A mão da Luna se soltou da minha e eu olhei pra ela seus olhos estavam transbordando, eu olhei pra minha mãe que me pedia perdão e depois olhei pra tia Juliana pedindo ajuda, ela entendeu o meu olhar e se aproximou da Luna.
-Vem menina, vamos pra cozinha.
-Não dona Juliana, eu quero embora, eu acho que não sou bem vinda aqui.
-Ainda bem que você sabe o seu lugar.
Eu ia abrir a boca para defender a Luna quando a minha mãe falou.
-Você veio aqui pra me conhece Luna, vamos deixar eles se entenderem.
-Até você Laís, você está do lado desse vadiazinha.
-CHEGA!
Todos me olharam, eu peguei a mão da Luna, ela quis soltar mais eu não deixei.
-Escuta Margo a Luna não vai embora, eu não vou voltar com a Margo, nunca, eu não amo você Margo, eu não vou me casar com uma pessoa que eu não amo, e se eu estou ou não gostando da Luna isso é um problema meu e dela, agora vai embora daqui Margo.
A Margo estava chorando
-Isso não é justo, eu te amo você não pode me trocar por essa vagabunda.
Eu soltei a mão da Luna e fui pra cima dela.
-Para de falar isso, PARA.
Ela passou por mim igual um furacão e foi pra cima da Luna.
-Você não vai me tirar o Mateus, sua vadia.
A Luna não se defendia ela só se encolheu, eu fui pra cima das duas e minha mãe e minha tia tiraram a Margo de cima da Luna e eu ajudei a levantar, ela está com o rosto machucado, e os braços também, ela está fria e pálida.
-Luna você está bem?
Ela não respondeu esta paralisada.
-Responde Luna, você está bem?
Ela esta gelada, a Margo estava gritando enquanto os seguranças da minha tia estavam tirando ela de lá, mas a Luna não reage. Minha mãe veio para o meu lado e começou a mexer na Luna.
-Filho leva a Luna pro quarto da sua tia, a pressão dela está baixa e ela pode desmaiar.
Eu peguei ela no colo e ela desabou.
-Mãe ela desmaiou.
-Isso ia acontecer mesmo, ela está com a pressão muito baixa.
-O que eu posso fazer?
-Só deita ela, a Luna precisa descansar, eu vou pedir pras meninas fazerem um lanche pra quando ela acorda.
Deixei ela no quarto da minha tia e a deitei na cama.
-Agora vem Mateus.
-Não mãe, eu quero ficar com ela.
-Não, nós precisamos conversar.
Nós saímos do quarto e fomos até o escritório, quando eu entrei no escritório a tia Juliana estava andando de um lado para outro.
-O que está acontecendo tia?
-Juliana eu acho que ele tem que saber.
-Saber o que?
-Mateus você conhece a minha história não é?
A tia Juliana ficou grávida de um cara muito perigoso, acho que ele estava envolvido em muita coisa ilegal, ela ficou com medo dele tomar a menina dela então deixou a filha na porta de um orfanato, depois de dois anos ela se perdeu da filha e nunca mais a viu.
-Claro que sei, espera! Você achou a sua filha?
Ela se virou de costas pra mim e tirou a blusa.
-Tia o que você... Essa mancha é idêntica a da... Tia você é a mãe da Luna?
-Sim.
-Eu não acredito que isso ta acontecendo, você estava procurando ela é ela apareceu aqui.
-Ela não pode saber.
-Por quê?
-Porque ela corre perigo, eu não quero que o pai dela descubra que ela existe, mas eu não quero falar disso agora, eu quero saber o que você sente pela Luna?
-Não sei tia.
Eu respirei e olhei pra minha mãe e pra tia Juliana e sorri.
-Pode ser que eu ame ela.
Nós ouvimos a porta bater.
-Licença.
-Você está bem?
-Um pouco fraca, mas estou bem.
-Vamos almoçar, estamos todos fracos de fome.
A tia Juliana tentou amenizar a situação, mas eu tenho que conversa com a Luna. Nosso almoço foi tranquilo e eu pude ver de novo aquele sorriso, nós almoçamos muito tarde quando terminamos a sobremesa já se passava das três.
-Luna vamos? Quero te levar em um lugar.
-Mas...
-Por favor, vamos.
-Tudo bem.
Ela está com medo de mim, ou melhor, da Margo, eu não sei ao certo o que tá acontecendo, mas eu preciso ficar perto da Luna. Levei ela pro meu lugar predileto, uma praia um pouco distante da cidade quase não vem ninguém aqui e o pôr do sol é maravilhoso, nós conversamos bastante, até que eu levantei e comecei a jogar areia nela, ela levantou e começou a correr de mim, eu corri atrás dela e a peguei pela cintura fazendo nossas respirações se cruzarem, estou morrendo de vontade de beijá-la, mas eu tenho medo de assusta-la e a perde, mas eu não consegui me controlar e a beijei, ela ficou vermelha e parecia querer se enterrar na areia.
-Vem vamos ver o pôr do sol.
Nós sentamos na areia e ficamos esperando, como sempre foi um espetáculo, quando era pequeno meu pai costumava me trazer aqui.
Quando eu me virei pra Luna, percebi que ela tinha o rosto cansado, o dia foi longo demais para ela.
-Vamos te levar pra casa pequena, você está muito cansada.
Ela apenas assentiu no meio do caminho ela adormeceu no banco e eu fiquei com dó de acorda-la, então a levei para o meu apartamento, é claro que não vou fazer nada com ela, eu gosto dela de verdade e também minha mãe criou um homem não um moleque, ela estava em um sonho tão profundo que eu a tirei do carro e ela não acordou, a deitei na minha cama e sai não podia ficar aqui, estava ficando doido.
Duas horas depois ela apareceu na sala, com o rosto em pânico.
-Onde eu estou?
-Ei calma! Senta aqui.
Ela estava tão assustada, eu nunca vi uma mulher acorda tão linda.
-Porque você não me deixou em casa Mateus?
-Porque você estava dormindo e eu não quis te deixar no seu apartamento sozinha.
Ela deu um leve sorriso.
-Você pode me levar embora?
-E se nós fizéssemos um jantar primeiro? Eu sei fazer miojo.
Ela começou a rir.
-Tudo bem, mas sem miojo, que tal estrogonofe.
-Eu não acredito que você sabe fazer.
-Sei, eu aprendi no orfanato e também posso te ensinar pelo menos assim vai parar de viver de miojo.
Ela sorria pra mim igual uma criança quando acaba de ganhar um doce.
-Você está contratada como minha cozinheira hoje.
-Vamos senhor miojo.
Essa mulher é maravilhosa...
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Vidas Cruzadas
RomanceAs vezes a vida usa de métodos diferentes para unir um casal, ele um vice presidente de uma grande agencia de modelo enquanto ela uma órfã que sonha em ser modelo, eles não se conhecem, mas não imaginam o quanto suas vidas são ligadas, as tragedias...