(Os eventos desta história ocorrem antes do livro OBSESSIVOS - A Revelação Final)
Agatha procurou não se abater com o que passou ao encontrar com Júlio. Estava confiante depois da visita de Eduardo Caetano. Adquiriu uma ótica nova desde então. No caminho para casa surpreendeu-se com o que encontrava, pessoas de aparências felizes sob uma luz fraca, amorfa e sem tom e também gente que aparentava tristeza ou seriedade emitindo uma luz intensa, dançante e em cores vivas.
Se perguntava se já tinha mesmo esse dom ou o próprio Eduardo que lhe transferiu. Seria isso possível? Será que ele tem esse poder de visão também? E quais benefícios isso lhe traria?
Queria chegar o mais rápido possível a sua casa e contar a sua mãe as novidades do seu dia.
– Johnny! – Admirou-se ao encontrar seu irmão, na sala, vendo na TV algum programa evangélico com a Bíblia na mão.
Seu novo dom permitia ver a luz de seu caçula de forma clara. Espantou-se, pois não esperava que fosse a mais intensa e harmônica que encontrou no seu dia.
– Jonas! – Advertiu. – Tudo bem seu dia?
– Sim. Você ficou o dia inteiro aqui?
– Eu te avisei que ficaria.
– Sim, avisou. Estou preocupado com o seu emprego.
– Não estou mais trabalhando. Não quis te dizer isso pela manhã para não te preocupar e prejudicar seu dia. Mas a partir de amanhã vou procurar outro.
– Jonas! Você devia ter me contado – disse desanimada e depositando seus pertences sob um móvel.
– Eu já estou vendo alguma coisa com o pessoal da igreja.
– Ah, mas mesmo assim. Você devia ter me contado. A gente tem que se ajudar!
– Eu sei, mana. Mas falamos disso amanhã. Precisamos descansar agora – levantou-se e tomou a direção do quarto da sua mãe para se despedir.
Agatha, no fundo, concordou com seu irmão. Se ele tivesse lhe contado de seu desemprego teria um dia difícil mergulhada em aflição.
– Então, aproveitando, queria te pedir um favor para amanhã à noite. Pintou um compromisso e precisarei passar a noite fora. Tudo bem? – Perguntou assim que ele retornou.
Jonas a observava profundamente.
– Tudo bem, sem problema. Quantas vezes você compreendeu as minhas noites de vigílias que eu precisei fazer – respondeu com uma aparente felicidade.
Agatha teve a impressão que com aquele olhar ele estava tentando ler a sua mente.
– Que bom! Mas nem vai me perguntar o porquê?
Seu irmão desfez o rosto sério e abriu um sorriso sincero.
– Pra quê? Eu não preciso – respondeu ao ver a intensa aura harmônica que vinha de Agatha.
Agatha o acompanhou até a frente da casa, se despediram com um abraço fraterno e caloroso como se quisesse dizer que sempre um deve contar com o outro, como uma verdadeira família, pois qualquer que seja a dificuldade que terão que enfrentar eles nunca iriam abandonar.
Acompanhou seu caminhar pela rua mal iluminada até que sumisse de vista para entrar e fechar a porta. Desligou a televisão e depositou seus últimos pertences sobre uma bancada. Verificou seu celular que indicava uma mensagem do seu namorado. Decidiu não ler para que finalmente reencontrasse sua querida mãe.
Desligou-se dos pequenos problemas momentâneos que seu tumultuado dia teve para que aquela sua luz, caso emitisse uma, fosse clara, limpa e bonita como as que hoje admirou. Estava muito curiosa para ver que luz sua mãe emitia.
Antes de entrar em seu quarto trouxe a mente as melhores recordações que teve antes de sua paralisia. Lembrou-se de sua infância, as viagens, os passeios, as brincadeiras, o carinho, a dedicação e a proteção até o dia em que ouviu seu último pronunciamento.
"Harmonize a sua hora."
Respirou fundo e entrou.
– Mãe!
Gritou espantada.
VOCÊ ESTÁ LENDO
OBSESSIVOS - A Iniciação de Agatha
ParanormalComo você seria se o sexo fosse a sua religião?- Foi a inesperada pergunta que Agatha ouviu quando estava prestes a dar os primeiros passos na misteriosa Irmandade. Em sua normal vida de gerente de loja de lingerie em um grande Shopping Center da ci...