Descobrindo o amor - Capítulo 2

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Antônio nunca havia se apaixonado e quando conheceu Marcelo achou que seria um amor para a vida inteira. Por ser uma pessoa intensa e honesta com seus sentimentos, Antônio se entregou de corpo e alma nessa relação e ao perceber que sua historia de amor era uma farsa, ficou totalmente perdido.

Sem poder contar com mais ninguém, só restou conviver com sua solidão e a grande culpa que sentia, por ter permitido que seu amor o deixasse cego, a ponto de não enxergar todos os defeitos que Marcelo possuía.

A única coisa que ainda mantinha vivo dentro de si era a esperança de encontrar Guilherme, e isso era a energia que o movia, que o fazia levantar todo dia e encarar a vida.

Segurando uma foto muito antiga, tentou puxar o máximo que pode as lembranças de sua infância. Na realidade a cada ano que se passava as lembranças iam se perdendo, sumindo de sua memoria.

Antônio – Meu irmão, onde você esta?

Antônio – Me sinto tão sozinho. Será que um dia vou poder lhe abraçar novamente?

Antônio – Tenho tanta coisa pra lhe perguntar, pra lhe falar, pra compartilhar com você.

Ao guardar a foto no fundo de uma gaveta, viu uma foto de Marcelo, e sua raiva aumentou ainda mais, pois mesmo não querendo admitir, ainda o amava.

Seu inferno astral parecia não ter fim, achando que nada mais de ruim poderia acontecer, Antônio foi surpreendido no trabalho, sendo informado que estava demitido por corte de pessoal. Claro que bateu um medo em seu peito, mas a cada obstáculo como esse, sentia que as chances de encontrar seu irmão ficavam cada vez mais distantes, pois tudo envolvia dinheiro.

Em um final de tarde, depois de passar o dia todo buscando trabalho, sentiu que suas energias haviam se esgotado. Precisando de um pouco de carinho, foi no lugar onde teria isso de sobra.

Shirley – Que surpresa Antônio você anda sumido.

Antônio - Como vai Dona Shirley? Disse, já abraçando a mulher.

Shirley – Fiquei um pouco preocupada com você. Sumiu e não mandou noticias.

Antônio – Esta tudo bem, tive que me mudar, estou morando longe.

Antônio matou a saudade daquela mulher, mas estava um pouco impaciente.

Antônio – Cadê as crianças? Esta um silêncio isso aqui.

Shirley – A prefeitura mandou um ônibus ate aqui, eles foram fazer um passeio no zoológico.

Antônio – Que legal, elas devem estar eufóricas.

Antônio – Na minha época a gente não tinha essas coisas não.

Shirley – Eram épocas mais difíceis.

Antônio – Não estou reclamando não.

Shirley – Eu sei.

Shirley se levantou, indo ate o rapaz, o abraçando.

Shirley – De todas as crianças que já passaram por aqui, você é o mais especial.

Antônio deu um sorriso, beijando a mão da mulher.

Shirley – Eu te conheço muito bem. Fale o que lhe aflige.

Antônio tentou desconversar, mas acabou falando de suas dificuldades, mas nunca se fazendo de coitado.

Antônio – O pior de tudo é que nunca mais tive nenhuma pista do Guilherme.

Shirley – Você ainda pensa nisso?

Descobrindo o amorOnde histórias criam vida. Descubra agora