(Os eventos desta história ocorrem antes do livro OBSESSIVOS - A Revelação Final)
- Ela está louca! – Disse em voz baixa para Mari quando Agatha já estava distante.
- Shh! – Mari repreendeu Nessa.
- Eu tenho que ir embora! Eu não sou paga para ficar aqui até essa hora.
- Deixa de ser besta, Nessa! Ela não está te obrigando a nada. E foi eu que pedi a você para que ficasse.
- Ah! Mesmo assim!
- Vai! Continua! Já estamos terminando! – Mari fez sinal que Agatha estava retornando.
A gerente foi até o corredor observar a nova decoração que a vitrine estava transmitindo. A falta de iluminação das outras lojas e da via que já tinha algumas lâmpadas desligadas ajudava a dar o efeito desejado.
- Ficou ótimo! – Avisou com um sorriso de satisfação. – Ai meninas, obrigada pela ajuda.
No final do expediente vendo que as saídas foram praticamente nulas. Agatha teve um surto de criatividade em que projetava a culpa do fracasso comercial a vitrine montada por seu chefe, Nelson. Sua percepção estendeu-se a visão que as mulheres tinham ao apreciar os produtos. Começou a notar luzes que elas irradiavam em tons difusos e com uma vibração inconstante.
Analisou a vitrine que havia ficado pronta para aquela mesma manhã e se decepcionou com o excesso de informação, de cor, de luz que não traziam nenhuma conformidade e uniformidade para orientar o olhar disperso de uma freguesa em potencial que vem saltando de vitrine em vitrine pelo corredor do shopping.
Levou um tempo para recriar na sua mente a vitrine ideal que se combinaria com o novo produto, com a linguagem comercial e principalmente o princípio de prazer que a publicidade de lingerie deve proporcionar ao seu público alvo.
Por causa das normas internas, teve que aguardar o fechamento comercial do shopping para que iniciasse os trabalhos. Começou retirando tudo que havia de excesso como fitas, enfeites e outros elementos que poluíam o espaço.
Mari que já estava pronta para sair e se despedir de sua gerente, paralisou-se vendo a dedicação que Agatha trabalhava "destruindo" todo o trabalho que tiveram pela manhã.
- Deus do céu! – Gritou Nessa ao ver a mesma cena. – O que deu nessa mulher? Mari, vá lá ver o que ela tem!
- Espera!
- Esperar o quê? Amanhã o Nelson vê isso e põe a culpa na gente. E adeus emprego. E minhas dez parcelas da Zara que ainda tenho, quem é que vai pagar?
- Para Nessa! Não parece ser isso que você está dizendo. Acho que sei o que ela está fazendo.
Mari se aproximou lentamente para ver o que já havia mudado.
- Oi meninas! Já estão indo? Bom descanso para vocês. Amanhã a gente se vê! – Disse Agatha sem parar um segundo o que fazia.
- Precisa de ajuda? – Voluntariou-se Mari.
- Não, não! Eu me viro. Fiquem tranquilas. Já-já eu termino.
- Tem certeza? Você está mudando tudo! Por quê?
Agatha ouviu a pergunta e parou para observar sua colaboradora. Passou o braço na testa para tirar o suor que acumulou em sua testa.
- Por quê?
- Sim, por quê? – Reforçou Nessa.
Agatha virou-se para sua jovem colega e sorriu.
- Ora, por dois motivos: primeiro por que estava horrível e segundo porque quero vender, ganhar dinheiro.
Mari, a mais experiente, entendeu o que sua superior estava propondo e ficou para ajudar. E assim tentou convencer a relutante Nessa a ficar também. Nada que uma promessa de pagar seu almoço do dia seguinte contribuísse em sua decisão.
- Ah, que bom! – Comemorou Nessa finalmente vendo o fim dos trabalhos.
- Valeu a pena! – Sorriu Mari vendo o resultado.
- Sim, agora só falta a parte interna.
- Ai meu Jesus! – Decepcionou-se Nessa.
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OBSESSIVOS - A Iniciação de Agatha
ParanormalComo você seria se o sexo fosse a sua religião?- Foi a inesperada pergunta que Agatha ouviu quando estava prestes a dar os primeiros passos na misteriosa Irmandade. Em sua normal vida de gerente de loja de lingerie em um grande Shopping Center da ci...