O Mensageiro (Revisando/Finalizado)

Velhos amigos, novos inimigos 31

¶Narrador¶

Aquele grito ecoou por toda a rua qual estava ocorrendo aquela batalha, tirando a atenção das duas cavaleiras que ali degladiavam. O céu que antes estava com apenas algumas nuvens no mesmo instante se fechou, fazendo como se a escuridão dá noite tivesse caído ali para aquela cidade. A cavaleira de armadura negra em meio a escuridão quase desapareceu, dando vista apenas para os detalhes verdes em sua armadura, que brilhavam mais que tudo. A cavaleira da guerra, Ayra, reluzia em meio a escuridão com sua armadura cor de sangue e seus cabelos ruivos esvoaçados, mas um pouco no fim da rua, aonde Anthony estava, não se conseguia ver nada, a escuridão era total, tudo que se ouvia eram barulhos de ossos quebrando. Após aquele grito de ódio uma sombra negra se instaurou no garoto. Finalmente após aquela escuridão cessar pôde se ver finalmente, Anthony estava de joelhos no chão, raios atingiam o chão ali perto dele. Cobrindo seu rosto com as mãos, uma mancha negra cobria todas as suas costas, ao olhar atentamente todos ali puderam ver que aquela mancha na verdade era uma asa de penas negras, não um par, mas apenas uma única asa e em um intervalo de dois raios que acertaram o asfalto ali perto dele, a asa se abriu, demonstrando sua imponência, seu tamanho absurdo, ela conseguia ser maior que o garoto e que as duas cavaleiras juntas, que por si só tinham o tamanho de uma casa cada uma. Ao bater dá asa, cujo o som parecia o anúncio dos fins dos tempos, o garoto se levanta, de cabeça baixa, porém saindo do chão. O garoto fica ali no alto, de braços abertos, mostrando a mancha negra que cobria todo o lado direito de seu peito, se estendendo para seu braço e tomando a forma de uma foice de madeira entrelaçada, com uma lâmina do tamanho de um carro, com uma caveira na parte de trás dela.

O garoto pairava ali, com os braços abertos, com a foice em sua mão direita. Todos os três ali o observavam atentos esperando algum tipo de anúncio, mas de todos os três, o jovem Jonathan, que tinha acabado de sair dos destroços do prédio que fora destruído a algumas horas atrás o observava com medo, mas analisando tudo com seu olhar, esperando algo ruim que poderia acontecer.

Antes de pensar em fazer qualquer coisa, todos os três foram surpreendidos pelo pouso do garoto, cujo impacto destruira parte dá rua que ainda restava intacta abaixo dele. Ele se levanta imponente, com a lâmina da foice fincada no chão, mas ele não se importando com isso andava em direção ao prédio destruído onde Jonathan estava, cada passo do garoto, seguido do bater de sua asa, era um som inigualável mas muito parecido com o som dos trovões das mais assustadoras tempestades já vistas pelo homem. O medo se instaurou no corpo de todos os três que viam aquela cena, os olhos de Anthony já não mais tinham a cor castanho-esverdeados costumeira, estava totalmente negros, como se não houvesse mais uma alma ali dentro. Ao chegar perto do desfiladeiro criado pelo golpe da cavaleira da guerra ele parou, observou a todos, viu que ninguém se aproximava nem ao menos criava coragem para lhe falar nada, ele levantou vôo mais uma vez, pulando o desfiladeiro e caindo no meio das duas cavaleiras, a de armadura preta gritou.

- Quem é você garoto? Sua força é surpreendente...

- Eu sou o cavaleiro do apocalipse. Morte. Aquele que decide quem deve ou não continuar neste plano. - O jovem terminou ao colocar seus pés no chão, desta vez muito mais silencioso e menos destruidor do que a alguns minutos atrás. A garota não respondeu, apenas deu um passo para trás. Parecia respeitá-lo... Ou talvez temê-lo.

Antes de continuar a andar ele fitou a cavaleira da guerra, que no mesmo instante surpresa, fez a mesma coisa, apenas lhe deu passagem, em forma de respeito. Ele continuou a andar, mas desta vez foi diferente, a cada passo seu corpo era consumido por uma chama negra que ao se dissipar dava lugar para um pedaço de armadura, parte por parte de seu corpo até que enfim cessou, dando vista à uma armadura de cor escura mas não tão escura quanto a dá cavaleira da fome, com ombreiras largas e pontiagudas de cor dourada, em seu peitoral havia o desenho de uma cruz, também dourada, que reluzia como o sol. Sua armadura era de uma cor quase que esverdeada escura, sua asa que também fora consumida pelo fogo finalmente teve seu par a mostra, formando um par de asas de penas negras enormes, que batiam imponentes, fazendo algumas de suas penas se soltarem que ao caírem, desapareciam em chamas negras. Seus olhos já não estavam mais negros, voltaram a sua cor de verdade, seu cabelo curto arrepiado balançava juntamente com o vento. Sua imponência era suprema comparada com as outras duas cavaleiras que ali estavam observando-o.

- Ele é lindo... - Ayra disse.

- Sua batalha é comigo. - A cavaleira da fome retrucou, jogando o punhal em direção a ela, sendo impedida por Anthony, que em um giro de mão, com sua foice, bateu contra o punhal no ar, fazendo-o parar sua trajetória.

- Depois vocês terminam essa batalha idiota... Agora quem tem coisas a tratar sou eu!. Já sei de tudo Grace. - Anthony disse, com sua voz mais alta, ecoando por toda a rua. A surpresa da cavaleira da fome era notável, ela não esperava que ele soubesse seu nome.

- C-como você sabe meu nome?!. - Ela perguntou, recuando alguns passos.

- Não interessa como eu sei, conversaremos depois. Você também Ayra. - A garota se surpreendeu, mas não disse nada, apenas fitava-o. - Vou resolver este problema com você Jonathan. Você ainda é meu amigo, eu sinto isso. - Ele voltou a olhar para o garoto em meio aos destroços, que os olhavam atentamente.

- Eu? Eu sou apenas um peão no meio de tudo isso Anthony... Aquele garoto que você conhecia morreu semanas atrás...

- Mentira, se isso que você disse fosse verdade, você não estaria se arrependendo do que fez até agora, das pessoas que matou... - O garoto arregalou os olhos, surpreso com a situação.

- Me arrepender? Você não me conhece mesmo... Não me arrependo de ter matado quem eu matei... Pelo contrário, esse poder, essa força que eu tenho agora é maior que tudo e de todos, maior até que vocês. - Ele retrucou com um sádico sorriso em seu rosto, enquanto se levantava, dando visão a seu torço metálico que mesmo na escuridão daquelas nuvens reluzia. Anthony sem resposta apenas o observava.

- Agora que finalmente você se revelou, talvez eu tenha um desafio de verdade! ADAPTAR!. - O garoto gritou ao levantar, seus braços começaram a tomar forma de espadas como em sua batalha anterior, mas desta vez, mudaram de cor, estavam douradas, pareciam estar com um aspecto diferente... Mais afiadas, até que de repente, começaram a ficar vermelhas e sair uma leve fumaça.
- Não sei se você pode morrer, mas quem sabe se eu cortar todos seus membros com uma lâmina de dois mil graus Celsius eu consiga fazer algum estrago em você. - Ele terminou, se prostrando para batalha, olhando fundo nos olhos de Anthony que o observava com as sobrancelhas arqueadas, talvez procurando alguma humanidade naquele garoto.