12. Preconceito.

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Camila

Meu domingo não foi lá dos melhores, tive que passar sozinha já que eu não tinha ninguém na minha casa, meu pai não larga aquela droga de celular e eu fui para a piscina um pouquinho, mas estava um pouco frio então entrei tomei um banho e dormir o resto da tarde, acordei lá pras seis da tarde e fui assistir tv, até que Dani apareceu.

— Está parecendo um doente nesta cama. — Entrou já reclamando.

Dani estava de blusa de frio com a toca uma calça jeans e um tênis, seu cabelo negro e curto em uma trança embutida partido no meio, estava bem bonito só que diferente.

— Ouuu estou falando com você .. e pare de me olhar isso é estranho. — Revirei os olhos ao ouvir isso.

— Não estou te olhando. — Peguei meu celular para mexer.

—  Aonde você estava ontem? — Se sentou ao meu lado e trocou de canal na tv.

— Sai com uma amiga. Você veio aqui ontem? — Ela balançou a cabeça afirmando.

— Claro você ficou me enchendo o saco, me chamado aqui e depois saiu.

Eu balancei os ombros, então olhamos no mesmo instante para a tv, estava passando um filme lésbico, onde duas meninas se beijavam e na medida que passavam os segundos ficava mais quente estava quase transado.

— TIRA ISSO. — Gritou e eu assustei. — Chega a me dá vômito.

Eu quase não acreditei no que Daniela dizia, não era possível que eu tinha uma prima homofóbica, que não aceitava a sexualidade das pessoas.

— Que ridículo foi que você disse. — Falei procurando um outro canal.

-— Ridículo e duas meninas se beijando, até parece que não tem homem neste mundo. — Fez cara feia e pegou o celular no bolso começou a mexer.

— Você mudou muito depois que começou a namorar aquele babaca. — Dani fechou a cara para mim e continuou a mexer no celular e isso me irrita muito ou e eu ou é o celular, os dois não dava.

— Não fala assim do Dim e um ótimo companheiro, melhor que uma mulher. — Sorriu irônica. — Nem me imagino beijando uma garota, isso é nojento.

— Nojento é o que você diz, estou achando esse preconceito pelos homossexuais ridículo, esse seu namoro uma palhaçada e você uma idiota.

— Há quer saber, eu vou embora daqui e não me chama mais, vai ficar com aquele primo viado, você deve ser igual a ele, por isso tanto o defende. 

Eu tentava controlar a raiva, por que minha vontade era de voar nela, mas sábia que poderia apanha e mesmo assim não queria destruir nossa amizade.

— E se eu fosse?  — Perguntei me levantando da cama.

— Oi, o que você está falando ai Camila?

— E se eu fosse igual a ele, e se eu gostasse de meninas, qual o problema, você não vai mais conversa comigo, vai me ignorar como se eu fosse uma estranha, vai me tratar como um bicho ou você acha que eu vou te agarrar? — Ela me olhou assustada e neste momento eu estava frente a frente com Dani.

—  Você, — Deu outra risada irônica. — você só pode está brincando.

— Eu não estou, eu sinto sim atrações por mulher e qual o problema?

Ela me olhava confusa como se não esperasse aquilo, eu claro estava um pouco arrependida do que eu disse, por que se Dani contasse para meu pai, eu não sei o qual a reação dele.

— Camila isso não existe, como pode gostar de uma pessoa do mesmo sexo que você? — Agora a forma que ela falava era como se quisesse me entender.

— Podendo, gostando, isso não muda em nada, isso não me torna uma inútil, mas em você sim muda, por que só assim para podermos vê o seu verdadeiro lado de preconceituosa, e  se você continuar assim as pessoas começam a se afastar.

A cada segundo pude perceber que Dani tentava segurar as lágrimas que insistiam em cair.

— Poxa Cah eu não sabia, eu nunca vivi com pessoas assim... — Interrompi ela imediatamente.

— Dani vai embora, eu não aguento mais olhar para essa sua cara e senti que estou sendo tratada como um lixo.

Ela não disse mais nada, a única coisa que fez foi catar o celular que estava em cima da minha cama e saiu, só que chegando na porta do meu quarto deu uma última olhada para trás e uma lágrima teimosa desceu.

— Vai e só volte quando não tiver junto ao seu preconceito ridículo.

Assim que ela saiu eu fechei a porta e comecei a chorar descontrolada, será que todas as outra pessoas são assim, será que quando Carol souber de tudo o que aconteceu entre mim e Fernanda, também sobre a minha orientação sexual ela também vai me ignorar como Dani, vai deixar o preconceito falar mais alto e não vai me aceitar do jeito que eu sou .. Será que vou perder todos em minha volta ?

A Dama de uma Vagabunda Vol. 1 |EM REVISÃO|Onde histórias criam vida. Descubra agora