Capítulo 1

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- Não! Não faça isso por favor! Não o mate! Pare!- ela fala desesperada.

Não vou parar. Tudo o que eu quero neste exato momento é acabar com a vida dele. Sujar as minhas mãos com esse sangue nojento que corre por suas veias. Manda-lo para o inferno.

- Você não é assim, Chris! Não faça isso!

- Se você pensa dessa maneira, realmente não me conhece.- rosno.

- Eu sei quem é você! PARA!- ela está aos prantos de tanto chorar mas não me importo.

- Sabe? Então, quem sou eu? - Ela me olha horrorizada. Havia esquecido o quanto é bom ser temido. O quanto é bom ver lágrimas caírem ao chão provocadas por mim. Ver alguém implorar por clemência. - Estou esperando.

- Você é uma pessoa boa. Uma das mais importantes da minha vida. Sem você, não seria a mesma que sou. Eu te amo!

- A mesma que você é...- ela não pode ter dito isto. - Então quer dizer que eu ajudei você a se tornar uma vadia?- falo com desgosto. - Tudo que sai da sua boca é falso.

- Não fale isso!

- Tenho pena de você. Acabou de assinar sua sentença de morte.

- Não vai fazer nada com ela. - ele entra na frente dela. - Já chega Christopher.

- Já chega?- rio com escárnio. - Mais eu nem ao menos comecei.

- Chris, não faça isso. Vamos conversar. - chega de conversa. Cansei dessa porcaria.

- Não tem o que conversar. - falo e dou três passos para frente.

- Você não é um assassino. - ela fala.

- Realmente não sou. - olho para o chão e depois diretamente nos olhos dela. - Sou muito pior.

Avanço pra cima dele com uma faca em mãos. A lâmina perfura sua costela e sangue começa a sair. Retiro a faca rapidamente e ele cai no chão. Olho para a próxima vítima.

- Não. Por favor. Pare. - ela diz desesperada.

No momento seguinte, tudo que eu ouço é um grito. O grito que sempre me trouxe prazer em ouvir.

- NÃOOOOOOOOOOOO!

Bip, bip. Bip, bip. Bip, bip.

Acordo assustado e com falta de ar. Respiro freneticamente em busca de oxigênio para preencher os meus pulmões e para me livrar desta dor lancinante no peito. Olho para todos os lados mais não consigo ver nada pois minha visão está desfocada. Fecho os olhos e respiro fundo.

Aos poucos, me recupero do susto e percebo que aquilo foi só um sonho. Apenas um produto da minha mente, uma coisa fictícia, que não tem nada a ver com a realidade.

Queria eu que fosse assim.
Não adianta me enganar. Há anos tento mentir para mim mesmo e dizer que eu não fiz aquilo naquela noite. Ignorar cada batida do meu coração que dispara cada vez mais forte ao me lembrar de cada ato, fala, ou pensamento que tive. Mas nunca tenho sucesso. Não há como apagar algo do passado como se fosse uma coisa sem importância, por mais que você queira. Isso tenho certeza.

Mas o estranho é que, apesar de saber a coisa horrível que fiz, saber o monstro em que me transformei naquele dia, eu não sinto remorso algum. Não me arrependo de nada. Aquilo para mim parecia normal, tão normal quanto acordar de manhã, levantar e tomar café. Tive prazer em ver ela chorar. Em esfaquear aquele maldito. O único sentimento que eu não tenho ao me lembrar daquela noite é arrependimento.

Apenas Na Hora Errada ( Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora