Um mês depois

207 14 2
                                    



Já faz um mês, um mês que tudo aconteceu, que meu mundo parou, que meu coração foi quebrado em pequenas partes, e vai levar muito tempo até ser reconstruído.

Vou na escola apenas uma vez por semana, para fazer as provas, que na maioria eu tiro zero, Lizzie e o Shawn são os únicos que ainda tentam me animar, meus outros amigos eu só ignoro eles e vou sentar sozinha embaixo de alguma árvore.

Uma das únicas vezes que saio de casa são para ir no bar do Max, eu bebo algumas doses de qualquer bebida que ele tenha a me oferecer, mas a bebida não é o problema, eu até controlo, mas o que eu exagero mesmo, sem ter percepção de quando parar são as drogas, elas me aliviam de um jeito, por um momento eu esqueço de todos meus problemas, do Hayes, do Chris. Estou indo agora mesmo pra lá.

Termino de me arrumar, e tranco a porta do meu quarto, pulo pela janela me equilibrando na árvore, desço pelos seus galhos até encostar no chão.

Caminho pelas ruas, sempre que saio de casa tenho a sensação de pessoas me seguindo, hoje foi o primeiro dia que isso não aconteceu, abro um pequeno sorriso e continuo minha caminhada até o bar.

Me sento em uma banqueta perto do Max, e eu peço uma dose pra ele.

- Sabe, você é muito nova para ficar bebendo assim...

- Max, eu estou de luto, preciso beber.

- ou será que o luto é só uma desculpa? Chloe já se passou mais de um mês, você tem que superar, o seu irmão que morreu, não você, então para de se matar aos poucos - tenho certeza que ele está se referindo a quantidade de drogas que estou usando ultimamente.

- Tem pessoas que levam anos pra superar a morte de um ente querido, e você quer que eu supere a morte do meu irmão em um mês?!

- leve o tempo que quiser para superar, só não acabe se matando por causa disso.

- não vou, vaso ruim não quebra fácil, lembra? - me permito rir acompanhada do Max

- sabe o que eu acho? - eu nego com a cabeça - você deveria se reconciliar com esse Hayes.

- ele tá com a Helena, isso não vai acontecer.

- você que sabe, só estou dizendo o que eu acho melhor pra você, e você devia seguir meus conselhos, já tenho 46 anos de experiência no quesito vida.

- tá- disse revirando os olhos - o que você tem de novo aí?

ele se levanta e entra em uma porta que eu acho que é aonde ele guarda as drogas, Max volta segurando dois saquinhos.

- só o de sempre, cocaína e maconha - ele me entrega os dois saquinhos.

- tá, vou achar heroína em outro lugar- digo me levantando e tirando dinheiro da minha carteira.

- você só se faz, duvido que tem coragem de se encontrar com outro traficante.

- quem disse?

- não precisa dizer nada, só olhar para seu jeitinho de patricinnha.

- ué, só porque eu uso drogas não posso ter bolsas de marca?

- ache o que quiser, mas não se meta em perigo.

- pode deixar, tchau Max

No caminho de volta pra casa eu começo a fumar, hoje até que o dia está sendo bom, ninguém me seguindo, nenhuma pessoa me irritando, meus pais também não me encheram o saco falando pra eu sair com meus amigos.

Na verdade o dia estava relativamente bom até agora, vejo o Hayes vindo em minha direção, ele me chama mas eu só ignoro e continuo andando, olho para trás pra ver se ele continua lá, e quando seu olhar cruza com o meu, todas as lembranças voltam em minha mente, todos os momentos bons, ruins, nosso primeiro e único encontro, até a morte do Chris volta à tona.

Quando vejo, já estou correndo com os olhos cheios de água, entro em casa, não dá tempo de fechar a porta porque o Hayes vem correndo bem atrás de mim, então só corro em direção ao banheiro e fecho a porta.

Só uma coisa pode me aliviar agora, uma única coisa pode tirar minha dor para sempre.

__________________________

O que será que a Chloe vai fazer?

Eu gostei desse capítulo, ele já está mais descontraído, não está tão triste quanto os anteriores.

E eu estou tão feliz, as visualizações/votos estão aumentando, isso me motiva tanto a continuar a escrever, e por isso postei ontem e hoje também, vocês merecem.

Espero que tenham gostado, não esqueçam de votar e comentar.

Don't let me down - Hayes GrierOnde histórias criam vida. Descubra agora