Vidas Cruzadas

Capítulo 2

Eu estou nervoso pra caramba para o jantar com a Margo, quero terminar esse compromisso logo, á muito tempo que eu não sinto nada por ela não posso continuar prendendo a Margo em um relacionamento em que ela não é amada, meus pensamentos são interrompidos pela Margo.

-Oi amor.

Ela tenta me beijar mais eu me afasto.

-O que está acontecendo Mateus?

Ela se sentou na minha frente já estava nervosa, pelo andar da carruagem nós não vamos jantar e muito menos terminar essa noite como bons amigos.

-Eu queria jantar com você primeiro, mas acho que você não quer esperar e nem eu estou aguentando mais.

-Aguentando o que Mateus? Você está me preocupando.

-O nosso compromisso está...

-Está o que?

-Acabado, eu não te amo mais Margo.

-O QUE?

Ela gritou no meio do restaurante e todos nos olharam, os olhos dela começaram a se encher e como eu já esperava ela vai começar um show.

-Mas eu te amo você não pode está falando a verdade, você é o amor da minha vida, isso só pode ser coisa da Juliana, ela nunca gostou de mim, eu tenho certeza que ela colocou minhocas na sua cabeça.

-Ninguém colocou nada na minha cabeça Margo, eu só conheci outra pessoa e percebi que não te amo.

-Quem é ela? Eu tenho o direito de saber?

-Não, não tem nenhum direito.

-Eu não acredito que você está me trocando por outra mulher, nós estamos juntos há três anos Mateus, como você pode jogar tudo pro ar por causa de uma mulher que você acabou de conhecer.

-Por isso mesmo Margo eu conheci ela agora e já tenho certeza do que eu sinto por ela é mais forte do que eu sinto por você que eu conheço a mais de cinco anos, você consegue entender que não estou de trocando, só estou deixando de cometer um erro e destruir as nossas vidas.

A essa altura ela já estava chorando como uma criança que perde um brinquedo.

-Eu sinto muito Margo, eu tenho que ir embora, até mais.

Ela segurou a minha mão e me olhou.

-Não faz isso Mateus, por favor.

Eu me abaixei e beijei sua testa.

-Me perdoa.

Ela ficou chorando na mesa e eu sai, não gosto de ver mulheres chorando, principalmente quando eu sou o culpado, mas amanhã eu vou poder passar à tarde com a Luna e ter certeza do que está acontecendo.

O almoço foi marcado para as onze, mas agora são oito e eu já estou ansioso, minha tia me ligou perguntando se eu estava lembrando de ir buscar a Luna, até parece que eu vou esquecer, depois eu liguei para a Luna e perguntei se ela iria e marquei de ir busca-la dez e meia, ela me garantiu que estaria pronta. Eu saí casa dez horas, não aguento mais ficar nessa casa esperando dar a hora, parece que o relógio está querendo me castigar, cheguei no endereço que a Luna me deu dez e vinte, quando eu bati a porta do carro ela apareceu na porta do prédio.

-Você já está pronta?

-Sim.

-Você é a primeira mulher que não me faz esperar.

Ela sorriu constrangida.

-Eu não gosto de me atrasar ou fazer os outros me esperarem.

-Isso é ótimo, seu namorado deve amar.

Ela engasgou e ficou vermelha.

-Eu não tenho namorado.

-Melhor ainda, eu também não.

Ela ficou mais vermelha ainda e eu ri.

-Vamos pimentão, minha tia e minha mãe estão nos esperando.

Ajudei-a entrar no carro, ela está linda com um vestido que bate no meio das coxas, estilo frente única, eu não conseguia achar um defeito nela. Eu entrei no carro e liguei o rádio.

-Você gosta de qual estilo musical?

-Eu sou bem eclética.

Eu coloquei em uma estação que tocava de tudo, que geralmente era a que eu gostava de ouvir, até que começou a tocar Charlie Brown Jr e para descontrair eu comecei a cantar, eu olhei para a Luna e ela estava com lágrimas nos olhos de tanto rir.

-Por que está sorrindo?

-Por que o Chorão deve está se revirando no túmulo por ouvir você estragar a música dele assim.

-Então você conhece Charlie Brown?

-E quem não conhece, amo as músicas dele.

Eu aumentei o volume e ela começou a cantar baixinho, como que se ela estivesse deixando a música a levar para outra dimensão, sem que ela percebesse eu fui abaixando o volume até conseguir ouvir a sua voz.

-"... pra quem tem pensamento forte o impossível é só questão de opinião, e disso os loucos sabem só os loucos...".

Ela percebeu o que eu tinha feito e parou.

-Continua, você canta muito bem eu tenho certeza que o Chorão deve está muito feliz agora.

-Não gosto de cantar perto de alguém, morro de vergonha.

-Vergonha passei eu cantando perto de você

Ela sorria como que se eu fosse um palhaço, mas para ver esse sorriso eu viro qualquer coisa.

Nós passamos o caminho todo brincando, a Luna tem o sorriso mais lindo do mundo, quando nós chegamos na casa da tia Juliana a Luna ficou tensa.

-Ei calma, só vamos almoçar.

-Mas eu não conheço a sua mãe.

-Luna eu te adoro, minha mãe também vai te amar.

-Você o que?

Eu não tinha percebido que eu tinha falado que adorava ela.

-Você me ouviu Luna, não precisa ficar preocupada eu vou está do seu lado.

Ela ficou corada, eu sai do carro e fui para o lado do passageiro e abri a porta pra ela.

-Vem, vai ficar tudo bem.

Eu peguei a mão dela e nós entramos, quando eu entrei na casa a tia Juliana nos viu e sorriu, mas ela estava tensa.

-O que aconteceu tia?

Antes de ela abrir a boca a minha mãe entrou com a Margo atrás, quando ela viu a Luna o seu sorriso se transformou em ódio.

-Essa é a vagabunda que você disse que está apaixonado, é por ela que você me trocou, eu era sua noiva Mateus, noiva.

Era só o que me faltava.