Mafia

Rostos conhecidos Part I

Clary Narrando
Respiro fundo me preparando psicologicamente e me olho no espelho para conferir se não falta nada.

Estou usando um vestido de cetim com uma fenda na perna (vestido ⬆️) e uma sandália de salto alto.
Meus cabelos pretos caem sobre os ombros e estou usando uma maquiagem escura dando um destaque para meus olhos azuis.
Nesse momento estou me arrumando para ir a um baile de máscara de um "amigo de negócio", ou seja um mafioso.
Um certo nervosismo toma conta de mim pois irei rever rostos familiares e será a primeira vez depois do casamento meu e de Robson que eu e ele iremos sair como um casal e iremos levar Pedro e Heitor conosco.
Vagueio os olhos pelo enorme quarto que estou dividindo com Robson.
Digamos que nunca fui acostumada com a ideia de me sentir atraída por Robson. Antes ele era meu braço direito e agora ele é meu marido.
Isso soa tão estranho. Nunca fui pedida em casamento e é estranho quando na cerimônia de casamento e o juiz pergunta se você aceita a pessoa ao seu lado como seu marido e todas aquelas palhaçadas e você responde sim de forma sincera.
SIM; Como essa palavra é estranha e intensa.
Robson é perfeito eu diria, ele está me dando meu tempo, mas confesso que ainda me pego pensando em Fernando às vezes. Agr! Como eu odeio ainda pensar nele.
Não me vinguei de Fernando como nos planos que havia planejado. Afinal de contas ele está morto e eu diria que foi o certo a fazer.
Eu simplesmente tomei posse de toda a fortuna de Fernando, mas não me sentia confortável com a ideia de ficar com todo seu dinheiro e bens. Simplesmente dei quase tudo para os homens que trabalhavam para ele e doei para orfanatos. Digamos que foi uma boa forma de me livrar das coisas que foram suas um dia.
Octávio me vem à mente e me lembro das coisas que ele me fez e uma raiva me domina. Se ele não tivesse me entregado a Fernando nada disse teria acontecido. Mas de tudo o que houve, uma coisa boa aconteceu; tenho dois filhos lindos e saudáveis.
-Clary. -Robson me chama adentrando o quarto e me tirando de meus devaneios. O olho. Ele está vestindo um smoking que lhe cai perfeitamente bem sobre seu corpo forte o deixando ainda mais lindo. -Você está linda. -Fala ele me analisando um pouco.
-Obrigada, você também. -Falo olhando em seus olhos castanhos.
  -Vamos? -Convida ele estendendo sua mão. Sorrio para ele. Pego minha bolsa e minha máscara no mesmo tom do vestido que estou usando e sigo até ele.
Pego sua mão e saímos do quarto juntos.
O silêncio predomina enquanto seguimos até a escada.
Descemos as escadas e vejo Pedro e Heitor vestindo seus mini smokings sobre medida e Miriam ao seu lado vestindo um vestido preto tubinho. Eu convidei Miriam para ir conosco a essa festa e também para me ajudar com os gêmeos pois eles são muito arteiros às vezes.
-Todos estão lindos por sinal. -Digo os elogiando.
-Mamãe você está linda. -Pedro fala rapidamente e vem até mim.
-Está bela mamãe. -Fala Heitor e se aproxima.
Sorrio para eles e me abaixo ficando na sua altura e os puxo para um abraço.
-Obrigada amores, vocês também estão lindos. -Falo sorrindo alegre pelo elogio de meus filhos. Os solto.
Robson se abaixa ao meu lado.
-Ei campeões vocês vão ter que me ajudar essa noite lembram. -Fala Robson e o olho sem entender enquanto ele pisca para Pedro e Heitor.
-Certo, nenhum homem vai chegar perto da mamãe pai. -Pedro afirma, mas logo fica sem graça por ter chamado Robson de pai. -Desculpa. -Pede Pedro como se tivesse feito algo errado.
Um pouco surpresa olho para Robson numa espécie de ajuda.
Ó céus!
O que eu faço? Pedro chamou Robson de pai.
Pedro e Heitor sempre virão Robson como uma figura paterna, mas será que Robson gostaria de ser chamado de pai por Pedro e Heitor?
-Pedro. -Heitor repreende o irmão.
-Filhos eu... -Começo a falar sem jeito.
-Clary. -Robson me interrompe e o olho. O mesmo me lança um olhar tranquilo. Ele olha para os gêmeos e decido não interromper. -Ei se quiserem podem me chamar de pai, pois digamos que quem cuida também é pai e eu cuido de vocês e sempre os vi como meus filhos. -Robson fala me deixando um pouco emocionada. Me recomponho não mostrando o tanto que Robson me surpreendeu agora e fico em pé.
-Tá bom. -Fala Heitor e Pedro juntos alegres como se fosse isso que eles quisessem. Um pai.
Respiro fundo e olho Miriam que está sorrindo.
-Vamos. -Robson fala ficando em pé.
Olho para Robson e sorrio contente em saber que ele será uma ótima figura paterna para meus filhos.

•••

  Acabamos de chegar ao lugar em que será o baile de máscaras. Coloco minha máscara e Robson coloca a dele. Saímos do carro com os gêmeos e com Miriam.
Robson entrega a chave para o manobrista e os meus seguranças saem de seus carros e se misturam entre a fila dos convidados para não serem tão notados de maneira tão fácil, mas há outros que chegaram antes e já estão na festa para a segurança minha, de Robson e de meus filhos.
Robson pousa uma de suas mãos na minha costa e Celina segura a mão de Pedro e Heitor. Seguimos até o hall de recepção.
Sigo até o início da fila e entrego o convite vip que eu e Robson recebemos.
Digamos que há uma "política" na máfia, como se fosse dividida entre classes alta, media e baixa. Eu me enquadro na classe alta com Robson devido aos negócios.
Após o segurança do hall de recepção pegar nosso convite ele libera nossa passagem.
Assim que entramos encontramos o grande salão de festa bem decorado e com diversos mafiosos e pessoas honestas.
A recepcionista do hall nos leva até nossa mesa. A seguimos e após a recepcionista mostrar nossa mesa ela se retira.
Miriam se senta com Pedro e Heitor. De forma cavalheira Robson puxa uma cadeira para me sentar. Me sento e ele logo em seguida se senta ao meu lado.
-Quando vamos embora? -Heitor pergunta emburrado com seu humor de sempre.
-Em breve. -Digo e sorrio para ele. O mesmo respira fundo parecendo entediado.
-Posso jogar? -Pergunta Pedro e o olho.
Apenas concordo com a cabeça.
Pedro pega seu Ipad com Miriam e Heitor faz o mesmo.
Olho para Robson que esta sério ao meu lado e olhando para algo de forma séria e fria eu diria.
Sigo seu olhar até uma mesa.
Me surpreendo vendo Octávio sentado ao lado de uma mulher de cabelos louros escuros longos que parece uma modelo e ao seu lado tem uma garota que deve ter por volta de 3 anos e deduzo que seja sua atual mulher e sua filha.
Nossos olhares se encontram e lembranças que não me lembrava vem a torna tocando em cicatrizes que jurava que haviam cicatrizadas.
Volto a atenção na mesa que estou.
-Tudo bem? -Pergunta Robson de forma atenciosa provavelmente deve ter percebido minha feição.
Concordo com a cabeça e lhe dou um sorriso amarelo.