Capítulo 46

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Por Willy

Eu não ouvia nada, apenas meu coração martelando no peito. Fiquei em estado de choque.

Meu bebê não!

Ela é tão novinha, tão frágil. Isso não pode estar acontecendo.

Não pode!

Isso deveria estar acontecendo comigo e não com ela.

As enfermeiras levam Elizabeth para uma sala para ser examinada, enquanto eu fico sentado no banco na sala de espera em choque.
O doutor tenta mais uma vez conversar comigo, mas meu cérebro não consegue captar o que ele está me dizendo.

- Traga um pouco de água para ele. Escuto bem longe a voz do Dr.

Quando a enfermeira me entrega o copo de água, eu olho para o doutor, para a enfermeira, depois para o doutor de novo. E ele assente, então pego o copo de água e bebo com bastante dificuldade. Conforme a água corre por minha garganta, vou voltando ao normal.

- E agora? Está se sentindo melhor? O Dr me pergunta.

- Como vou me sentir melhor, se eu descobri que minha filha está morrendo? Coloco minhas mãos na cabeça.

- Eu preciso lhe explicar que temos que começar os exames com os familiares o mais rápido possível.

- Como assim Doutor? Pergunto perdido.

- Temos que achar alguém compatível para fazer o transplante de medula.

- Quais os requisitos para ser compatível?

- A probabilidade de um parente ser compatível é muito grande. Principalmente quando são os pais ou irmãos de mesmos pais.

- Tudo isso ela tem.

- Porém isso não é garantia. As vezes nenhum dos pais tem a medula compatível com o paciente. Eu aconselho que vocês contatem todos os parentes o mais rápido possível e vocês de perto comecem logo os exames. 

- Farei tudo que estiver ao meu alcance para salvar minha filha. - Digo com a voz trêmula.

Passo as horas seguintes fazendo exames atrás de exames. Me informam que Elizabeth já estava melhor porém precisava ficar em observação.

Fiquei como um louco. Liguei para os meus pais e informei tudo o que estava acontecendo. Pedi para que eles viessem para o México fazer exames e eles concordaram. Liguei para a mãe de Elizabeth e passei a mesma informação. Nada conseguia me fazer ficar calmo, me sentia entorpecido. Depois de mais um tempo fui a recepção.

- Me desculpe enfermeira, mas eu queria saber se eu posso ver minha filha? O nome dela é Kailey Gutierrez Levy. Ela digita algo no computador.

- Ela está no quarto 12 da área de risco. Mas para entrar lá é preciso colocar uma roupa especial.

Sigo pelo corredor coloco a roupa e encontro o quarto. Entro com cuidado para não fazer barulho. Encontro minha princesa desacordada com um monte de tubos e fios em seu pequeno corpinho. Me aproximo da cama, mas a dor é grande demais. Pego sua maozinha e dou vários beijos. Beijo sua testa, seu rostinho e começo a chorar. Essa era a pior dor que eu poderia sentir, minha filha com essa doença devastadora. Preferia que isso acontecesse mil vezes comigo do que com um dos meus filhos. Fico durante alguns minutos sentado ao lado da cama e chorando para ver se assim minha angústia diminui.

A noite chega e resolvo ligar para Maite, preciso conversar com ela. Elizabeth se recuperou e quis ficar o tempo todo com Kailey. Eu preciso conversar com Maite, só de vê-la já me sinto melhor. Preciso desabafar com ela.

Por Maite

Assim que Willy saiu eu senti um vazio tão grande. Para passar o tempo resolvi arrumar meu quarto. Fui até meu jardim para tentar encontrar algum vestígio que pudesse apontar quem estaria me vigiando. Resolvo ligar para a empresa de segurança. Peço que eles me envirm o DvD das imagens de ontem a noite.

De tarde vou até a empresa de segurança e pego o DVD com as imagens. Espero que com isso eu consiga identificar quem entrou no meu quintal. Em meu notebook, abro o arquivo da imagem e avanço a até a hora em que o estranho estaria em meu jardim. Examino todas as imagens e identifico uma pessoa andando em meu jardim, essa pessoa estava todo de preto e era um homem. Ele era alto e moreno, mas não consegui ver o sei rosto. Pelo menos uma pista eu já tinha.

Assim que a noite chegou eu estava com dor de cabeça de tanto pensar em quem poderia ser esse homem, mas não conseguia imaginar quem seria doente ao ponto de me ameaçar daquela forma.

Tomei um banho e liguei a tv para passar o tempo. Mais tarde meu celular tocou e atendi feliz da vida sabendo que era Willy.

- Alô. Digo feliz.

- Alô Maite, boa noite. Diz Willy com uma voz cansada.

- O que foi meu amor? Por que está falando assim? Digo me assustando com seu tom de voz.

- Eu estou no hospital. Willy sussurra.

- Ai meu Deus! Você está bem?
Digo entrando em desespero.

- O problema não sou eu Maite. A Kailey está com leucemia. Seu tom de voz corta o meu coração.

- Meu Deus! Coloco a mão em minha boca que está escancarada. - Eu sinto muito Willy. Mas o que os médicos disseram?

- Precisamos encontrar um parente que seja compatível para fazer um transplante. Já avisei meus pais, já fiz os exames
Estou esperando os resultados, mas não sei se serei compatível. Estou desesperado.

Ficamos conversando durante um tempo. Tentei consolar Willy de alguma forma, mas eu realmente não sabia como ajudá-lo. Não falei nada sobre as imagens que eu consegui, pois a situação dele não estava nada bem.

Guardei as informações comigo. Depois que terminamos de conversar, subi para o meu quarto e deitei na cama, fiquei tentando imaginar quem poderia querer me fazer mal. Mas minha maior preocupação foi Kailey. Depois de tanto rolar na cama eu dormi.

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Beijinhos amores.
Até o próximo capítulo.
Bye bye.!!!

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⏰ Última atualização: Jul 30, 2019 ⏰

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