17-Maldito Desejo

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Clary Narrando
Fernando vai conseguir fazer com que eu enlouqueça.
Não consigo esquecer seu beijo de hoje de manhã quando acordei.
Preciso apenas me distrair e hackear algum computador para achar algumas informações e encontrar Robson e Murilo o mais rápido possível. Temo pela vida deles, ambos sempre me ajudaram.
Não posso ficar aqui com Fernando, essa história dele em ter essa obsessão comigo está me deixando estranha.
Ele provavelmente é um dos principais suspeitos da morte dos meus pais.
Respiro fundo me lembrando de meus pais. Minha mãe sempre foi uma mulher linda, encantadora e sorridente. Meu pai por outro lado apesar de quase sempre sério e com um olhar frio tinha suas qualidades. Eu os amava de uma certa forma, mas assumo que as vezes tinha vontade de matar meu pai quando tinha 9 anos e via os hematomas no copo de minha mãe.
Sorrio me lembrando da minha vida antes de me casar com Octávio, antes de meus pais serem mortos. Meu sorriso se desfaz.
Sempre soube que iria me casar com um casamento arranjado, mas só não esperava ser vendida como mercadoria e agora ter um maluco gostoso no meu pé.
Afasto tais pensamentos, ter sentimentos nesse mundo em que vivo só piora tudo.
  Estou na biblioteca de Fernando degustando um de seus uísques que por sinal é ótimo.
A bebida alivia a dor e a angústia que tanto sinto.
A porta da biblioteca é aberta e por ela passa Fernando vestindo um terno que só o deixa mais gato. Seus cabelos úmidos denuncia que ele acabara de sair do banho.
-Clary. -Ele me chama e continuo analisando-o friamente. Me mantenho focada em soar fria e ignorar o tanto que ele está gato.
Estou tentando me manter afastada dele enquanto planejo uma fuga.
-O que quer? -Pergunto irritada pela silêncio.
-Porque não colabora? -Pergunta ele e fecha a porta da biblioteca. Escuto ele trancando a porta. Porque raios ele trancou a maldita porta?
-Fernando já disse que não irá existir nós nunca, você sabe que assim que der fujo pra longe. -Falo novamente o que disse a ele uma hora hora atrás no almoço.
Sim eu almocei com ele e não o matei com os talheres, mas eu tentei acerta uma faca na mão dele.
Um sorriso surge no canto de sua boca e ele passa a mão na barba a fazer. Seus olhos frios me analisam sentada no sofá cama vermelho.
Em passos lentos ele se aproxima como um predador em busca de sua presa.
A merda porque tenho a impressão que isso não vai prestar.
Me levanto e pego um livro na prateleira próximo a mim e faço um gesto de que irei tacar o livro.
O desgraçado ri da minha tentativa de me afastar nele. Taco o livro nele e rapidamente ele desvia. Merda. Seu sorriso some e quando vejo ele se aproxima mais e me prende na parede.
Respiro com dificuldade.
Seu perfume me embriaga e pele cheiro de uísque nele percebo que não fui a única que bebeu. A que ótimo!
Olho hipnotizada para seus olhos verdes que me olham com desejo.
Ele se aproxima mais e analisa minha boca.
Sinto o tanto que quero beija-lo e umedeço os lábios.
Meu coração acelera.
Merda! Não deveria ter bebido mais que dois copo de uísque. Tenho que ser forte!
Por burrice e fraqueza acabo com o pequeno espaço que estava sobre nós e faço a pior besteira de minha vida.
Eu o beijo, ele retribui o beijo de forma ardente e possessiva.
Suas mãos soltam meus braços me dando passagem livre para abraça-lo.
Rapidamente ele cola nossos corpos e me perco ali, em seus beijos, em seus braços.
Entre o beijo ele me conduz até o sofá e como dois bêbados desejando um ao outro de forma enlouquecida acabamos esquecendo tudo ao nosso redor e me entrego de corpo e alma ao maldito que vai acabar com minha vida. 

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