Um pedido

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Clary Narrando
Termino de me arrumar e olho no espelho para ver se não falta nada. Estou vestindo um vestido branco solto e um colete preto por cima e optei por um Al Star branco. Meus cabelos pretos estão soltos e passei apenas uma maquiagem clara que realça meus olhos azuis.
Irei levar os gêmeos num park de diversão e Robson nos fará companhia.
Sinto que agora em parte sou uma pessoa boa, sem tantas mágoas e rancor e sede de vingança.
Ainda me lembro de Fernando.
Mas fora melhor assim, eu não seria feliz ao lado dele jamais.
Gosto de mandar e opinar. Agir livremente.
Afasto esses pensamentos, não é momento de lembrar do passado.
Pego minha bolsa e após colocar tudo que preciso dentro saio do quarto pois estão me esperando na sala.
Desço as escadas e Robson está me aguardando vestindo uma roupa mais informal. Ele está lindo, nem sequer parece um mafioso. Ele tá vestindo uma bermuda bege, uma camisa polo preta e está usando um sapatênis.
Seus olhos castanhos me olham surpresos.
-Cadê Pedro e Heitor? -Pergunto os procurando pela sala. Robson parece um pouco nervoso e um desespero me atinge. -Robson cadê meus filhos? -Pergunto já irritada pelo seu silêncio.
-Eles estão com Mírian na cozinha. -Responde ele me tranquilizando e passa os dedos em seus cabelos como se estivesse nervoso com algo que tem a dizer.
-Mas a gente vai ao... -Começo a falar mais ele se aproxima mais do que o necessário ficando a minha frente de uma forma que tenho que levanta um pouco a cabeça para olhar em seus olhos castanho devido à ele ser mais alto.
Seu perfume é ótimo por sinal. Me repreendo mentalmente.
-Clary eu... -Começa ele a falar e meu coração acelera.
A não merda!
Ele vai fazer o que to pensando?
Merda!
Então Mírian estava certa!
Se for, o que respondo?
-Diga. -Peço impaciente não demonstrando o tanto que estou ansiosa pelo que ele vai dizer.
-Eu tenho um imenso respeito por você, devo minha vida a seu pai que me salvou e ele só me pediu uma coisa. -Começa ele a falar e quando o assunto é sobre meu pai apesar de ele nunca ter sido um pai exemplar e amoroso de uma certa forma mexe comigo. Não demonstro o tanto que suas palavras me deixam sentimental. Quando Robson tinha 12 anos sua mãe foi torturada a sua frente e assassinada e antes dele ser morto meu pai o salvou do cativeiro e depois ele entrou para máfia, meu pai ajudou ele a se vingar e o tratava como um filho. -Ele pediu para eu a proteger o máximo que pudesse. -Ele dá uma pausa dramática. Raios! Vou estrangular ele se ele der mais alguma pausa. -Clary eu sei que é estranho isso, mas você quer casar comigo? -Pergunta ele.
Parece que meu coração vai sair pela boca.
Isso foi um pedido de casamento?
Eu deveria ser forte pois sou uma mafiosa, mas nunca fui pedida em casamento.
Isso me deixa estranha e mais sentimental do que havia pensado.
-Robson eu... -Começo a falar.
-Mesmo que você não me veja como homem, eu respeitarei sua vida escolha. -Diz ele ainda mais nervoso. Me pergunto onde foi parar o homem que sempre manteve um olhar frio, nunca gostou de deixar cabelos grandes e sempre era curto com as respostas. -Clary, eu sempre a admirei e sustentava uma amor de infância. -Confessa ele com um olhar sincero.
Uma maldita lágrima ameaça sair e me lembro de quando estava no internato e ele sempre me ajudavam a fugir para treinar.
-Se você tivesse proposto um casamento para meu pai antes tudo seria diferente. -Digo num sussurro amargurado me lembrando pelo que eu tive que passar.
Ele pousa sua mãos sobre meus ombros e seu toque me deixa estranha.
-E você pensa que não tentei Clary? -Pergunta ele com uma voz alterada. Pera aí! O que perdi? Ele tentou? Respiro fundo e fecho os olhos tentando me controlar e não soltar alguns palavrões que me vem à mente.
-Robson. -Falo e abro os olhos o encarando. -Você deveria ter tentando mais. -Digo um pouco magoada e parece que minhas palavras foram como facas o cortando.
-Porque você é assim Clary? -Pergunta ele e tira suas mãos de meus ombros e se afasta. -Poderíamos tentar algo e mesmo que você não me queira como homem eu irei entender e não tocarei mais nesse assunto. -Fala ele dando sua palavra final.
Uma indecisão me domina.
Não sei se isso é correto.
Mas eu sempre vi Robson como um irmão posso assim dizer.
Arg! Como eu odeio ter que tomar essas decisões.
Desvio o olhar de Robson e olho Pedro e Heitor vindo em nossas direções.
-Mamãe. -Fala os dois vindo em minha direção. Salva pelos meus filhos.
Os dois veem até eu e me abaixo ficando na altura de ambos.
Deposito um beijo na testa dos dois rapidamente.
-Tava chorando? -Pergunta Pedro e pousa sua mão sobre minha bochecha. Devo estar com cara de choro provavelmente.
-Não, apenas caiu um cisto no meu olho. -Minto e sorrio para eles.
-Deve se a tpl. -Fala Heitor e deduzo que ele queira dizer tpm.
Olho curiosa querendo saber na onde ele escutou isso e arqueio uma sobrancelha.
-Heitor. -Pigarreia Robson e Heitor percebe que falou algo que devia ser um segredo deles.
Me levanto e olho para Robson esquecendo o assunto de momentos antes e querendo saber que história é esta.
-Mamãe vamo? -Pergunta Pedro com um sorriso querendo ir logo ao park de diversão o que é um pouco suspeito. De certo eles pensa que eu não sei quando eles estão mentindo.
-Ok, vamos. -Digo.
Seguimos até a garagem.
Hoje iremos sair como se fossemos uma família normal, mas claro que alguns homens irão só para a segurança de meus filhos. Apesar que ninguém ousaria tocar num fio dos cabelos deles.
Assim que chego a garagem com os gêmeos eles correm até uma Hilux preta a escolhendo para o passeio de hoje.
-Ainda espero sua resposta Clary. -Sussurra Robson ao meu lado e engulo em seco.
Havia me esquecido disso.
Tento parecer o mais calma possível e não demonstrar o tanto que o assunto de momentos antes mexeu comigo.


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