William

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Zayn mal percebeu que Louis estava avoado por duas semanas, ele vinha, eles bebiam um vinho caro que Malik trouxe, pediam pizza, transavam e Zayn ao menos dormia, dizia que tinha uma obra para terminar ou qualquer outra merda e ia embora.

Isso quando dizia que não podia ir e Louis ouvia uma voz feminina no fundo. Sabia que não podia sentir ciúme ou até mesmo cobrar fidelidade já que o homem nunca mostrou interesse em ter algo sério com ele.

Mas nas poucas vezes que saíram em público ele se mostrou possessivo com Louis, como se tivesse que ser fiel à Zayn, mesmo que ele não fosse de volta.

Típico de um babaca.

Louis só o aceitava ainda por que o sexo é bom, não por outra coisa. Se ele tivesse só mais um pouco de cara de pau ele cobraria. Pois Zayn o tratava assim, como uma prostituta de graça. Mas Louis tirava proveito dos momentos com Zayn, e se sentia coberto de merda apenas de se lembrar das vezes que alguém lhe deixou uns trocados após um boquete.

Tempos difíceis, se dependesse dele ninguém nunca saberia disso.

Ele cogitou ligar para suas irmãs, talvez deixar sua mãe saber que não estava morto. Mas provavelmente isso ia causar desgosto e não alívio.

Havia um garoto na escola que os pais sabiam que era gay, eles o aceitavam, o amavam acima de tudo, tentavam até arranjar namorados pra ele. Louis achava isso fascinante, ele não queria mais ter medo de ser quem é, e seus pais viviam dizendo que ele era o orgulho deles. O amavam acima de tudo, só não sabiam de sua sexualidade.

Sendo assim, Louis juntou os pais na sala, e as duas irmãs do meio que eram suas melhores amigas.

Ele tinha dezessete anos e faria dezoito no próximo mês, o pai havia comprado um carro velho para ele, um presente por se formar no ensino médio, e estava na garagem.

Louis se sentou na poltrona de frente para o sofá onde os pais estavam, as meninas sentadas no chão, elas já sabiam e tinham um olhar apoiador e apreensivo para Louis.

O garoto sentia que seu coração ia sair pela boca, suas mãos suavam, mas ele tinha certeza que o episódio ia acabar num final feliz.

Bom... até ele dizer que era gay e não que tinha passado em Oxford, que era o que os pais esperavam que ele dissesse.

Louis nunca vai esquecer do olhar de Mark para ele, era como se Louis tivesse dito que traficava drogas e tinha acabado de matar alguém por diversão. Mark criminalizou Louis por ser gay, e todo aquele orgulho e amor de seus pais se esvaiu apenas por revelar quem verdadeiramente é.

A mãe totalmente passiva, apenas chorava. Johannah era totalmente controlada por Mark, talvez ela tivesse alguma dificuldade para entender mas se não fosse a lavagem cerebral do marido ela teria defendido o filho e tentado entendê-lo.

Mark deu um ultimato à ele, que saísse de casa até o dia seguinte, e não levaria nada além do carro.

O pai de Louis deu a entender que ele fazia sexo com garotos no carro que ele havia comprado, por isso, não mais queria o automóvel. Tomlinson ainda era virgem e permaneceria assim até os dezenove.

Louis nunca se sentiu tão humilhado, tão rebaixado e quebrado em sua vida, sendo que quelas pessoas eram as que deviam o amar, proteger e apoiar.

Ele nunca imaginou que poderia se sentir tão triste.

Louis foi embora com a roupa do corpo e um casaco. Não bateu o carro por um milagre pois não conseguia ver um palmo a frente por causa das lágrimas, elas nunca paravam, caíam como cascatas.

Ele parou no estacionamento de uma blockbuster e foi a primeira noite de muitas que dormiu no Saxo vermelho.

Os flashes da briga, de sua mãe chorando, de si mesmo chorando e dormindo no carro pela primeira vez passavam todos os dias na cabeça de Louis. É algo que ele nunca vai conseguir esquecer.

Four Years No Calls [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora