Os candidatos vinham aos montes, Styles não estava preparado para lidar com puxas-saco às oito da manhã, mas se quisesse liberdade na sua vida pessoal teria que contratar alguém pra cuidar da sua vida profissional.
Ele chamou Niall no telefone, como um sinal pra deixar outra pessoa entrar. O que lhe deixava mais frustrado era que os garotos não estavam ali pois precisavam do emprego, não tinham ao menos experiência suficiente pra tal, eles estavam ali puramente pra dar em cima de Harry, e depois sair dizendo que Harry Styles flertou com deles. Harry checava até Niall, e isso não fazia dele um canalha.
— Olá Senhor Styles. – O garoto de no maximo vinte anos se aproximou sorrindo. — Eu não imaginei que a entrevista seria diretamente com o senhor, é um grande prazer conhecê-lo. – Harry gostou dele.
— Olá, hum... – Harry abaixou levemente os olhos para o papel na mesa. — Luke. Eu não deixaria meus papéis confidenciais e meus compromissos importantes nas mãos de alguém que eu conheci em seu primeiro dia de trabalho. Deixaria? – ele disse num tom debochado e o menino pareceu não se abalar com seu comentário. Ele definitivamente gostou de Luke.
Após alguns candidatos, Harry se cansou e decidiu parar por ali, ele sabia que tinham mais pessoas do lado de fora, mas ele realmente não ligava pra isso, sua cabeça estava explodindo e ele precisava de analgésicos e um copo de uísque.
— Niall. – Chamou o mesmo que rapidamene chegou à sua sala.
— Harry, o que houve? – Niall perguntou intrigado, ele tinha mais uma dezena para entrevistar.
— Minha cota de interação humana esgotou-se, se eu ver mais uma pessoa hoje eu me jogo dessa janela. – Ele apontou para o panorama atrás de si.
— Você me viu, agora se joga. – Niall usou seu raro sarcasmo.
— Você não é gente, você é Irlandês. – Harry disse com o semblante sério e voltou a mexer no seu computador.
— Ha ha ha, eu vou ter que dispensar todos aqueles meninos bonitos dispostos a te servir? – Niall tentou provocar Harry, tentando persuadir sua cabeça de baixo.
— Por favor, Niall. Só o faça. – O encaracolado decidiu e virou de costas, vendo o sol se pôr e algumas nuvens pesadas se aproximarem.
Niall bufou e saiu da sala.Harry não sabia realmente o que estava acontecendo consigo. Ele sentia algo faltando, algo definitivamente estava faltando. Ele juntou suas coisas e saiu do prédio antes de todo mundo, o que deixou os funcionários surpresos. Ele estava cansado de ser visto como um monstro de sete cabeças, mas ou era isso ou ele ia voltar a ser o idiota do ensino médio.
Harry Styles matou o Harry do ensino médio, ele não ia voltar, ele não podia porque ele simplesmente não existe mais.
Assim que Harry entrou no carro de luxo e agarrou o volante, uma angústia apertou seu peito e de tão vazio de estava quase quebrou seus ossos. Ele não queria vazio, ele não gostava de sentir vazio. Vazio era o tipo de sentimento que o antigo Harry sentia, essas coisas ridículas de se sentir não pertenciam à esse Harry, CEO da maior revista da Europa, filantropo, poderoso, inalcansável e inabalável.
Seu carro cantou pneu ao que saiu da garagem, os pingos de chuva rapidamente tomaram conta do seu pára-brisa, era muito cedo pra dirigir tão rápido no centro de Londres.
Harry não sabia o que todos viam em Londres, todo bem que é uma boa cidade pra negócios, o cheiro de dinheiro pairava nessas ruas, mas ele não se sentia especial por estar ali, não sentia a magia de que todos falavam, para ele era uma cidade vazia, que só dava valor para o que tinha uma etiqueta.
E o clima, e o céu? A língua, as pessoas? Ninguém ligava pra isso? Para as luzes? Para os cadeados nas pontes, os cafés escondidos, a história, a música.
Harry não via, tanto não via que bateu, não foi uma grande tragédia apenas um arranhão em seu pára-choque, mas o carro da frente que parecia ser muito mais frágil estava parcialmente destruído, ele estava feliz que apenas a cor era de uma ferrari.
Ele viu uma figura descer possessa do carro, na chuva não demorou a molhar-se por inteiro. Harry fez a mesma coisa, molhando seu terno preto da Givenchy, seu longo cabelo encaracolado logo se juntou ao aguaceiro, caindo sobre seus olhos.
— Você é cego por uma acaso? – A voz aguda da pessoa o fez estremecer. — Acha que só porque é rico que pode sair batendo no carro dos outros? Você vai pagar por esse estrago! – Há anos que Styles não ouvia uma voz autoritária ser dirigida à ele. Ele não ficou bravo, mas sim surpreso.
— Me desculpe, eu vou pagar. – Ele voltou para o carro e assinou um cheque em branco. Colocou-o dentro de uma pequena carteira para não molhá-lo e entregou à figura a sua frente. — É um cheque em branco, não sei quanto vai custar.
— Você é louco? E se eu for um ladrão e roubar toda a sua grana? – O homem claramente suburbano lhe disse.
— Se você tentar descontar um valor maior que cinco mil libras meu banco me liga e eu tenho que autorizar a retirada, se eu decidir que não, o cheque se torna automaticamente sem fundo. – Harry explicou.
— Inteligente. – Ele arrecadou a carteira e jogou-a pela janela. — Como é seu nome? Só pra caso eu resolver te processar. – O menor sorriu.
— Harry Styles. – Harry disse com confiança.
— Legal, eu vou embora, senhor riquinho. – O menor continuou com sua petulância e Harry estava a um fio de perder a seriedade.
— E qual é o seu nome? Caso o banco me ligue, eu ja saberei quem é. – Harry retrucou.
— Sou Louis Tomlinson, e se você me conhecesse saberia que meu modo de roubar as pessoas é muito mais sofisticado. – Louis se gabou.
Harry estremeceu ao ouvir aquele nome, ele simplesmente congelou. Pelo modo casual que o outro continou a tratá-lo era óbvio que não se lembrava dele, ele podia lidar com isso. Ele era Harry Styles.
— Eu tenho que ir. – Harry entrou em seu carro e saiu novamente cantando pneu.
— Se esse cara dirige assim todos os dias, não quero nem imaginar quantos cheques em branco ele ja distribuiu por essa cidade.
Entrando em seu carro, tudo o que Louis ouvia era o som das gotas batendo no teto e seu escapamento arrastando no asfalto, então ligou seu rádio.
"A Styles Media está contratando, se você é do sexo masculino e tem de 19 á 25 anos candidate-se para ser secretário executivo, mais informações no site, www.sty..."
— Interessante.
Louis estava precisando de um emprego, seu dinheiro estava acabando e ele já tinha certa afinidade com o seu futuro chefe, o que não faltava nele era confiança.
Como companhia um cheque em branco e um borrão de esperança ele acelerou o carro, deixando pra trás seu pára-choque e se tudo desse certo, sua vida medíocre também.
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Four Years No Calls [EM REVISÃO]
FanficHarry odeia valentões, ele deseja que todos fossem miseráveis em suas vidas. Talvez desejos são atendidos esporadicamente em nossas vidas, e por causa disso deveríamos ter muito cuidado com o que pedimos. . Hoje H...