo Anthony...- Eu acabo deixando escapar sem querer.

- Como é o sobrenome dele?.- O coronel me perguntou, mas eu não podia ver muito sua expressão através daquele capacete e máscara preta.

Eu não sabia se eles estavam atrás do Tony ou não, não poderia arriscar botar a vida dele em risco, mas também não poderia desobedecer um coronel.

- VAMOS GAROTO! QUAL O SOBRENOME DELE?!.- Ele gritou, apontando sua arma para mim, me fazendo automaticamente levantar minhas mãos.

- A-anthony Johnson senhor.- Eu falei, sentindo uma lágrima cair em meu rosto. Apenas pude ver o coronel assoviando e das sombras de becos das ruas homens com as mesmas roupas que ele saíram, cercando a mim e a Sasha.

- Como pode? Você um membro do exército se aliar com aquele monstro?.- Ele falava, apontando sua arma em minha direção, sendo imitado por todos os homens que nos cercavam. Era quase uma certeza que iríamos morrer ali, o medo me congelava ali, em pé, vendo todas aquelas armas apontadas para mim como em uma parede de fuzilamento.

- O-o que ele fez coronel?.- Eu balbuciei, tentando engolir meu choro para não demonstrar todo meu medo.

- Faz quase meia hora que seu amiguinho enlouquecido está destruindo nossa cidade, até o exato momento ele já matou mais de dez mil pessoas e o número apenas aumenta, com as vistorias de bairros destruídos.

- Não!! Não pode ser o Tony coronel, não pode!.- Eu retruquei, logo me recolhendo por ter retrucado para o único homem que poderia me matar ou deixar viver ali.

- É ele sim, nos estamos acompanhando desde do dia que descobrimos as filmagens de um beco, onde seu amigo matou três pessoas, depois disso só foram encontradas mais vítimas dele. Aceite. Seu amigo é um monstro assassino sem moral ou qualquer tipo de escrúpulo.- Ele terminou, abaixando a sua arma e a colocando junto ao corpo, novamente, sendo imitado por todos os homens que nos cercavam.

Aquilo que ele disse era verdade? Tony teria matado todas aquelas pessoas que ele disse mesmo? E sobre Ayra? Por que ele não falava nada dela... Minha cabeça estava quase explodindo com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo.

- O que vai acontecer com a gente?.- Eu Perguntei, esperando que a resposta não fosse a morte.

- Por respeito a seu pouco tempo no exército, vou apenas prender vocês dois como testemunhas, para podermos investigar mais esse monstro.

- Presos?!? Por quanto tempo??.- Eu retruquei assustado.

- Por tempo indeterminado. Levem eles.- Ele disse, acenando para os homens de preto que estava mais próximos. Senti dumas mãos firmes puxarem meus braços e me algemarem, senti um empurrão me levar para a parte de trás da rua aonde tinha um caminhão escondido, não consegui ver aonde eles tinham levado Sasha, ou o que tinham feito com ela, apenas olhava desesperado para todos os cantos tentando encontrá-la. Mas sem sucesso.

Eu não sabia o que ia acontecer comigo, sabia apenas que o exército faria qualquer coisa pra tirar qualquer tipo de informação, a qualquer preço. Eu iria sofrer... Aquela era a única certeza em minha mente

O Mensageiro (Revisando/Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora