23 - Revisão

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  (Os eventos desta história ocorrem antes do livro OBSESSIVOS - A Revelação Final)  

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- Ela está louca! – Disse em voz baixa para Mari quando Agatha já estava distante.

- Shh! – Mari repreendeu Nessa.

- Eu tenho que ir embora! Eu não sou paga para ficar aqui até essa hora.

- Deixa de ser besta, Nessa! Ela não está te obrigando a nada. E foi eu que pedi a você para que ficasse.

- Ah! Mesmo assim!

- Vai! Continua! Já estamos terminando! – Mari fez sinal que Agatha estava retornando.

A gerente foi até o corredor observar a nova decoração que a vitrine estava transmitindo. A falta de iluminação das outras lojas e da via que já tinha algumas lâmpadas desligadas ajudava a dar o efeito desejado.

- Ficou ótimo! – Avisou com um sorriso de satisfação. – Ai meninas, obrigada pela ajuda.

No final do expediente vendo que as saídas foram praticamente nulas. Agatha teve um surto de criatividade em que projetava a culpa do fracasso comercial a vitrine montada por seu chefe, Nelson. Sua percepção estendeu-se a visão que as mulheres tinham ao apreciar os produtos. Começou a notar luzes que elas irradiavam em tons difusos e com uma vibração inconstante.

Analisou a vitrine que havia ficado pronta para aquela mesma manhã e se decepcionou com o excesso de informação, de cor, de luz que não traziam nenhuma conformidade e uniformidade para orientar o olhar disperso de uma freguesa em potencial que vem saltando de vitrine em vitrine pelo corredor do shopping.

Levou um tempo para recriar na sua mente a vitrine ideal que se combinaria com o novo produto, com a linguagem comercial e principalmente o princípio de prazer que a publicidade de lingerie deve proporcionar ao seu público alvo.

Por causa das normas internas, teve que aguardar o fechamento comercial do shopping para que iniciasse os trabalhos. Começou retirando tudo que havia de excesso como fitas, enfeites e outros elementos que poluíam o espaço.

Mari que já estava pronta para sair e se despedir de sua gerente, paralisou-se vendo a dedicação que Agatha trabalhava "destruindo" todo o trabalho que tiveram pela manhã.

- Deus do céu! – Gritou Nessa ao ver a mesma cena. – O que deu nessa mulher? Mari, vá lá ver o que ela tem!

- Espera!

- Esperar o quê? Amanhã o Nelson vê isso e põe a culpa na gente. E adeus emprego. E minhas dez parcelas da Zara que ainda tenho, quem é que vai pagar?

- Para Nessa! Não parece ser isso que você está dizendo. Acho que sei o que ela está fazendo.

Mari se aproximou lentamente para ver o que já havia mudado.

- Oi meninas! Já estão indo? Bom descanso para vocês. Amanhã a gente se vê! – Disse Agatha sem parar um segundo o que fazia.

- Precisa de ajuda? – Voluntariou-se Mari.

- Não, não! Eu me viro. Fiquem tranquilas. Já-já eu termino.

- Tem certeza? Você está mudando tudo! Por quê?

Agatha ouviu a pergunta e parou para observar sua colaboradora. Passou o braço na testa para tirar o suor que acumulou em sua testa.

- Por quê?

- Sim, por quê? – Reforçou Nessa.

Agatha virou-se para sua jovem colega e sorriu.

- Ora, por dois motivos: primeiro por que estava horrível e segundo porque quero vender, ganhar dinheiro.

Mari, a mais experiente, entendeu o que sua superior estava propondo e ficou para ajudar. E assim tentou convencer a relutante Nessa a ficar também. Nada que uma promessa de pagar seu almoço do dia seguinte contribuísse em sua decisão.

- Ah, que bom! – Comemorou Nessa finalmente vendo o fim dos trabalhos.

- Valeu a pena! – Sorriu Mari vendo o resultado.

- Sim, agora só falta a parte interna.

- Ai meu Jesus! – Decepcionou-se Nessa.    

    

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OBSESSIVOS - A Iniciação de AgathaOnde histórias criam vida. Descubra agora