Italian Food

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O barulho do chuveiro foi interrompido repentinamente e o coração de Louis pulou no peito pela milésima vez no dia. Esperava pacientemente sentado numa mesinha de café da manhã no canto do quarto, pensando como começar o discurso planejado na cabeça.

Quando Harry percebeu a presença de Louis tendo certeza que não era apenas fruto de sua mente, ele não se deu o trabalho de perguntar o motivo da "visita", ele já sabia. Styles apenas murmurou um minuto e se dirigiu para o cômodo onde ficava o banheiro.

O que lhe foi uma fuga, um tempo pra pensar, mesmo que ainda estivesse meio bêbado. A água fria o ajudou nessa parte. Harry não queria admitir mas estava com um pouco de vergonha do menor tê-lo visto daquela forma.

O CEO ficou sentado na tampa do vaso sanitário com o chuveiro ligado por mais ou menos cinco minutos, tudo isso para tomar coragem de finalmente sair e encarar o homem o esperando no quarto. Era meio estranho vê-lo ali, depois de todos os sonhos malucos que teve com ele em seu quarto, em sua cama.

Louis levantou da onde estava sentado no momento que Harry saiu do banho, ele tinha só um roupão de cetim bordô cobrindo seu corpo e seus cabelos estavam úmidos, Styles não tinha coragem de olhar para Louis agora.
— Vamos na biblioteca? Aqui está um pouco... bagunçado.

Ele disse e jogou a toalha molhada num baú, Louis acenou em concordância. Harry abriu a porta e se direcionou para o fim do corredor com Tomlinson em seu encalço.

A cada porta que se abria Louis pensava estar em Hogwarts, aquela porta levava à um dos níveis da torre lateral da casa onde ficava a biblioteca, tinha pelo menos uns cinco metros de altura de prateleiras entupidas de livros, e Louis tem certeza que aquele cômodo era do tamanho total da casa em que morava.

Eles sentaram-se num divã e num sofá, ambos igualmente de veludo vermelho, um de frente para o outro, ao lado uma lareira desligada e acima dela uma pintura de Caravaggio, tudo localizado na parte central da parede dos fundos da biblioteca, absurdamente fantástico.

Louis olhou para Harry no sofá mas o mais velho não olhou para si.
— Harry, primeiro de tudo... o apartamento não é de Julie, é?

Styles passou as mãos no rosto em sinal de derrota.
— Não... eu o comprei pra você.
— O que? – Louis praticamente gritou. – Eu nunca vou conseguir te pagar de volta!
— Não é esse o objetivo, não quero que me pague de volta, eu comprei por que quis, por que você precisava.
— Sabe o que eu deveria fazer? Ir embora agora mesmo.
— A maioria das pessoas diz obrigado.

Louis o encarou incrédulo e se levantou para sair mas Harry se levantou também e segurou em seu braço.
— Me desculpe, não vá. Por favor.

Louis soltou seu braço do aperto de Harry e se sentou no divã novamente.
— Não quero parecer mal agradecido, mas isso é de mais Harry, você consegue entender? Pode não ser nada pra você que é podre de rico, mas pra mim não é comum.
— Me desculpe, mas agora já fiz... e era só isso que veio me dizer.

Harry ainda não o olhava e Louis suspirou.
— Não, e não tenho certeza se continuarei morando lá.
— Mas...
— Não Harry. – o interrompeu. – Me respeite pelo menos uma vez, por favor.
— Desculpe.
— Pare de pedir desculpas, diga algo útil. Por que me beijou? Por que disse aquelas coisas?

Harry mexeu nos anéis e de relance vislumbrou os olhos azuis, porém sem sustentar o olhar. O homem suspirou e apertou os olhos, despejando tudo em seguida.
— Me senti atraído por você desde que te vi entrar na minha sala, eu nunca quis te usar, nunca me senti seu proprietário por ser seu chefe se era o que pensava, apenas obedeci as regras que eu mesmo estabeleci. Eu nunca quis fazê-lo imaginar que se não desse certo eu iria te demitir e não quis assumir que você iria querer algo, não quis me iludir.

Four Years No Calls [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora