Me sinto perturbada.
Eu me sinto perdida.
Mas não posso deixar de compartilhar com Philip, eu desço as escadas e me dirijo pra entrada do Vista Cay. Vejo um carro preto, com grandes rodas e um homem bonito dentro dele.
Não um homem.
O homem.
Philip está com a janela aberta, no exato lugar em que ele me deixou. Sua cabeça está encostada no volante, seus braços se cruzam acima do painel.
"Philip? Philip?" Eu quase grito, por curiosidade de saber por que ele ainda está lá depois de uma hora, e por que nessa posição.
Eu abro a porta do carro e ele se espanta, seus olhos estão inchados e molhados. De primeira eu não entendo o por que seus olhos estão assim, sua boca que costuma transmitir o mais puro sorriso, está trêmula. Seus olhos que irradiam luz, estão vermelhos do choro. Eu nunca o vi assim, eu nunca tinha visto nada tão humano, tanto sentimento junto, nem nos nossos momentos mais íntimos ou quando ele diz que me ama.Nenhuma palavra dita por ele até hoje me fez sentir mais dor do que a cena que eu assisto agora. Eu me preocupo, mas por outro lado eu sei por que ele chora, meus olhos vacilam e deixam cair uma lágrima, eu deveria ser forte, mas nem sempre sou.
"Por que você desceu?" Ele pisca mais forte e mais algumas lágrimas caem. "Eu ia te ver." "O que aconteceu S?" Pelo amor de Deus, S não né.
"Eu recebi outro e-mail de Catherine."Sua expressão muda rapidamente, eu não sei nem como continuar, meu orgulho é grande demais pra dizer a ele que estava certo. "Eu estava certo." P lê meus pensamentos, mas sua fala não é como se cobrasse, ele fala com uma grande tristeza, como se a ameaça tivesse que ter sido concluída para eu confiar nele.
"Sim P." "Você vai continuar com isso?" "Isso o que?" "A investigação Serena, ela poderia ter matado vocês." "Não Philip, quem quase nos matou foi Catherine e Manning, eu os julgarei para que isso acabe." eu não brigarei mais por causa disso. "Está certo S." "O que você quer dizer com isso?" "Eu ficarei ao seu lado, não posso mudar o seu jeito de pensar, mas eu não apoiarei isso, me desculpa." "Eu não pediria isso, eu sei que você não concorda, eu prometo não falar tanto disso com você. Mas P, você ficará do meu lado como?" eu rezo para que ele diga qualquer coisa, menos amigo. Até como colega de classe eu aceitaria, mas ele não fala nada.
Ele não diz uma palavra sequer.
Ele não responde a minha pergunta.
Ele faz melhor do que isso. Ele crava sua mão no meu pescoço, roça seus dedos no meu cabelo, com o braço levanta minha cintura, em um gesto brusco eu não me dou conta e meus lábios se concentram em seu pescoço, no seu abraço que faz meu corpo se perder eu suspiro aliviada. Aqui se faz o término de noites perdidas e de olheiras persistentes, se for pra não dormir, eu quero não dormir de amor, por sentir saudade do seu calor em mim. Ele arfa entre os beijos, minha parte preferida é sempre sentir os cabelos entre meus dedos, seu pescoço nas minhas mãos, suas costas que são enormes.
Uma onda de cor invade seus olhos, talvez não seja apenas minha vida que fique fria sem ele, talvez tudo fique branco e preto quando não estamos juntos.
"Deus Serena, por que demoramos tanto?" Foram 3 semanas Philip. "Eu esperaria mais anos se eu soubesse que no final a recompensa seria você." "Eu até diria isso, mas eu espero a muito tempo já, eu estava ficando sem paciência." "Dois anos não é muito tempo P." "Por que não foi você que esperou né." "Abusado" nos damos risada e sinto que é primavera.
Eu li uma frase uma vez "quem falou sobre primavera sem conhecer o seu sorriso, falou sem saber o que era."
Eu achei que a autora dizia sobre o sorriso do amado, mas essa é a interpretação chula. Agora eu entendo, Philip tem o poder de aflorar e matar todas as flores dentro de mim. Ele é a água que as rega. E eu permito, por que por muito tempo eu me guardei, me impossibilitei de amar, achava que não era suficiente. Mas até hoje, eu nunca vi um sorriso tão poderoso no rosto de Philip. E eu percebo, eu rego as flores dele também. Nós temos esse poder quando amamos.
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Felizmente
RomanceSerena viveu o pior dia da sua vida há dois anos. Uma parte dela se foi junto com seus pais, mas nasceu uma força que a ajudará a traçar um novo caminho.