Por favor

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Clary Narrando
Quando você pensa que não tem mais razões para viver e percebe que como está no fundo do poço e não há razões para dali sair. Mas então surge uma luz que lhe atrai de forma surpreendente e como acordar de um pesadelo você nota que tudo passou e fora apenas um pesadelo.
Nesse momento estou indo até Fernando com Robson para buscar meus filhos.
Não estou trazendo muitos homens comigo, apenas dois carros me segue com uns quatro homens em cada carro.
Fernando tocou numa parte que eu não sabia que ainda tinha, ele me atraiu de uma forma alucinante e me entreguei a ele.
Que burrada que fiz, me entreguei justo ao homem pelo qual mais deveria ter me afastado.
Hoje irei matá-lo, irei fazer o que antes não tive coragem de fazer, mas pelos meus filhos irei fazer.
Vou matá-lo!
Tenho que matá-lo, mesmo que uma parte de mim não deseje isso. Não posso viver com ele como a esposa troféu que ele quer que eu seja.
Quero ser livre.
Jamais submissa a um homem.
Odeio essa palavra submissão.
Mesmo que um dia meus filhos venham a perguntar sobre o pai deles, eu direi a verdade. Que eu tive que matá-lo para o próprio bem deles.
Sei como funciona na máfia, as regras são difíceis, mas não irei criar meus filhos igual a maioria dos mafiosos criam com idade de iniciação, isso apenas deixa cicatrizes profundas na alma os deixando marcado pelo resto da vida.
Não irei tortura-los, não irei fazer eles matarem alguém ainda criança, não irei força-los a nada antes que eles queiram.
Apenas icentivo-los.
Irei criá-los da menor maneira possível que eu puder, mesmo que não seja da forma que eu realmente queira.

•••

Ando em passos largos e rápidos até o quarto de Fernando. Olho o relógio no meu pulso rapidamente que mostra que são 9h da noite.
Entrei facilmente pelos fundos enquanto meus homens distraiam os homens de Fernando pelo portão principal.
Idiotas.
Engatilho a arma e paro na porta do quarto de Fernando.
Um choro familiar me faz ficar imóvel por breves instantes. Meus filhos devem estar dentro desse quarto só pode.
Com arma na mão direita, abro a porta com a esquerda.
A cena que vejo dentro do quarto me surpreende.
Jasmine está jogada no chão com um tiro na testa e a poça de sangue ao seu redor demonstra que não faz muito tempo que ela está morta. Olho o resto do quarto de Fernando o procurando com meus filhos mais não o encontro.
-Merda! -Esbravejo em fúria.
Olho o corpo sem vida de Jasmine.
Ainda bem que essa vaca já está morta, eu iria tortura-lá até a morte por ter sequestrado meus filhos se estivesse viva.
Ainda escutando o choro de meus filhos os procuro pelo quarto, mas não os encontro.
Vejo uma babá eletrônica sobre uma mesa e descubro que de lá que vem o choro.
O desespero toma conta de mim ao saber que o maluco de Fernando pode estar com meus filhos em qualquer lugar dessa mansão.
Começo a me desesperar.
Noto um papel ao lado da babá eletrônica e sigo até a mesa.
Desvio do corpo sem vida de Jasmine no chão.
Pego o papel com a mão esquerda um pouco trêmula enquanto continuo segurando minha arma com a mão direita.
Leio o papel com uma caligrafia escrita de forma rápida;
Estarei a esperando no local onde fora minha .
Termino de ler e amaço o papel.
Cretino!
A biblioteca.
Ele deve estar na biblioteca.
Aquele cretino!
Respiro fundo e saio do quarto rapidamente indo para ir ao andar de baixo onde fica a biblioteca.
Desço as escadas pulando alguns degraus e sou surpreendida com um dos homem de Fernando no final da escada.
Sem pensar duas vezes atiro em sua testa rapidamente nem dando chance dele engatilhar sua arma e atira em mim primeiro.
Termino de descer as escadas e desvio do corpo do homem no final da escada.
Os barulhos de tiros no lado de fora demonstra que Robson está fazendo bem seu trabalho. Ele é um dos melhores atiradores que já conheci e escolheu a dedo os homens que viriam. Ele está vingando de certa forma a morte de seu fiel melhor amigo Murilo.
Já ouviu aquele ditado menos é mais? Se não está ouvindo agora. Eles estão espalhados e executando bem seu trabalho.
Caminho em paços firmes até a biblioteca onde cometi o pior erro da minha vida, mas desse erro tenho lembranças, e dois filhos que me faz ter esperanças que ainda tenho salvação.
O salto da minha bota se choca com o porcelanato fazendo um barulho um pouco irritante e anunciando minha chegada.
Assim que chego a porta da biblioteca faço uma conta mental de quantas balas ainda me restam.
Respiro fundo e chuto a porta a abrindo e com a arma em punho entro na sala mirando para acertar Fernando.
Avisto Fernando sentado no sofá vermelho e próximo dele meus filhos. Algumas lembranças voltam a mente e rapidamente me repreendo mentalmente e as afasto.
Não é momento disso.
-Olha a mamãe chegou. -Fala Fernando irônico falando com MEUS filhos.
Eles estão em bebês confortos ainda com a mesma roupa que estava hoje de manhã e ambos choram fazendo meu coração se apertar por vê-los chorar.
Meu coração parece querer parar e a vontade de correr até os dois é convidativa.
Volto a realidade com Fernando ficando em pé segurando sua arma na mão direita e um copo de uísque na esquerda. Ele aparenta está bêbado.
-Fernando. -Digo entre os dentes segurando as malditas lágrimas e aponto a minha arma para ele, mas ele faz uma coisa que me faz parar o que eu ia fazer. -Não! -Imploro num grito.

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