(Os eventos desta história ocorrem antes do livro OBSESSIVOS - A Revelação Final)
– Tire aquele troço dali! Já! – Ordenou Nelson apontando para uma pequena caixa de papelão que havia na vitrine.
Agatha correu para retirar lembrando que ele já havia lhe pedido meia hora atrás. Era incrível que aos seus olhos tudo parecia perfeito, mas pelos do seu chefe passavam muito mais detalhes imperceptíveis a sua experiência.
– Não fui eu que pus! – Avisou enquanto se dirigia a vitrine.
– Ai, ai! Não me interessa quem pôs! – Disse levando as mãos a testa. – Vai, anda, anda!
Faltando poucos minutos para a abertura, Nelson começou a caminhar e ver todos os detalhes da pequena loja, do estoque até a vitrine.
– Ajeita esse sutiã!
Apontou para o seio torto da manequim.
– Fitas demais!
Corrigia os enfeites.
– Onde está a etiqueta disso aqui!
Mostrou um baby doll.
– Alinha aquela arara!
Apontava para uma arara.
– Nelson, já arrumei três vezes! – Retrucou uma de suas funcionárias.
Algumas coisas certamente eram exageros.
– Ok, Ok. Chega! – Desabafou levando as costas de sua mão a testa. – Vou lá fora tomar um café. E não mexam em mais nada até eu voltar!
Suas três funcionárias observaram estaticamente os seus passos para fora da loja até sumir de vista.
– Ufa! – Aliviou-se Mari, a mais velha entre as vendedoras.
– Menina! Que estresse é esse! Não quero estar aqui pro Outono/Verão nem morta! – Comentou Nessa, a mais jovem da casa.
– Calma gente. Ele tá preocupado, só isso – tentou explicar Agatha. – Vamos procurar entender. E também, depois do sumiço da Karina, tá perdendo a calma por qualquer coisinha.
– É mesmo, Karina era seu braço direito aqui. Já está fazendo um mês, será que alguém já tem notícias dela?
– Nada! – respondeu Agatha. – Ele sempre liga para a sua família, mas até agora ninguém sabe o que aconteceu. Aí, já viu como ele fica. Ainda mais num dia como hoje.
Até Agatha vive com esta preocupação, mas como já tem tantos problemas pessoais não consegue focar seus pensamentos em sua desaparecida amiga. Até porque em sua última conversa ela deu a entender que estava premeditando uma sumida.
– Poxa, mas e o namorado dele? Cadê o homem nessas horas? Tô achando que deu ruim esse negócio aí! Ontem a noite ele nem ficou aqui. Dispensou a gente dizendo que precisava sair, tomar um ar, praticar "boas" ações. Não foi? – Lembrou Nessa.
Mari confirmou balançando a cabeça.
– Ah, nem sei, mas nem toquenesse assunto. Vamos só falar de trabalho hoje. E só da parte boa – aconselhouAgatha. – Vem, junta estas coisas aí e vamos comer um pedaço do bolo que eutrouxe, enquanto ele não volta.
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OBSESSIVOS - A Iniciação de Agatha
ParanormalComo você seria se o sexo fosse a sua religião?- Foi a inesperada pergunta que Agatha ouviu quando estava prestes a dar os primeiros passos na misteriosa Irmandade. Em sua normal vida de gerente de loja de lingerie em um grande Shopping Center da ci...