Dia normal na escola? 2

85 3 0
                                    

Eu realmente tinha que fazer isso de novo? Todo santo dia ter que ir para aquela escola maltrapilha e malcuidada? Só de olhar para aquele prédio de três andares com tinta descascada e com várias janelas quebradas no segundo andar, aonde as salas de aula ficavam, ter que subir aquela escadaria enorme de pelo menos uns 50 degraus para conseguir chegar na única parte bonita e agradável da escola, um espaço com mesas de verão, com guarda sóis em cima, fazendo sombras confortáveis.

- Vamos Tony?.- Fui tirado de meus pensamentos por Sasha ao me puxar para a área de descanso da escola.

- Ahhhh Sashaaa, você quer mesmo subir essas escadas agora?!.- Murmurei com cara de criança birrenta que não quer fazer alguma coisa.- Vamos esperar o Jonathan aqui em baixo vai.- Juntei minhas mãos em um leve pedido de clemência levantando meus olhos para ela como um cachorrinho pidão.

- Caraca Tony, você é muito preguiçoso, quem vê nem pensa que você se exercita de manhã.- Ela riu, dando de ombros e subindo a escadaria me fazendo ir junto. Ela mal chegou no topo e correu, pulando alguns degraus para conseguir pegar uma mesa vazia com três cadeiras. Por mais que as cadeiras estivessem un pouco acabadas, com tinta descascando, o ambiente era mto agradavel naquele horário de antes da entrada. Por mais que tenha saído atrasado, consegui chegar bem cedo. Antes da maioria das pessoas, que comecei a vê-las correndo para sentar na área livre também. Enquanto olhava todas aquelas pessoas subindo como uma manada de elefantes para entrarem na escola, ouço um ronco do meu lado. Era Sasha, praticamente desmaiada de bruços de mesa, tirando um belíssimo sono, que chegava quase a babar na mesa.

- O que vocês estão fazendo na nossa mesa, seus estranhos?!.- Ouvi uma voz masculina dizer, seguido de algumas risadinhas. Era Michael, um garoto alto e forte do terceiro ano, de cabelos longos, de olhos azuis que aparentemente todas as garotas o amavam, seguido de seus macaquinhos de imitação.- Nao acho que tenha o nome de ninguém escrito aqui.- Eu disse, olhando de canto para eles, enquanto cutucava Sasha para ver se ela acordava.

- Essa mesa é do terceiro ano imbecil, acha que tá falando com quem?.- Ele disse com cara feia, sempre seguido de risadinhas, as vezes achava que ele era um palhaço, porque tudo que ele falava, os meninos atrás dele riam.

- Olha Michael, essas mesas são livres, qualquer um pode sentar aqui, não quero arrumar confusão cara.- Eu respondi com a maior calma em meu rosto, afinal não ia querer arrumar briga com o cara mais popular da escola, fora que, com meu físico de grilo acabaria tomando uma bela surra.

- Olha aqui...- Ele se aproximou de mim e se abaixou para perto do meu rosto ficando cara a cara comigo, me dando a oportunidade de ver o azul dos olhos dele.- Nerd...- Ele deu um peteleco no meu óculos, fazendo ele cair na mesa.- O terceiro ano manda nessa escola, vê se entende isso.- Me afastei empurrando a cadeira tentando pegar meu óculos, sem sucesso, vendo ele cair na mesa, com sorte, pois ele não quebrou. Fiquei furioso, não sabia o que falar, meu coração estava muito acelerado de raiva daquele garoto e ao mesmo tempo com medo pois ele era muito mais forte e tinha mais quatro amigos para me surrar. Quando pensei em revidar, senti minhas costas queimando, como se alguém tivesse colocado fogo nas minhas costas, instantaneamente fechei meus olhos e coloquei as mãos nas costas tentando sem sucesso acabar com a dor.- O neném vai chorar?.- Ouvi Michael dizer. Fiquei calado, pois a dor era intensa, foi então que ouvi uma voz dizer de longe.

- Deixa ele em paz Michael, você é retardado?.- Era Jonathan, com sua roupa de sempre, calça preta rasgada no joelho, moletom preto da banda system of a down, uma touca branca e preta e com seu skate na mão. - Da pra deixar o Tony e a Sasha em paz? Você sabe muito bem que eles estão comigo. Então desencana.- Ele disse com um olhar bravo para Michael.

- E quem você pensa que é pra falar assim com o Michael?.- Um de seus macaquinhos se impôs, um garoto mirradinho, de cabelos negros, nao conseguia ver seu rosto.

- Calado Mike.- Michael disse. -Mas Michael!-. O garoto retrucou.- Eu disse calado.- Michael disse com raiva em seu olhar. Balançando seu cabelo com o vento.- Você tem sorte que anda com esses idiotas de skateboard Jonathan, se nao já tinha te quebrado ao meio faz tempo.- Ele terminou, olhando com fúria para o Jonathan.- Todos vocês.- Ele disse virando para mim com um olhar de louco, mas eu pouco me importava e aparentemente a queimação nas costas pararam assim que Jonathan apareceu. Michael aparentemente tinha medo do que o pessoal do grupinho do Jonathan poderia fazer com ele, então nunca se metia a besta com ele, deu as costas para nós e foi para dentro da escola.

- Você ta bem Tony?.- Jonathan perguntou pegando o óculos jogado na mesa e entregando para mim com um sorriso de canto de boca.

- Estou, não vai ser um babaca que vai me deixar pra baixo.- Sorri.

- O que que aconteceu aqui galerinha?. Olhei para trás, surpreso, ao ver a Sasha com o rosto todo marcado, com uma pequena poça de baba na mesa, bocejando enquanto falava.

- Durmiu bem eim filha?.- Eu ri.

- Perdeu um bonitão morrendo de medo. - Jonathan disse.

- Bonitão? Quem? O Michael? Bonitão aonde, aquele cabelinho de mulher dele só deixa ele mais baitola.- Sasha disse revirando os olhos.

- Não perdeu nada demais. Vamos logo pra escola?.- Disse me levantando e indo em direção ao portão seguido por Jonathan e Sasha.

============================

- Você não precisa fazer isso!! Por favor, não me mata!!- O rapaz de cabelos loiros clamava por sua vida, com uma mão negra em seu pescoço dificultando sua respiração.

- Você aí, parado. Se não eu atiro!.- O policial gritou atônito ao ver aquela cena.- No mesmo instante que vi o olhar de medo do policial usei a força da minha mão para quebrar o pescoço do jovem loiro, fazendo sua vida se dissipar em minhas mãos e com um pouco de força, separo a cabeça do jovem do restante de seu corpo, fazendo sangue jorrar por todo o chão. Garras saiam de meu braço, furando o corpo caído do garoto. Me virei para o policial fitando o horror em sua face ao ver aquela cena, mas ao ver que aquele homem estava congelado ao me ver ali, destroçando o corpo daquele garoto, me dava felicidade. Me alimentava, eu sentia prazer, eu me sentia bem fazendo aquele homem me temer. Quando finalmente, vou em direção do policial, passo por passo, sentindo cada vibração de seu coração a cada passo que eu dava até que cheguei na sua frente e pude olhar fundo nos olhos daquele homem, sentindo seu medo fundo em meu corpo.....

Um feixe de luz batia em meu rosto, meu corpo doía, eu conseguia ver minha cama, com os cobertores todos jogados. Como assim conseguia ver minha cama? Eu estava deitado no chão, perto da porta e do meu guarda roupa, minha cabeça doía, estava suando, estes pesadelos estavam se tornando cada vez mais real, desta vez até parecia que eu... estava lá...

O Mensageiro (Revisando/Finalizado)Onde histórias criam vida. Descubra agora