Meu Pequeno Retardado( Yaoi)

Aceitando Sentimentos Part 1

Domingo – 23:39;

Takio se permitiu engolir em seco antes de virar a cabeça para os dois lados buscando algum indício de que seu pequeno desastre tenha chamado atenção. Por fim, somente algumas cabeças viraram em sua direção, porem ao notarem do que tratava-se, – Este apenas mais um copo quebrado em mais uma noite agitada; logo trataram de voltar ao que estavam fazendo anteriormente. O moreno limitou-se a soltar um suspiro de alívio, tudo que menos poderia desejar no momento era atenção, principalmente se acontecesse de seu chefe notar algum escândalo durante seu horário de trabalho. Porem, ainda sim, sabia que não era motivo para ficar totalmente aliviado.

Parado a sua frente jazia uma pessoa, não qualquer pessoa, porquê de fato, a boate estava cheia de pessoas; Mas sim a pessoa que menos queria ver no momento. Loiro escuro, de porte alto e atlético, dentes perfeitamente alinhados em um sorriso de escárnio, os olhos negros capturando todas as expressões de Takio.

– James? O-oque faz aqui? Eu já perguntei, me responda. – A voz do moreno estava controlada apesar de ter gaguejado, tão controlada que saía baixa o suficiente para que qualquer pessoa dentro daquele estabelecimento, depois de dois ou três copos de álcool, não entendesse o que Takio quis dizer, porem, nenhuma palavra passara despercebida ao loiro em sua frente, pois apesar de ter ouvido minimamente, o mesmo encarava despudoradamente os lábios do moreno, em uma leitura silenciosa. E a confirmação de que entendera veio em suas palavras carregadas de ironia e divertimento.

– O que estou fazendo aqui? – o loiro repetiu a pergunta. – Talvez apenas tenha saído para curtir a noite.

Takio nada respondeu, preferiu ficar calado diante do óbvio. O local onde trabalhava era aberto a todo público maior de dezoito anos, James, sem sombras de dúvidas era mais velho que seus dezoito, tinha o direito de ir e vir quando bem entendesse, e ele, Takio, nada tinha com isso, seu trabalho era somente servi-lo, já que claramente, James era cliente. Engolindo em seco, e mesmo que contragosto, proferiu suas próximas palavras.

– Irá querer algo para beber? – perguntou tentando parecer o mais normal possível.

James sorrira debochado.

– Sabe, eu gosto da ideia de você estar me servindo. Mostra como é inferior a mim, só que antes não quis acreditar, simples.

Takio respirou fundo na tentativa de se acalmar. Por mais que James tentasse e quisesse lhe por para baixo com aquela frase, não conseguiria, coisas piores já foram direcionadas a si, aquilo não o afetaria.

Direcionou-se o moreno a uma porta no fundo do local ignorando completamente o loiro e tratou de chamar alguém para limpar a bagunça que havia feito com o copo esmigalhado no chão, logo avistou uma mulher baixinha apoiada na parede enquanto conversava alegremente com outra faxineira da boate.

– Jurema poderia, por favor, limpar uma pequena bagunçinha que fiz ali na frente?

A mulher assentiu e dizendo para a outra que já voltava, acompanhou Takio de volta ao bar.

– É aqui querida. Obrigado! – Takio dissera apontando a bagunça para a mulher, que apenas sorrira. Takio olhou novamente para James, que continuava plantado no mesmo lugar, com o mesmo sorriso debochado.

– Escuta aqui, este é meu local de trabalho, caso for lerdo demais, explico de novo, ESTOU TRABALHANDO. Faça o favor de entender isso é deixar de me humilhar aqui, por que até cadeia pode dar. Então, vai fazer seu pedido ou se retirar? – Takio falara baixo o suficiente para que só o loiro pudesse ouvir, de forma que teve de se aproximar do mesmo. James reprimiu os lábios e balançou os ombros.