Criminosos?

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¶Anthony¶

Sentindo a respiração acelerada de Ayra e ouvindo seu choro em meu peito me deixa sem palavras, sem saber o que fazer... Eu também estava desolado, achava que assim que encontrasse com Deus, eu iria me vingar direto, mas não... Não consegui fazer nada, apenas deixei ele levar uma garota que eu disse que ia cuidar e ajudar, que ótimo amigo eu sou.

- Tony... - Fui retirado de meus devaneios pela voz calma de Ayra, que finalmente parou de chorar. - A g-grace... Ela vai voltar como uma inimiga? - Ela perguntou, olhando para mim.

- Sinceramente? Eu não sei... Espero realmente que não, não iria querer batalhar com ela novamente... - Eu disse cabisbaixo, guiando-a para o banco ao nosso lado e sentado a sua frente.

- Não me importaria com isso... Mas não quero que acabe nisso. - Ela respondeu.

- Ei! Vocês dois! Permaneçam parados!!! .- Somos interrompidos por gritos vindo de fora do bar, ao olhar, conseguimos ver dois homens com roupas pomposas, de cor laranja e azul, utilizando uma boina preta caído sobre seu lado esquerdo da cabeça, segurando um mosquete, cada um dos homens, apontando a arma em nossa direção.

- Vocês estão presos por conspiração!!. - Um dos homens gritou.

- Pensei que estávamos no século vinte e um, não na idade média. - Eu retruquei, sem ao menos me dignar a olhar nos olhos daqueles dois homens.

- Mais respeito insolente! Nós somos da guarda suíça pontifícia. Nós protegemos o Papa a mais de quinhentos anos e vocês estão sendo acusados pelo alto clero de conspiração contra a igreja!. - Mais uma vez ele gritou, dessa vez apontando a arma em minha direção, o outro homem mirava em Ayra.

- Posso acabar com isso Tony?. - Ayra murmurou. Eu nem respondi, apenas peguei o copo com uma dose de whisky que estava no balcão e acenti com a cabeça. No mesmo instante, Ayra sumiu da cadeira onde estava na minha frente, deixando um vulto vermelho no lugar. Tudo que ouvi foi o estrondo de dois tiros de mosquete e gritos de horror seguido do som de ossos se quebrando e pele se rasgando. Ao olhar para trás vi aquela cena horripilante, pedaços dos corpos daqueles homens jogados para todo o lado, o sangue manchando toda a entrada daquele bar. Ayra parada, ali no meio daqueles dois corpos com a cabeça de um dos homens na mão direita e o arma do outro homem na esquerda. Não sei porque deixei ela fazer aquilo, mas acho que isso a acalmou um pouco... Eu espero...

- Mais calma Ayra? - Eu perguntei.

- Não muito, porém agora o ódio passou e só aumentou a dúvida. Agora nós somos criminosos?.

- Com certeza já sabem o que nós viemos fazer aqui e não vão nos ajudar nem um pouco... Temos que nos preparar para coisas pior que isso...

- Parados!. - Somos interrompidos mais uma vez, dessa vez eram três soldados usando o mesmo tipo de roupa, mas dessa vez com armas diferentes, não aqueles rifles antigos que os outros estavam utilizando, esses estavam com rifles modernos, automáticos e miravam em direção a Ayra.

- Tony.... - Ela murmurou olhando para mim, ela não parecia querer matar ninguém, porém necessitava e dessa vez eu teria que intervir também.

- Ayra... Olha para eles... - Eu retruquei, olhando para ela, tentando fazer com que ela entendesse o que eu queria dizer.

No mesmo instante ela cai em si e entende o que eu quis dizer, ela se vira para os três homens, olhando fundo nos olhos deles uma áurea vermelha começa a cercar a garota, fazendo seus cabelos esvoaçarem. No mesmo instante um dos homens se virou para os outros dois e disparou várias vezes contra seus companheiros, no minuto em que ele parou, pode ver os corpos de seus companheiros perfurados de balas que ele mesmo atirou, aterrorizado ele pega uma pistola no coldre em sua cintura, coloca na boca e puxa o gatilho, caindo ali desfalecido no chão. Só consegui ouvir uma risada doentia de Ayra, ela realmente parecia se divertir fazendo isso. Ao se virar para mim, pude notar seus olhos vermelhos cor de sangue, devido a sua habilidade.

O Mensageiro (Revisando/Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora