5. Desculpas.

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CAMILA

— Quero me desculpar com você. — Fernanda falou assim que desligou o carro em frente ao meu condomínio. — Sei que fui muito ignorante, no shopping, hoje e também passei dos limites lá na batalha, eu também te vi chorando.

— Eu não estava chorando! — Há interrompi.

— Enfim, sei que ficou mal pelo jeito que te tratei e devo te pedir desculpas pela minha idiotice, juro que não irá acontecer novamente.

— Está tudo bem!

— Pô gata me ajuda aí, olhe para mim estou me sentindo muito mal de ter feito você chorar. — Eu olhei para ela que continuava a falar — Sabe eu tenho essa mania de culpar os outros pelas minhas derrotas, sei que você não tem nada a ver com isso.

— Já posso ir? — Falei.

Eu não sabia o que dizer, já nem sabia com quem eu estava conversando, se era com aquela doce e linda mulher que me chamou para ficar encostada em seu ombro ou se era aquela chata e ignorante que me maltratou e riu de mim lá na batalha.

— Nós podemos se conhecer melhor?

— Claro! — Falei um pouco confusa.

— Então pra começar, me dá um abraço aqui.

Me puxou forte me apertando entre seus braços, quando a abracei também senti uma calmaria, parecia que algo havia sido criado dentro de mim, sua respiração vindo um ar quente sobre meu pescoço que me deixava totalmente arrepiada, então eu logo a soltei.

— Preciso entrar! — Ela travou o carro antes que eu saísse.

— Posso te perguntar uma coisa?

— Fala! — Revirei os olhos queria mais que tudo sair dali.

— Há deixa. — Destravou a porta.

— Agora você vai fala. — Cruzei os braços e recusei sair ela só riu balançando a cabeça.

— Como é marrenta, mas quem disse que eu vou fala? — Olhei para ela confusa.

— Não? — Falei.

— Vou fazer.

Me puxou para um beijo que por alguns segundos pensei em recusar, mas sei que iria me arrepender então deixei levar, sentindo o gosto daqueles lábios macios e quentes sobre minha boca, — Que gostoso. — me fez arrepiar por completo, não sei se isso tudo é certo ou errado mas que era bom, era, e eu queria mais muito mais, só que não posso ela é uma mulher, nada contra mas não me imaginava beijando uma mulher isso é estranho, um estranho bom.

— O que está fazendo?! — Disse alto quando parei de beija-la, tentei recuperar o fôlego.

— Não sei, me desculpa. — Respondeu ela calma, essa mulher é bipolar só pode. — Melhor você ir para casa e esquecer tudo que rolou aqui.

— Está certa.

Saí do carro, eu precisava fugir dali, o mais rápido possível, precisava fugir daquilo que tentava me prender, eu não sei o que é, mas algo maior e muito estranho eu sentir quando a beijei, espero que eu não me encante afinal ela é uma mulher, então não pode existir nada entre nós ... Ou pode?

FERNANDA

— Caramba o que eu fiz? — Perguntei para eu mesma, então acelerei o carro dando partida.

Depois de tudo eu fui para casa pensar um pouco em tudo na minha derrota, na Rafaela que a deixei sozinha o dia todo e em Camila. Como fui tão idiota em fazer uma garota daquelas chorar, me sentir e me sinto mal por ter sido tão ridícula com ela e depois de tudo ainda a beijei, não sei o que deu em mim mas que eu me sinto diferente e um pouco mais feliz eu me sinto.

Entro na minha humilde casa, mas que conquistei com meu suor e meu trabalho e tenho orgulho de tudo que tenho. Vejo que a luz da cozinha está acesa também a televisão do quarto, com certeza Rafa está aqui, abro a porta do quarto em silêncio pego minhas roupas e fui para um banho, assim que terminei deitei do lado dela, que estava dormindo tão linda na minha cama, dei um beijo em seu rosto e passando alguns minutos eu já estava dormindo. 

A Dama de uma Vagabunda Vol. 1 |EM REVISÃO|Onde histórias criam vida. Descubra agora