Young Lou

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Eu me sentia perdido, na verdade eu estou perdido, não sei como acabei nessa parte da cidade, a gasolina acabou e eu estava rezando para não ser assaltado.

Meu telefone está em minhas mãos, estou ligando para alguém, um cara que eu conheci semana passada.

— Alô – O homem disse.

— Oi, sou eu Louis, fiquei sem gasolina, você pode vir me socorrer? – Eu supliquei coberto em timidez, enquanto tragava meu cigarro.

— Quem? Cara, se você ligar pro meu namorado de novo, você está morto. – E assim a linha morreu.

Eu não tenho muitos amigos e eu poderia jurar que não preciso de ninguém... até hoje. Com isso, eu peguei um galão no porta malas, tranquei o carro e andei até achar um posto. Andei muito. Muito mesmo.

Quando eu tive a gasolina em minhas mãos eu nem me lembrava mais onde eu havia estacionado, e naquela noite quente de agosto eu só conseguia ter vontade de bater minha cabeça contra o asfalto até morrer, ou acordar desse pesadelo.

Seria um vitória se meu carro ainda estivesse onde deixei.

Achei meu carro, beiravam três da manhã quando o fiz, eu enchi o tanque derrubando mais gasolina fora do que dentro, esbravejei ao vento ao que o líquido encharcou meu tênis.

— Droga! – Esvaziei o galão e o joguei no porta malas novamente.

Meu carro vermelho utilitário está tão riscado que quem quisesse vandalizá-lo teria que polir primeiro. Mas era meu melhor companheiro, o único que sempre esteve ali.

Eu encostei a cabeça no banco e como um filme, meus últimos vergonhosos anos passaram na minha cabeça, me lembrando de tudo o que eu fiz.

Eu não sei bem o que eu fiz, como eu vim parar aqui, as coisas meio que só foram acontecendo e agora não há muitas opções além de deitar neste banco duro e tentar dormir.

Four Years No Calls [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora