Capítulo 3

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A mão da Luna se soltou da minha e eu olhei pra ela seus olhos estavam transbordando, eu olhei pra minha mãe que me pedia perdão e depois olhei pra tia Juliana pedindo ajuda, ela entendeu o meu olhar e se aproximou da Luna.

-Vem menina, vamos pra cozinha.

-Não dona Juliana, eu quero embora, eu acho que não sou bem vinda aqui.

-Ainda bem que você sabe o seu lugar.

Eu ia abrir a boca para defender a Luna quando a minha mãe falou.

-Você veio aqui pra me conhece Luna, vamos deixar eles se entenderem.

-Até você Laís, você está do lado desse vadiazinha.

-CHEGA!

Todos me olharam, eu peguei a mão da Luna, ela quis soltar mais eu não deixei.

-Escuta Margo a Luna não vai embora, eu não vou voltar com a Margo, nunca, eu não amo você Margo, eu não vou me casar com uma pessoa que eu não amo, e se eu estou ou não gostando da Luna isso é um problema meu e dela, agora vai embora daqui Margo.

A Margo estava chorando

-Isso não é justo, eu te amo você não pode me trocar por essa vagabunda.

Eu soltei a mão da Luna e fui pra cima dela.

-Para de falar isso, PARA.

Ela passou por mim igual um furacão e foi pra cima da Luna.

-Você não vai me tirar o Mateus, sua vadia.

A Luna não se defendia ela só se encolheu, eu fui pra cima das duas e minha mãe e minha tia tiraram a Margo de cima da Luna e eu ajudei a levantar, ela está com o rosto machucado, e os braços também, ela está fria e pálida.

-Luna você está bem?

Ela não respondeu esta paralisada.

-Responde Luna, você está bem?

Ela esta gelada, a Margo estava gritando enquanto os seguranças da minha tia estavam tirando ela de lá, mas a Luna não reage. Minha mãe veio para o meu lado e começou a mexer na Luna.

-Filho leva a Luna pro quarto da sua tia, a pressão dela está baixa e ela pode desmaiar.

Eu peguei ela no colo e ela desabou.

-Mãe ela desmaiou.

-Isso ia acontecer mesmo, ela está com a pressão muito baixa.

-O que eu posso fazer?

-Só deita ela, a Luna precisa descansar, eu vou pedir pras meninas fazerem um lanche pra quando ela acorda.

Deixei ela no quarto da minha tia e a deitei na cama.

-Agora vem Mateus.

-Não mãe, eu quero ficar com ela.

-Não, nós precisamos conversar.

Nós saímos do quarto e fomos até o escritório, quando eu entrei no escritório a tia Juliana estava andando de um lado para outro.

-O que está acontecendo tia?

-Juliana eu acho que ele tem que saber.

-Saber o que?

-Mateus você conhece a minha história não é?

A tia Juliana ficou grávida de um cara muito perigoso, acho que ele estava envolvido em muita coisa ilegal, ela ficou com medo dele tomar a menina dela então deixou a filha na porta de um orfanato, depois de dois anos ela se perdeu da filha e nunca mais a viu.

-Claro que sei, espera! Você achou a sua filha?

Ela se virou de costas pra mim e tirou a blusa.

-Tia o que você... Essa mancha é idêntica a da... Tia você é a mãe da Luna?

-Sim.

-Eu não acredito que isso ta acontecendo, você estava procurando ela é ela apareceu aqui.

-Ela não pode saber.

-Por quê?

-Porque ela corre perigo, eu não quero que o pai dela descubra que ela existe, mas eu não quero falar disso agora, eu quero saber o que você sente pela Luna?

-Não sei tia.

Eu respirei e olhei pra minha mãe e pra tia Juliana e sorri.

-Pode ser que eu ame ela.

Nós ouvimos a porta bater.

-Licença.

-Você está bem?

-Um pouco fraca, mas estou bem.

-Vamos almoçar, estamos todos fracos de fome.

A tia Juliana tentou amenizar a situação, mas eu tenho que conversa com a Luna. Nosso almoço foi tranquilo e eu pude ver de novo aquele sorriso, nós almoçamos muito tarde quando terminamos a sobremesa já se passava das três.

-Luna vamos? Quero te levar em um lugar.

-Mas...

-Por favor, vamos.

-Tudo bem.

Ela está com medo de mim, ou melhor, da Margo, eu não sei ao certo o que tá acontecendo, mas eu preciso ficar perto da Luna. Levei ela pro meu lugar predileto, uma praia um pouco distante da cidade quase não vem ninguém aqui e o pôr do sol é maravilhoso, nós conversamos bastante, até que eu levantei e comecei a jogar areia nela, ela levantou e começou a correr de mim, eu corri atrás dela e a peguei pela cintura fazendo nossas respirações se cruzarem, estou morrendo de vontade de beijá-la, mas eu tenho medo de assusta-la e a perde, mas eu não consegui me controlar e a beijei, ela ficou vermelha e parecia querer se enterrar na areia.

-Vem vamos ver o pôr do sol.

Nós sentamos na areia e ficamos esperando, como sempre foi um espetáculo, quando era pequeno meu pai costumava me trazer aqui.

Quando eu me virei pra Luna, percebi que ela tinha o rosto cansado, o dia foi longo demais para ela.

-Vamos te levar pra casa pequena, você está muito cansada.

Ela apenas assentiu no meio do caminho ela adormeceu no banco e eu fiquei com dó de acorda-la, então a levei para o meu apartamento, é claro que não vou fazer nada com ela, eu gosto dela de verdade e também minha mãe criou um homem não um moleque, ela estava em um sonho tão profundo que eu a tirei do carro e ela não acordou, a deitei na minha cama e sai não podia ficar aqui, estava ficando doido.

Duas horas depois ela apareceu na sala, com o rosto em pânico.

-Onde eu estou?

-Ei calma! Senta aqui.

Ela estava tão assustada, eu nunca vi uma mulher acorda tão linda.

-Porque você não me deixou em casa Mateus?

-Porque você estava dormindo e eu não quis te deixar no seu apartamento sozinha.

Ela deu um leve sorriso.

-Você pode me levar embora?

-E se nós fizéssemos um jantar primeiro? Eu sei fazer miojo.

Ela começou a rir.

-Tudo bem, mas sem miojo, que tal estrogonofe.

-Eu não acredito que você sabe fazer.

-Sei, eu aprendi no orfanato e também posso te ensinar pelo menos assim vai parar de viver de miojo.

Ela sorria pra mim igual uma criança quando acaba de ganhar um doce.

-Você está contratada como minha cozinheira hoje.

-Vamos senhor miojo.

Essa mulher é maravilhosa...

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