Pensamentos De Um Criado-Mudo

O Amor Não Existe

Antes de dizer que o amor acaba, ou que ele simplesmente não existe, pare pra pensar. O problema não está no amor mas sim nas interpretações que se tem dele. As coisas na vida não são tão simples, nem acontecem de uma hora pra outra como achamos que acontece, e com o amor não é diferente.

As pessoas quase sempre apressam de mais a vida ao ponto de mal conseguir interpretá-la e como seus relacionamentos fazem parte da vida, o mesmo acontece com eles.
O problema não é amar mas sim amar rápido de mais, pois quando você faz isso você não ama de verdade.

O amor tem como base para a sua construção o conhecimento e o tropeço das pessoas é achar que sabem de mais.

Quando você conhece alguém, você não se apaixona por ela e sim pela imagem distorcida dela que você criou na sua cabeça.

Costumamos hiperbolizar as características que nos agradam ao mesmo ponto que suprimimos ou fingimos não enxergar todos os pontos negativos. "Ah! Ela é linda, perfeita", "nossa como ele é tão romântico", "ela é extremamente simpática e gentil", "ele é tão aventureiro e destemido", "ela me entende", "ele me entende", "eu o/a amo"...

Seria lindo se fosse verdade, mas a maior parte, senão tudo, daquilo que você ama naquela pessoa na verdade é a projeção dos seus gostos e anseios sobre ela. E é normal que façamos isso, é aquele ideal que nos completa que procuramos e não alguém tão raso e cheio de defeitos como nós podemos ser.

A ilusão é linda enquanto dura, mas assim como uma miragem que desaparece quando chegamos perto, a ilusão que criamos desaparece quando conhecemos alguém bem o suficiente para que nossas projeções já não pareçam tão reais quanto a realidade de fato é.

Então percebemos que aquele ideal que projetamos não existe. E muitas vezes essa desilusão é tão forte e acontece tão rápido pelo ritmo desenfreado que empregamos nas nossas vidas que chega a parecer uma traição.

Se não dermos tempo para as coisas pecamos em interpretá-las e com isso caímos no erro de repetí-las até o ponto de desacreditarmos e dizermos que o amor acaba, ou que simplesmente não existe.