Gravida?

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Clary Narrando
Tento acertar mais um golpe em Robson e erro desta vez. Arg que raiva! Como pude errar!
Estou me deixando tornar sedentária ou ele melhorou.
-Madame você está bem? -Pergunta Murilo se aproximando. Ele me olha preocupado, talvez eu nunca tenha errado.
-Apenas faz tempo que não pratico. -Digo irritada. Deve ser isso.
Sigo até a mesa e tiro as luvas de boxes e deixo elas sobre a mesa.
Fico zonza rapidamente e para não cair ao chão me apoio na mesa.
Coloco a mão na cabeça.
-Você deveria ir ao médico. -Fala Robson e me ajuda.
Respiro fundo. Odeio que me vejam assim frágil.
-Deve ter sido algo que comi apenas. -Falo. Faz uma semana que estou com enjoo. Vejo Robson e Murilo me olharem diferente. -O que foi? -Pergunto irritada.
-Madame não quero que me entenda mau, mas acho melhor você ir urgentemente ao médico. -Fala Murilo me olhando preocupado.
-Vocês são um pé no saco! -Brinco.
Talvez eles estejam certos, não ocorrerá nada se eu for ao médico fazer alguns exames de rotina.

•••

  Olho novamente para a recepciona irritada pela demora. Robson e Murilo se encontram ao meu lado e apenas mais quatro seguranças vieram comigo. Desde quando fui sequestrada por Fernando, Robson e Murilo se culparam e agora os dois não saem do meu lado.
-Senhora Clary o Dr. Afonso disse que a senhora já pode entrar. -Fala a recepcionista um tanto tímida. Dou um sorriso amarelo para ela e logo sigo até sala do médico que irá falar como anda minha saúde.
Robson e Murilo me acompanham.
Bato na porta e escuto um entre. Entro na sala acompanhada de Robson e Murilo, quando disse que eles não saiam do meu lado é porque eles realmente não saem mesmo.
-Então Doutor. -Falo me sentando na cadeira a sua frente. -Está tudo bem com minha saúde? -Pergunto um tanto preocupada.
Ele me analisa com seus olhos azuis sobre os óculos de grau e um sorriso surge em sua boca.
Aff porque ele está sorrindo assim?
-Parabéns Senhora! -Fala ele alegre. Fico com uma cara de que porra está acontecendo aqui? Se este homem está pensando que é legal essa palhaçada sobre minha saúde eu vou ser obrigada a dar um tiro na testa dele. -Está grávida de duas semanas! -Conta ele.
Meu coração parece que vai parar de bater.
Sinto minhas pernas bambearem.
Merda!
Grávida?
Ó céus!
O mundo parece que vai desmoronar.
-Não pode ser. -Falo num sussurro inconformada.
Me lembro de quando me entreguei a Fernando nem sequer lembrei de prevenção, e nem no dia seguinte tomar a bendita pílula do dia seguinte.
Me levanto rapidamente.
Robson e Murilo me olham preocupados e curiosos ao mesmo tempo, mas eles não perguntam nada o que me ajuda muito.
-Vamos! -Falo seria assim que me recomponho.
Saio da sala do doutor e certamente ele deve estar confuso por eu não estar alegre.
Se ele soubesse quem é o pai dessa criança, se ele soubesse a merda de vida que tenho.
Sigo para fora do consultório até onde Robson estacionou a camionete. Eles me acompanham em silêncio.
Assim que chego a camionete Murilo abre a porta de trás para eu entrar. Entro e logo em seguida Robson assume o volante e Murilo entra no lado do passageiro.
O carro logo começa a se locomover e atrás de nós está o carro dos outros seguranças.
Olho a vista pela janela.
Respiro fundo.
Estou grávida de um cretino mafioso que me sequestrou e revirou minha vida de cabeça para baixo.
Uma vontade de chorar me atinge e sinto uma maldita lágrima sair sem minha permissão. A limpo rapidamente.
Raios! Só pode ser os hormônios e a gravidez.
Faz duas semanas que estou no Brasil, duas semanas que estou longe de Fernando.
Estava tudo indo bem. Estava retornando ao que eu era antes de ser sequestrada por ele.
Faço uma escolha.
Terei essa criança.
Essa criança não fora prevista, mas mesmo assim terei ela. Não abortarei, não importa o que aconteceu comigo e Fernando, essa criança não tem culpa dos meus erros.
Nunca me fantasiei sendo mãe, nem mesmo quando adolescente. Cresci sabendo sobre o mundo em que vivia, então nunca tive grandes ilusões.
Daqui nove meses serei mãe.
Sinto como se algo dentro de mim aflorasse, uma esperança que nunca tive.
Terei essa criança, e só espero que Fernando nunca saiba.
Preciso me mudar do Brasil, como já estive aqui antes e Fernando me encontrou é perigoso ele me encontrar novamente.
Penso em um destino ótimo para servir de esconderijo e criar uma criança.
Respiro fundo já sabendo para onde irei.
Seattle.
Irei para Seattle, uma cidade ótima nos EUA, posso morar afastada do centro da cidade.
  Lembranças de um passeio que fiz com meus pais em Seattle quando tinha 12 anos invade minha mente. Única vez que tive um passeio com meus pais sem assuntos da máfia nos rodeando.
Talvez eu deva deixa a vingança de lado e apenas manter distância desse mundo.

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