5 - Olhos de mãe

127 7 1
                                    

  (Os eventos desta história ocorrem antes do livro OBSESSIVOS - A Revelação Final)  

  (Os eventos desta história ocorrem antes do livro OBSESSIVOS - A Revelação Final)  

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

– Bom dia!

Era a primeira coisa que Agatha pronunciava alegremente todas as manhãs para a sua mãe. Este breve mantra era o que lhe transmitia esperança no dia que se inicia e assim ver o primeiro sorriso de seu rosto.

Aproximou-se da cama e carinhosamente acariciou a sua testa. Seus olhares se cruzaram e um sorriso silencioso se abriu entre as duas almas.

– Hoje vai fazer sol! Vamos deixar a luz de Deus entrar?

A resposta positiva veio com um piscar demorado.

Agatha caminhou até a janela e abriu. O pequeno quarto retomou suas cores naturais com a iluminação. Ajeitou as fotografias no móvel ao seu lado de modo que as figuras ficassem sempre ao alcance de um virar de olhos. Estavam lá alguns de seus momentos mais alegres, as formaturas sua e de seu irmão, Johnny, o aniversário de sua mãe, Margareth, com amigos e familiares e imagens de outras datas festivas. Nas imagens, os sorrisos nos rostos eram muito importantes para assim apagar o desalento daquele dormitório.

– Hoje vai ser um dia bem agitado lá no trabalho. Chegou a coleção primavera/verão, aí já viu! Trocar tudo, estoque, araras, vitrine, manequins, trabalheira! O pessoal ficou ontem de noite preparando as coisas, mas eu tive que ir para faculdade, nem pude ajudá-los.

O silêncio continuava, mas a atenção era plena em suas palavras.

Ligou a TV no programa matinal que ela adora, mas manteve o volume baixo enquanto falava sobre o seu dia, seu trabalho. Às vezes fazia algumas perguntas para tentar fazer parecer um diálogo, mesmo sabendo que nenhuma voz viria de resposta.

Agatha então começou a levantar o encosto da maca para uma posição mais inclinada que a possibilitasse assistir a TV e depois se sentou numa poltrona ao seu lado. Continuou a conversa, já nem se recordando mais de quando ouvira a sua mãe pela última vez.

Ela, na verdade, sabia muito bem quando e quais foram as suas palavras, mas já se vão cinco longos anos desde este dia, que pouco se dedica a se lembrar.

Olhou as horas notando que o tempo correu e sua hora de ir já estava próxima.

– Fiz aquela banana caramelizada que você adora! – Contou com entusiasmo reaprando os olhos de sua mãe arregalarem.

Levantou-se e a deixou sópor alguns instantes enquanto voltaria da cozinha com seu café da manhã.    

OBSESSIVOS - A Iniciação de AgathaOnde histórias criam vida. Descubra agora