16 - O Casebre

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(Os eventos desta história ocorrem antes do livro OBSESSIVOS - A Revelação Final)

(Os eventos desta história ocorrem antes do livro OBSESSIVOS - A Revelação Final)

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* os trechos entre "[ ]" (colchetes) são reproduções de diálogos em tcheco

– [Você seria a última pessoa que eu esperaria aqui hoje] – comentou a anfitriã.

A visitante, acomodada em um confortável sofá estendeu suas pernas procurando relaxar da caminhada exaustiva após duas horas e meia sentada no desconfortável banco traseiro de um carro pelas estradas do interior da República Tcheca.

As lamparinas com sua cintilante luz queimando querosene e a lareira acesa aqueciam o ambiente fazendo, por instantes, imaginar-se em um chalé aos pés dos Alpes, mas a visitante sentiu-se mais a vontade quando a atmosfera daquela morada preencheu-se com o vapor adocicado da mistura de especiarias que vinha do bule que esquentava em um antigo forno a lenha.

– [Eu te entendo, depois da sua volta de Bangkok.] – Disse ao estender seus braços sobre os acolchoados apoios de seu assento. [Mas, Ângela, não é por este motivo que estou aqui.]

– [Claro que não! Meu relatório foi entregue e a missão foi cumprida.]

– [Você está falando daquele corpo no fundo do Rio Chao Phraya?]

Ângela saiu de perto do fogão e caminhou em direção da sua visita.

– [E eu que pensei que esses relatórios eram só formalidades burocráticas. Que bom que leu eles até a última linha, apesar de ter dito que não é este o assunto que veio tratar aqui.] – Disse cerrando os seus olhos.

– [Isso mesmo. Não vim para tratar do mérito da sua operação anterior, mas precisei lê-lo para estar aqui agora.]

– [É mesmo? Por quê? Está com medo de mim?] – Provocou.

Lady Lenka não hesitou. Sentia a aura harmoniosa daquela assassina mesmo que fosse contraditória esta visão.

– [Acha mesmo que eu teria medo após atravessar um continente sabendo que eu estaria sozinha contigo no meio de uma floresta quase inacessível?] – Respondeu olhando serenamente para a mais perigosa das Fúrias em operação.

Ângela torceu levemente a cabeça tentando encontrar a resposta lógica da pergunta nos olhos daquela jovem senhora. Seus treinamentos de percepções humanas e micro reações não encontrou nada que a sua aura não delatou. O breve silêncio daquele momento só fez revelar os estalos intermitentes da lenha que queimava em sua lareira.

– [Assim como eu, você obedece a ordens. Você pode ter ocultado o medo em algum lugar dentro de você para que consiga cumprir a missão.]

– [Pois, se é para te deixar feliz, saiba que não estou te subestimando. Apenas acho que não estou correndo risco de morrer aqui. Não com este delicioso chá que você me preparou.]

– [Lady Lenka] – sorriu sarcasticamente – [nem sempre a boa recepção por um anfitrião quer dizer segurança para o seu hóspede. Nem para alguém da sua posição.]

– [Não disse que me sinto segura. Estou sozinha em um lugar que eu não conheço e nem sei como sair daqui. E isto não é nada confortante.]

– [Sozinha mesmo?] – Perguntou Ângela caminhando em direção da porta.

Sua acompanhante estranhoua pergunta junto com a direção que ela tomou. Três batidas na grossa porta demadeira completou sua surpresa.    

OBSESSIVOS - A Iniciação de AgathaOnde histórias criam vida. Descubra agora